segunda-feira, 21 de maio de 2012

Senado desbanca Câmara e é mais favorável a Dilma


Enviado por Ricardo Noblat - 
21.5.2012
 | 19h02m
POLÍTICA


Votos dos senadores passam a integrar o Basômetro, ferramenta desenvolvida pelo Estadão Dados para acompanhar o Congresso
Estadão Dados
Maior dor de cabeça de Luiz Inácio Lula da Silva durante sua gestão, o Senado está cada vez mais dilmista. A taxa média de governismo dos senadores cresceu em 2012 na mesma proporção que diminuiu a adesão dos deputados federais ao governo de Dilma Rousseff.
Hoje, o Senado é mais governista do que a Câmara. É o que revela nova funcionalidade do Basômetro, ferramenta online de avaliação do Congresso desenvolvida pelo Estadão Dados. Os votos nominais dos senadores na atual legislatura foram incorporados pelo Basômetro.
Em 13 votações abertas ocorridas no Senado em 2012, o governo conseguiu em média 84% dos votos. Na Câmara, no mesmo período, ocorreram 18 votações nominais e o governo obteve um resultado pior em 10 pontos porcentuais: capturou "apenas" 74% dos votos dos deputados, em média.
Em 2011 a situação era inversa. A taxa de governismo de 2011 no Senado foi de 78%, enquanto a da Câmara ficou em 80%.
Essa maré mansa para Dilma no Senado resultou em apenas uma derrota do governo entre os senadores. E mesmo assim foi em uma votação secreta (portanto, não incluída no Basômetro pois não é possível identificar os autores dos votos), aquela que rejeitou a recondução de Bernardo Figueiredo para o comando da Agência Nacional de Transporte Terrestre (ANTT). Ao mesmo tempo, Dilma perdeu cinco votações na Câmara.
Com exceção do PSB e do PMDB, todos os maiores partidos ficaram mais governistas em 2012, ao menos por enquanto. Até os senadores de oposição votaram mais parecido com o líder do governo neste ano.
A proporção dos votos governistas do PSDB teve o maior crescimento proporcional entre todos os grandes partidos, de 33% para 54%. Com os do DEM aconteceu a mesma coisa: o governismo bateu em 59% até agora.
Ou seja, na média, os senadores dos dois principais partidos de oposição votaram mais com do que contra o governo neste ano.
Mais cotado presidenciável do PSDB à sucessão de Dilma, Aécio Neves votou duas vezes mais com a presidente do que contra ela em 2012: 8 a favor e apenas 4 contra - taxa de governismo de 67%. Foi uma mudança radical de comportamento em relação a 2011, quando o senador mineiro votou apenas 35% das vezes junto com o governo.
Aécio não foi o único que migrou para a metade governista do Senado - mesmo que provisoriamente - em 2012. O líder do PSDB, Álvaro Dias, votou 58% das vezes junto com o líder de Dilma.
O presidente do DEM, senador José Agripino, teve a mesma mudança de comportamento de Aécio, com praticamente as mesmas taxas de governismo.
Mas ninguém bate o PSD em 2012. Os dois senadores do partido registraram 100% de votos com o governo este ano. Foram 7 votos a favor de Kátia Abreu e 8 de Petecão, mas nenhum contra. Foi um movimento oposto ao de seus colegas de legenda na Câmara, que votaram mais vezes com a oposição em 2012.
A proporção de senadores no "núcleo duro" do governo chegou a 54% em 2012. Ou seja, a maioria do Senado votou 90% das vezes ou mais com o Planalto este ano.

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