quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

JAULA PARA OS ANIMAIS (Criminosos)


Por Carlos Chagas

Ignora-se quando os trabalhos terminarão, pois arrastam-se há  anos, mas sabe-se muito  bem que não chegará a lugar algum  a Comissão Especial do Congresso encarregada de rever os Códigos de Processo Penal e Penal.  O objetivo retórico é limitar a farra das facilidades oferecidas a criminosos condenados até por crimes hediondos. Porque virou piada a condenação de animais de toda espécie que até com menos de um sexto das penas cumpridas, vão para  casa e começam a delinqüir outra vez. Para não falar nas regalias de deixarem a cadeia em datas sempre mais numerosas, até o Domingo da Titia, não retornando em seguida e lançando-se às mesmas práticas abomináveis que os levaram às  grades.
                                               
Todo mundo concorda em que nossa legislação  penal  tornou-se leniente e favorece bandidos de toda espécie, dos assassinos aos de colarinho branco, mas na hora de corrigir distorções, o Congresso deixa-se sensibilizar pela tolerância absoluta e nada faz.
                                               
Ainda na madrugada  de sábado, aqui em Brasília, um grupo de vândalos  repetiu o que se vai tornando rotina na capital federal: botaram fogo em dois moradores de rua encontrados dormindo ao relento.  Um morreu, o outro está  morrendo. Seus gritos de socorro despertaram a vizinhança, mas quando a polícia chegou os criminosos já  tinham desaparecido.
                                               
Fazer o quê com esses abjetos espécimes da raça humana, se vierem a ser descobertos? Estarão livres em poucos meses, no caso de encarcerados, como tantos outros autores da mesma barbárie, inclusive os queimaram um índio.
                                               
A pena de morte transcende os limites da Humanidade, mas no mínimo a prisão perpétua seria imprescindível. E sem as benesses  variadas que fazem  a alegria de advogados empenhados em aumentar suas contas bancárias.
                                               
Todos os dias tomamos conhecimento de crimes abomináveis, em especial contra crianças, ao tempo em que a mídia apresenta denúncias variadas da roubalheira perpetrada contra a coisa pública. E daí?  Daí, nada.  Uns e outros valem-se das  facilidades e das lacunas da lei, sem que o Congresso se dê conta de continuar estimulando a impunidade. Jaula para os animais torna-se uma aspiração  nacional.

MAIS UM ABSURDO EXIGIDO PELA FIFA


Por Carlos Chagas


Se não for nesta semana, como parece que não será, na próxima a Câmara dos Deputados estará votando a chamada Lei da Copa,  regulamentando princípios para a perfeita realização de maior certame mundial  de futebol, em 2014. Perfeita? Nem pensar, do jeito que as coisas vão, porque para conquistar a designação do Brasil para a Copa, o então presidente Lula  fez concessões  absurdas à Fifa, comprometendo-se a aceitar exigências que contrariavam nossa legislação e até artigos da Constituição.
                                                       
 “Depois da festa dos cravos há que esperar  a conta do florista” – dizia o cômico Raul Solnado em seguida à revolução que derrubou a ditadura em Portugal. Aqui, do outro lado do Atlântico, é a mesma coisa. A Fifa impôs e constam do projeto agora em discussão abusivas disposições, como o fim da meia entrada para estudantes, nos estádios onde se realizarão os jogos; a venda de apenas uma marca de cerveja nos estádios, por coincidência aquela que patrocina a entidade internacional; a proibição de propaganda de produtos esportivos, alimentos e bebidas concorrentes dos que financiam a Fifa,  nas ruas e avenidas que demandarem os estádios; compromisso do governo brasileiro de arcar com despesas decorrentes de inusitados  acontecidos nas capitais escolhidas para sediar  as partidas – e outros absurdos.
                                                       
Pois agora apareceu mais um: a Fifa exige a proibição de greves e sucedâneos nas cidades escolhidas para abrigar os jogos, alegando prejuízo de bilheteria caso se vejam paralisados os transportes coletivos, os restaurantes, a hotelaria, os funcionários dos estádios e similares.
                                                       
Convenhamos, trata-se de rasgar a Constituição brasileira, que prevê o direito de greve para todos os trabalhadores. Uma  espécie de imposição nazista ou de ucasse stalinista. Uma humilhação sem paralelo em nossas relações  internacionais. Com a palavra os deputados.

