A cada cem moradores de comunidades carentes do Rio de janeiro que pertencem à classe média, 34 possuem menos de 25 anos e formam um grande mercado potencial consumidor. O dado foi divulgado nesta terça-feira 31 pelo Instituto Data Popular divulgada nesta terça-feira 31.
Com um perfil independente e um apetite voraz por consumo, estes jovens tornaram-se um alvo econômico. A estimativa é que eles consumam em torno de 5 bilhões de reais por ano com o próprio salário.
A geração C, como esses jovens são conhecidos, tem como característica um nível de escolaridade superior ao de seus pais. Mais escolarizada, a geração se tornou uma referência dentro de suas residências, e passou a ser a responsável pelas compras de casa e pela introdução das novas tecnologias na rotina dos pais.
De acordo com a pesquisa do Data Popular, 68% das pessoas com menos de 25 anos da classe C possuem ensino médio completo e 8,7% ensino superior – contra 27,8% e 11,6%, respectivamente, da faixa etária de 45 até 55 anos.
Por isso, hoje, 22% dos jovens da Geração C cuidam das contas da casa, enquanto 23% são responsáveis pelas compras do mês e 64% pela compra de itens tecnológicos.
Independência
O aumento da escolaridade também diminui a diferença salarial entre os pais e os filhos cariocas que ascendem à nova classe média.
Esse fenômeno gerou um evento inusitado: muitos jovens cariocas optam por não morar com os pais.
Por nascerem em cenário mais favorável (com acesso mais fácil ao ensino superior, ao crédito e em um momento econômico melhor) do que os pais, os jovens da classe C ganham em média 72,30 reais para cada 100 reais de salário de seus pais.
Nas classes A e B a diferença é bem mais acentuada: a cada 100 reais de rendimento de um pai, um filho da elite ganha apenas 28,50 reais, em média.
Hoje, 24% destes jovens já não moram mais com a família, enquanto apenas 7% dos jovens da elite fazem o mesmo.
Consciência Financeira
Para saciar o apetite por consumo e por independência, a maioria da Geração C recorre ao crédito. Mas engana-se quem pensa que as facilidades de crédito para este perfil etário possa se tornar um problema de inadimplência.
Apesar de 69% desses jovens possuírem cartões de crédito, a maioria (67%) não gosta de acumular dívidas. Além disso, 72,9% têm um emprego formal e 44% possuem poupança.
Ou seja, aliam responsabilidade financeira com consumo – dois motores do crescimento brasileiro.
Atualmente, 5 em cada 10 universitários são recém-ingressos à classe média. E o sonho de 29% deles é ter acesso a uma educação de qualidade, que lhes ofereça a oportunidade para alcançar um bom emprego – segundo maior desejo, com 19%.
A pesquisa foi realizada com 2.000 jovens, de 15 a 25 anos, na região metropolitana do Rio de Janeiro.
FONTE: Carta Capital
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