Alexandre Tombini, presidente do Banco Central, sinalizou nova queda da taxa básica de juros (Selic) na próxima reunião do Copom, no final do mês. Hoje, a taxa está em 9% ao ano. Se cair 0,25 ponto, atingirá o mais baixo patamar da história.
Instado a comentar as previsões dos operadores do mercado, que farejam nova poda na Selic, Tombini declarou: “Recentemente, demos uma direção. Essa direção permanece válida em relação ao futuro da política monetária.”
Sem mencionar datas, deu a entender que o cliclo de queda logo será estancado: “Esse processo já tem uma acumulação de reduções da taxa básica de juros que vem desde o fim de agosto. Esse processo no futuro tem de ser feito com parcimônia e cuidado.”
Disse que o BC não se move por pressão de Dilma Rousseff. Derruba os juros por razões técnicas, não políticas. “O motivo é a economia estar crescendo abaixo do potencial há alguns trimestres. Não é por outro motivo pelo qual o Banco Central está baixando juros.”
Tombini moveu os lábios numa entrevista aos repórteres Gabriela Valente, Regina Alvarez e Sergio Fadul. Durante a conversa, atribuiu a subida do dólar à crise europeia. Na sexta (18), a moeda americana foi a R$ 2,0185, a maior cotação em três anos.
Deixou claro que, se julgar necessário, o BC vai intervir: “O câmbio é flutuante, mas ninguém vai deixar o câmbio sofrer impactos de um volume extraordinário de liquidez que existe no mundo.”
Perguntou-se a Tombini se considera que o pior da crise que arde na Europa ainda está por vir. Ele se absteve de acionar a bola de cristal. “É difícil dizer”. Mas foi categórico quanto à capacidade de reação do Brasil. “O Banco Central está 200% preparado para acompanhar e eventualmente reagir num evento extremo.”
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