Coreia do Norte aceita interromper programa nuclear em troca de comida americana


FONTE: Revista Isto É

Segundo Pyongyang, Washington prometeu fornecer 240.000 toneladas de "ajuda alimentar"

AFP
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A Coreia do Norte confirmou nesta quarta-feira ter aceitado uma suspensão de seus testes nucleares, dos lançamentos de mísseis e do enriquecimento de combustível nuclear em troca de uma ajuda alimentar americana, segundo a imprensa oficial.

Segundo Pyongyang, Washington prometeu fornecer 240.000 toneladas de "ajuda alimentar" e estudar uma ajuda adicional durante as negociações em Pequim na semana passada. Washington fez um anúncio similar. O Norte afirmou que permitirá que a agência nuclear da ONU, a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), monitore a moratória sobre o enriquecimento de urânio.

A nação comunista indicou que o lado americano se ofereceu para discutir a suspensão das sanções e o abastecimento de reatores de água leve para gerar eletricidade como uma prioridade, uma vez que as negociações sobre o desarmamento nuclear entre as seis partes forem retomadas.

As negociações de Pequim tinham por objetivo persuadir a Coreia do Norte a retornar às negociações com as seis partes, que foram abandonadas em abril de 2009. O programa de enriquecimento, divulgado pela primeira vez em novembro de 2010, pode fornecer ao Norte um caminho alternativo para a fabricação de bombas atômicas, em adição ao seu programa de plutônio de longa data.

O Norte "concordou com uma moratória sobre os testes nucleares, lançamentos de mísseis de longa distância e atividades de enriquecimento de urânio em Yongbyon e permite que a AIEA monitore a moratória sobre o enriquecimento de urânio enquanto negociações produtivas forem realizadas", informou um porta-voz de chancelaria estrangeiro à agência de notícias oficial.

Pyongyang realizou testes nucleares em 2006 e 2009 e acredita-se que tenha plutônio em quantidade suficiente para produzir de seis a oito armas nucleares.


Todos nascemos vendedores, mas somente alguns sabem disso



Nota: O texto em pauta esta em Português de Portugal. Portanto existem palavras como: miúdos (crianças), raparigas (moças ou meninas), etc. É um texto bastante interessante de ler escrito por Wilques Erlacher e que esta divulgado no blog Venda Melhor (em Português de Portugal).


emails-and-connect-already

emails-and-connect-alreadyPois é, cá estou de volta ao meu artigo semanal depois de uma belíssimas (e merecidas) férias junta da minha família no Brasil. Mas não estou aqui para falar das férias. Hoje vos trago um artigo que me fez pensar muito e que espero vos faça também pensar e valorizar ainda mais a sua profissão de vendedor.



Quando Criança:
Você e seu irmão vão passear a cada de um amigo e quando chegam lá descobrem que ele tem uma cadela que teve filhotinhos e se apaixonam por um dos filhotes. Neste momento vocês começam a conversar sobre qual a estratégia e discurso a adoptar com os seus país de forma que eles fiquem convencidos que ao deixarem vocês ficarem com o filhote de cão. Pode não ter a percepção disso, mas acabou de fazer um brainstorming para vender a vossa ideia. Isso é vender!



