Foto: Renato Araújo/ABr |
Senador Demóstenes Torres |
Hoje, vítima do escarcéu que explode na grande mídia, uma babel de hipócritas em Goiás se apressa em vomitar críticas a Carlinhos Cachoeira. Ele se transformou em um leproso que ninguém deseja tocar para não ser contaminado. De propósito, em uma atitude covarde até os ossos, se esquecem que há poucos dias o homem era digno de frequentar as colunas sociais e saltitava faceiro como celebridade a ser cortejada. Sua charmosa residência era frequentada por socialites, jornalistas, empresários e políticos de todos os matizes.
Das palmeiras que crescem eretas aos paus tortos do cerrado, todos sabiam que ele controlava empresas que agiam nos limites da lei e era o capo di tutti i capi dos caça níqueis. Mesmo assim (e para alguns principalmente por isso) nunca deixou de receber dignos afagos. Suas festas, as quais nunca fui convidado (segundo consta porque faço parte da lista dos “perigosos”) eram prestigiadíssimas. Muitos dos que hoje jogam pedras faziam questão de serem convidados. ...
Generoso, afável e disposto a controlar o maior conjunto de engrenagens dos bons negócios, ele se juntou a classe política. Quantos faziam parte do seu acervo de arranjos ninguém vai descobrir ao certo. Para a maioria o alívio fica na exposição do senador Demóstenes Torres. Ele é que se tornou ícone da lambança. Mesmo sem uma específica acusação, e sem nenhum acesso aos autos para uma legítima defesa, já foi linchado. Bem feito, dirão muitos. Quem mandou se meter com bicheiro e notório contraventor. Forca nele. Que perca o mandato e seja exilado na Venezuela, país onde sequer o presidente tem coragem de fazer radioterapia.
Fosse apenas isso estava tudo resolvido. Ele seria expulso da vida política e a nação estaria livre de uma figura que representa a gentalha encarquilhada. O problema é que Demóstenes, por mais que tenha errado e mereça o castigo apropriado, está sendo tratado ao estilo William Lynch (americano que preconizou executar sumariamente os suspeitos sem qualquer espécie de julgamento legal) porque ele foi um opositor que deu um trabalho dos diabos.
Sequer as figuras nefastas que se tornaram símbolo da corrupção, notórios corruptos que até hoje controlam todo um Estado (precisa dizer o nome??) sofreram uma carga tão pesada de censura. A mídia oficial, essa que sobrevive com verbas generosas garantidas pelo petismo que urdiu o mensalão, mergulha com avidez em fatos reais e imaginários. Ele está no sal. A vingança foi cuidadosamente armazenada no freezer.
É de interesse de certa patota triturar sua imagem para que ninguém mais seja besta de acusar bandalheiras. O jurista experiente era um calo a ser retirado. Sem ele o submundo em Brasília respira ares mais arejados. Esse estilo de pentelho é um pé no saco para atividades lucrativas que devem ser realizadas com o tempero dos conchavos. Eu lamento que o Senador tenha errado. Se for cuspido fora do congresso vai fazer uma bruta falta. Ao se recolher envergonhado, sem a energia que lhe pautou a carreira, faz a alegria dos que chafurdam no lucro fácil à custa do contribuinte.
Os apressados vão deduzir que sou contra uma punição justa aos seus deslizes. Bobagem, sou a favor de passar o Brasil inteiro a limpo. Urge virar os congressistas do avesso. Todos eles sem exceção. Alguém duvida, no comparativo, que os pecados de Demóstenes seriam nivelados a contravenções de trânsito? Eu não! Na balança de prós e contras, e notem que esse não é um bom momento para dizer isso, a minha análise ainda pesa a favor de Demóstenes Torres. Que Deus o abençoe pelo que conseguiu fazer e seja capaz de perdoar seus pecados.
Quanto a Carlinhos Cachoeira, enquanto estiver preso só vai levar bordoada. Ao sair, discreta romaria vai se derreter em afagos jurando que estava torcendo por ele. No momento, a maior torcida é que ele abra a boca só para comer.
Das palmeiras que crescem eretas aos paus tortos do cerrado, todos sabiam que ele controlava empresas que agiam nos limites da lei e era o capo di tutti i capi dos caça níqueis. Mesmo assim (e para alguns principalmente por isso) nunca deixou de receber dignos afagos. Suas festas, as quais nunca fui convidado (segundo consta porque faço parte da lista dos “perigosos”) eram prestigiadíssimas. Muitos dos que hoje jogam pedras faziam questão de serem convidados. ...
Generoso, afável e disposto a controlar o maior conjunto de engrenagens dos bons negócios, ele se juntou a classe política. Quantos faziam parte do seu acervo de arranjos ninguém vai descobrir ao certo. Para a maioria o alívio fica na exposição do senador Demóstenes Torres. Ele é que se tornou ícone da lambança. Mesmo sem uma específica acusação, e sem nenhum acesso aos autos para uma legítima defesa, já foi linchado. Bem feito, dirão muitos. Quem mandou se meter com bicheiro e notório contraventor. Forca nele. Que perca o mandato e seja exilado na Venezuela, país onde sequer o presidente tem coragem de fazer radioterapia.
Fosse apenas isso estava tudo resolvido. Ele seria expulso da vida política e a nação estaria livre de uma figura que representa a gentalha encarquilhada. O problema é que Demóstenes, por mais que tenha errado e mereça o castigo apropriado, está sendo tratado ao estilo William Lynch (americano que preconizou executar sumariamente os suspeitos sem qualquer espécie de julgamento legal) porque ele foi um opositor que deu um trabalho dos diabos.
Sequer as figuras nefastas que se tornaram símbolo da corrupção, notórios corruptos que até hoje controlam todo um Estado (precisa dizer o nome??) sofreram uma carga tão pesada de censura. A mídia oficial, essa que sobrevive com verbas generosas garantidas pelo petismo que urdiu o mensalão, mergulha com avidez em fatos reais e imaginários. Ele está no sal. A vingança foi cuidadosamente armazenada no freezer.
É de interesse de certa patota triturar sua imagem para que ninguém mais seja besta de acusar bandalheiras. O jurista experiente era um calo a ser retirado. Sem ele o submundo em Brasília respira ares mais arejados. Esse estilo de pentelho é um pé no saco para atividades lucrativas que devem ser realizadas com o tempero dos conchavos. Eu lamento que o Senador tenha errado. Se for cuspido fora do congresso vai fazer uma bruta falta. Ao se recolher envergonhado, sem a energia que lhe pautou a carreira, faz a alegria dos que chafurdam no lucro fácil à custa do contribuinte.
Os apressados vão deduzir que sou contra uma punição justa aos seus deslizes. Bobagem, sou a favor de passar o Brasil inteiro a limpo. Urge virar os congressistas do avesso. Todos eles sem exceção. Alguém duvida, no comparativo, que os pecados de Demóstenes seriam nivelados a contravenções de trânsito? Eu não! Na balança de prós e contras, e notem que esse não é um bom momento para dizer isso, a minha análise ainda pesa a favor de Demóstenes Torres. Que Deus o abençoe pelo que conseguiu fazer e seja capaz de perdoar seus pecados.
Quanto a Carlinhos Cachoeira, enquanto estiver preso só vai levar bordoada. Ao sair, discreta romaria vai se derreter em afagos jurando que estava torcendo por ele. No momento, a maior torcida é que ele abra a boca só para comer.
Por Rosenwal Ferreira
Fonte: Palanque Capital - 30/03/2012
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