Quando Pré-adolescente:
Estamos na secundária, temos o azar de não fazer parte do grupo dos miúdos “populares” da escola. Temos duas hipóteses possíveis. 1) Passar a ser o saco de pancadas deles sempre que quiser brincar no mesmo local onde eles estejam; ou 2) Descobrir qual a minha vantagem competitiva em relação a eles, como por exemplo ser muito bom numa matéria, e vender a minha vantagem competitiva e assim poder passar a fazer parte. Isso é vender!



Quando Adolescente:
É sem dúvida a fase da testosterona para os rapazes e a de deslumbre das raparigas. Os rapazes fazem de tudo para venderem-se como atléticos, ou inteligentes, ou espertos, ou respeitado ou mesmo uma infinidade de argumentos. Isso para que? Poder conquistar o coração de uma menina. Elas o que fazem é começarem a vestir-se com roupas mais pequenas, a maquilharem-se, a usar acessórios maiores e vistosos, a fazer “olhinhos” ou mesmo a fazerem-se de “difíceis”. Isso para que? Para poderem conquistar o rapaz mais bonito da escola. Isso é vender!



Quando Adulto:
Chegamos a uma cidade diferente, apesar de termos feito um excelente trabalho de recolher uma série de informações na internet, ficamos perdidos. O que fazemos? Perguntamos. Vou então ser mais preciso. Chegamos na recepção do hotel e perguntamos ao recepcionista onde podemos ir comer, nos divertir e conhecer os melhores museus ou locais históricos. Ao fazemos isso, estamos, de certa forma, a confiar e a “comprar” as sugestões que ele nos deu. Depois de ir há algum dos lugares sugeridos podemos nem ter gostado, mas é impossível ficarmos indiferentes e/ou ignorarmos por completo as sugestões dadas. Isso é vender!



Nos Negócios:
Durante meses desenvolveu uma ideia de negócio e agora precisa de correr atrás de investidores. Independentemente do plano de negócio que vai ter que fazer, uma das funções principais para conseguir o investimento é conseguir vender a sua ideia de forma clara e esclarecedora aos putativos investidores.Isso é vender!



No Trabalho:
Você trabalha no departamento de impressão, e descobriu uma fórmula excelente para reduzir o número de fotocópias que são pedidas todos os dias pelos seus colegas. O que faz? Pede para falar com o seu chefe e começa a expor a sua ideia (seja ela qual for). Isso é vender!



No trânsito:
Vai atrasadíssimos para uma reunião e é apanhado pela polícia que o para em pleno percurso. No momento que nota que foi apanhado e que tem que parar (mesmo estando atrasado) começa a pensar em todos os argumentos que irá usar com o guarda quando ele se aproximar da sua janela. Você sabe que vai ser multado, mas antes exprime todos os argumentos possíveis e impossíveis para evitar isso. Depois de usar todos os seus argumentos, o guarda passa-lhe um sermão mas ficou convencido e deixa-o seguir sem ser multado. Isso é vender!


Se fizer uma retrospectiva a sua vida verá que foram imensas situações que teve que expor os seus argumentos com alguém para atingir os fins que desejava. Em todas elas você inconscientemente vendeu uma ideia, uma necessidade e conseguiu o retorno que queria. Vender não é mais do que isso, expor as suas ideias e argumentos para alguém “comprar” o que diz e ambos ganharem alguma coisa. Você até pode pensar que ao fazer uma série de argumentações ao porteiro de uma discoteca para ele lhe deixar entrar não seja venda, mas é. Você conseguiu entrar e ele acreditou que você será um bom cliente e que irá consumir bebidas. Negócio fechado.
Vender, no meu entender, é a profissão do século XXI. Para que tenha uma ideia, estudos feitos por uma universidade americana, diz que a profissão de vendedor é responsável por movimentar mas de 120.000 milhares de milhões de dólares todos os anos (algo como 120 triliões de dólares por ano). Se com esta crise, ficou desempregado ou está a ver que a empresa onde trabalha vai de mal a pior, porque não pensar em ingressar nesta profissão? Seja qual for a sua área de estudo, acredite que é uma profissão que permite os bons crescerem e ganhar muito dinheiro. Seja você a determinar o seu futuro, definir as suas horas de trabalho e como vai fazer o seu trabalho. Seja o seu próprio patrão.


Sobre o Autor:
Comunicador, Networker, Proactivo, Diligente, Orientado para execução dos objectivos, Excelente visão para o cliente e reconhecido solucionador de problemas nos seus clientes. A mais de 20 anos que trabalha em funções relacionadas com Marketing & vendas, Angariação de Clientes, Vendas Corporativas, Desenvolvimento de Negócios, Gestão de Clientes e Formação e Consultoria em Vendas. Actualmente trabalha comoCustomer Service Support Director na Saphety (empresa do grupo Sonaecom), é Secretário da Direcção na OV-APPV Associação Portuguesa dos Profissionais de Vendas e Formador do módulo de Vendas para Arquitectos e Designers na Academia Edinteriores. Na sua carreira profissional já trabalhou no IT da Petrogal (actualmente Galp Energia), como Field Engineer na Agência Reuters Portugal, Customer Service Sales Manager na Bull Portuguesa e Sales Manager na Novis Telecom e Mainroad(empresas do grupo Sonaecom). É um apaixonado por vendas e desde 2005 que escreve de forma regular no seu blogue Venda Melhor, é também gestor do grupo Venda Melhor no Linked In. Formado em Arquitectura e com duas formações avançadas em Gestão na Universidade Católica Portuguesa. Brasileiro nascido em Vitória, Espirito Santo e com a nacionalidade Portuguesa, vive desde 1987 em Lisboa. Outras áreas que o apaixonam são, entre outras, fazer caminhadas, leitura e praia.

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Que tal criar grupos para exterminar meninos de rua? Sugestão na TV de Gilmar Mendes


FONTE: BLOG DO LEANDRO FORTES

Esse fascitóide de quinta categoria se chama Márcio Mendes. É um técnico rural que a família do ministro Gilmar Mendes, do STF, mantém como cão raivoso na emissora de TV do clã para atacar adversários e inimigos políticos. A TV Diamante, retransmissora do SBT, é, acreditem, uma concessão de TV educativa apropriada por uma universidade da família do ministro. Mendes, vocês sabem, é o algoz do fim da … obrigatoriedade do diploma para o exercício de jornalistas.
Vejam esse vídeo e vocês vão entender, finalmente, a razão. Esse cretino que apresenta esse programa propõe a criação de um grupo de extermínimo para matar meninos de rua. Pede ajuda de empresários e comerciantes para montar um “sindicato do crime”, uma espécie de Operação Bandeirante cabocla, para “do nada” desaparecer com esses meninos. E preconiza: “Faz um limpa, derrete tudo e faz sabão”. Repito: trata-se de transmissão em concessionária educativa na TV da família de um ministro do Supremo Tribunal Federal. Eu denunciei isso, faz dois anos, na CartaCapital, em uma das matérias sobre os repetidos golpes que o clã dos Mendes dá para derrubar o prefeito eleito da cidade de Diamantino, que ousou vencer a família do ministro nas urnas.
Vamos ver o que diz o Ministério das Comunicações e a Polícia Federal, a respeito. Seria bom saber qual a posição do SBT, também.
Veja o vídeo:

Além de imóveis, Lopes e Brasil Brokers também sabem se vender



Vanessa Correia   (vcorreia@brasileconomico.com.br)
Imobiliárias encontram fôlego operacional com venda de imóveis usados
Imobiliárias encontram fôlego operacional com venda de imóveis usados
Enquanto construtoras afundam em bolsa e lutam por resultados, imobiliárias têm resultados recordes.
O desaquecimento nas vendas de imóveis novos não deve afetar as imobiliárias, que aos poucos voltam sua atenção para o que era o patinho feio dos negócios: os imóveis usados.
É ao crescimento de dois dígitos desse segmento que os analistas creditam perspectivas positivas nos balanços financeiros da Lopes e da Brasil Brokers e, consequentemente, impacto nas ações em bolsa.
Enquanto o Índice Imobiliário (Imob), composto principalmente por incorporadoras, apresenta avanço de 22,43% este ano depois de ter apanhado 27,70% no ano passado, as duas únicas imobiliárias listadas na bolsa brasileira mantêm ritmo acelerado. A Lopes já avançou 38,88% este ano e a Brasil Brokers, 33,69%.
No ano passado, a Lopes registrou recorde histórico de vendas, segundo a prévia operacional. Foram R$18,2 bilhões, 16% acima de 2010. Em unidades, a empresa contabilizou crescimento de 12%, com 63,1 mil unidades vendidas.
Para Luiz Maurício Garcia, analista da Bradesco Corretora, os papéis das imobiliárias são menos relevantes dentro do setor de construção civil, mas se apresentam como alternativa.
"As imobiliárias oferecem potencial de crescimento menor quando comparadas às demais empresas do setor, porém embutem risco menor uma vez que não estão envolvidas em possíveis preocupações quanto à execução dos projetos", exemplifica.
Ainda de acordo com o analista, por terem baixa necessidade de capital de giro, são consideradas boas pagadoras de dividendos.
As ações também devem se beneficiar em um cenário no qual o repasse de preços feito pelas construtoras é benéfico às incorporadoras, uma vez que sua comissão também será elevada.
"Por outro lado, a grande oportunidade de expansão está segmento de imóveis usados, que representa 60% de todo o mercado imobiliário, mas que responde entre 15% a 22% dos imóvel vendidos", completa.
Entre as ações da Lopes e Brasil Brokers, Garcia prefere a segunda "por apresentarem desconto em relação à principal concorrente listada em bolsa".
O preço-alvo para as ações da Lopes é de R$ 37,40 para o final deste ano, ante cotação atual de R$ 36,11, enquanto o preço-alvo para os papéis da Brasil Brokers é de R$ 9,40, hoje cotada a R$ 7,46.
Já Esteban Polidura, analista do Deutsche Bank, tem preferência pelas ações da Lopes dada a plataforma para desenvolver o mercado secundário em parceria com o Itaú Unibanco e a CrediPronto.
No ano passado, a joint venture assinada entre a Lopes e o Itaú financiou R$ 1,3 bilhão, expansão de 118% em relação a 2010, segundo a prévia operacional da companhia.
"O mercado ainda não reconheceu o valor que a CrediPronto tem. Além disso, a Lopes tem um dos maiores retornos sobre o patrimônio (ROE) do mercado de construção civil e tem potencial para produzir o fluxo de caixa livre positivo em breve", ressalta.
O preço-alvo do Deutsche para os papéis da Brasil Brokers é de R$ 7,20, com recomendação de manutenção, e de R$ 38,00 para os da Lopes, com recomendação de compra. Para as ações da Lopes, o analista aponta R$ 38, sendo R$ 30,00 referente à Lopes e R$ 8,00 à CrediPronto.
Para Brasil Brokers, o analista do Deutsche considera forte crescimento nos próximos três anos, mas dependência de acordos com parceiro financeiro.
"O potencial de renegociação do acordo de geração de financiamento imobiliário com o HSBC poderá resultar em termos menos vantajosos do que os assumidos atualmente", diz.

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Pessoas ricas tendem a ser menos éticas, indica pesquisa




Pesquisa de professor do Departamento de Psicologia da Universidade da Califórnia (Berkeley), mostra que pessoas de classe mais alta são mais propensas a violar a lei


Marco Pinto - EXAME.COM

, com bolsa Louis Vuitton, e jóias Mirandouro e Adriana Delmaestro durante uma festa do SBT em São Paulo
Entre esses comportamentos está furtar objetos valiosos de outras pessoas, mentir em uma negociação e dar aval a uma conduta incorreta no trabalho
Washington - As pessoas de classe social alta, com mais recursos econômicos e educação, tendem a comportamentos menos éticos do que as com menos recursos, disse nesta segunda-feira à Agência Efe o pesquisador Rodolfo Mendoza-Denton.
Mendoza-Denton, que tem origem mexicana e é professor do Departamento de Psicologia da Universidade da Califórnia (Berkeley), falou à Efe por telefone da Turquia, onde está por conta da publicação de um estudo de sua equipe na revista 'Proceedings of the National Academy of Sciences'.
'Realizamos sete estudos experimentais que nos levaram a conclusões surpreendentes, porque normalmente se pensa que as pessoas com menos recursos têm mais motivação para se comportar de maneira imoral, antiética e violar a lei', acrescentou.
A equipe, liderada por Paul Piff, efetuou dois testes em situações normais para avaliar as probabilidades de que motoristas fechassem o cruzamento de outros veículos em uma intersecção muito transitada de duas ruas, bem como de pedestres em uma esquina da mesma área de San Francisco.
O fator de referência foi a marca do veículo, a idade e aparência do motorista para apontar sua classe social.
Os autores descobriram que uma porcentagem mais alta dos motoristas de veículos caros - 'um Porsche ou uma Ferrari', disse Mendoza-Denton - se antecipava ao cruzamento de outros veículos ou dos pedestres, comparado com os motoristas de veículos de menos luxo.
Outros cinco experimentos realizados em laboratório com estudantes de licenciatura da universidade e pela internet com uma amostra de alcance nacional de adultos revelaram que os participantes que se consideravam de 'classe alta' tinham mais tendência a tomar decisões antiéticas do que os de 'classe baixa'.
Entre esses comportamentos está furtar objetos valiosos de outras pessoas, mentir em uma negociação ou para aumentar as possibilidades de ganhar um prêmio e dar aval a uma conduta incorreta no trabalho.
'As conclusões se aplicam independentemente da idade, do gênero, do grupo étnico, do credo religioso e da orientação política dos participantes', indicou o estudo.
'O importante não é apenas a conclusão de que as pessoas que estão mais acima tendem a se comportar menos eticamente, mas avaliar por que o fazem', declarou Mendoza-Denton.
'Descobrimos que as pessoas de classe baixa ou que se percebem como tal estão mais expostas a perigos, têm menos recursos e um trabalho que não é estável, o que torna suas vidas menos previsíveis', disse o pesquisador.
'Os cidadãos desse nível social trabalham mais para garantir que as relações humanas serão fortes e duradouras', acrescentou.
Por outro lado, os membros da classe alta, 'como têm mais recursos, se sentem mais seguros, têm o luxo de ser mais independentes, tendem a focar os pensamentos e as emoções em si mesmos e pensam menos nas consequências que seu comportamento tem para outros', concluiu.

Charge de Amarildo

Os ‘bikeboys’ ganham as ruas de São Paulo



Por Thiago Foresti - CARTA CAPITAL
Quatro empresas de entregas por bicicletas são uma alternativa aos mais de 200 mil motoboys da capital paulista. Foto: Alessandro Shinoda/Folhapress
Vistos de longe são uma multidão sem rosto. Escondidos sob capacetes e jaquetas escuras, eles lotam os menores espaços entre os carros e saem costurando o trânsito com pressa. Alguns não fogem de uma briga e não demonstram o menor remorso ao arrancar retrovisores no trânsito apertado de São Paulo. Pertencem a uma categoria de trabalhadores que vivem sempre sob pressão, aparecem nas estatísticas com dois mortos por dia e estão entre os que mais sofrem com a poluição do ar. Talvez por isso muitos se autodenominem: “vida louca”. São os motoboys, que no Brasil já somam 1 milhão de profissionais.
O serviço, que é combustível para esse mercado gigantesco que movimenta só em São Paulo cerca de 1 bilhão de reais por ano, são as entregas, desde pizza até produtos vendidos na internet. Pensando nisso, dois jovens empresários de 30 anos resolveram testar um novo modelo de negócio e trocaram a moto por bicicletas. “Queríamos ter um produto no qual quanto mais vendêssemos, mais estivéssemos contribuindo para o meio ambiente. Diferente de apenas compensar emissões do tipo ‘compre uma tevê e nós plantamos uma árvore pra você’”, diz Rafael Mambretti, sócio fundador da Carbono Zero Courier.
 A empresa surgiu em 2010 e tem hoje 23 entregadores que prestam serviço em toda grande São Paulo. “Já fizemos entrega até no aeroporto de Guarulhos”, diz Mambretti. A valor do frete é cerca de 30% mais barato do que o cobrado pelas empresas de motoboy e, em alguns casos, mais rápido. “Temos uma vantagem competitiva que é o fato de podermos descer da bike e andar na calçada atravessando uma rua na contramão, ou utilizar caminhos alternativos cortando parques. A bicicleta te dá uma grande mobilidade, o que ajuda muito na hora de traçar a rota”.

Fazer entregas de bicicleta é algo tão antigo quanto o próprio veículo, que começou a ser produzido em série em 1875 na França. Mas o fato é que, até pouco tempo atrás, contrapor motos com bicicletas como alternativa viável no trânsito de São Paulo era algo impensável. Hoje, essa já é uma tendência em capitais como Nova York, Paris e Londres. Na capital paulista, como o crescimento desse novo mercado, temos a chance de mitigar os problemas de um setor extremamente problemático e poluidor da sociedade.
O mercado de moto-entrega surgiu nos anos 80 e se expandiu com a onda de terceirização de serviços. Em São Paulo cresceu exponencialmente na década passada, sem planejamento, com muita desordem e com representatividade confusa – atualmente dois sindicatos disputam a legitimidade da categoria: o Sindicato dos Trabalhadores Motociclistas de São Paulo e o Sindicato dos Mensageiros Motociclistas do Estado de São Paulo. Ao todo, são mais de 200 mil motos registradas apenas nessa última entidade.
Além do perigo, o trabalho de motoboy contribui com o caos no trânsito e com a poluição atmosférica. Dados do Proconve (Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores), braço do Ibama, mostram que mesmo em números absolutos uma moto gera mais poluição do que um carro ou um ônibus. Esse número dispara se considerados os dados por pessoa no trânsito, pois uma moto transporta no máximo duas pessoas. Junte-se a isso as mortes e acidentes no trânsito.
Todas as empresas de bike courier de São Paulo convivem com uma enorme demanda de serviço e um baixíssimo investimento em marketing e divulgação. “Trabalhamos muito para que isso não aconteça, mas já ocorreram casos em que tivemos que negar um pedido por falta de tempo e entregadores”, diz Mambretti.
Apesar de estar em constante processo de contratação, a empresa procura um perfil adequado ao negócio. “Para trabalhar com a gente precisa ser cicloativista, gostar realmente de bicicleta e ter um estilo de vida compatível”, revela o empresário. Todos os entregadores da empresa são registrados, possuem seguro de vida e contra acidentes, além de ganhar uma ajuda de custo mensal para a manutenção do veículo.
São quatro empresas de entregas que prestam um serviço alternativo aos mais de 200 mil motoboys da cidade. A tendência é que com o sucesso e adesão a esse novo (e ao mesmo tempo antigo) modelo de negócio, novas empresas surjam no mercado. Uma delas é a Giro Courier, que está há menos de seis meses no mercado e ostenta uma agenda de entregas de dar inveja a qualquer empresa tradicional de motofrete. Com clientes como Greenpeace, Odebrecht, Heineken e diversas agências de publicidade, a Giro Courier tem três entregadores fixos e uma rede de freelancers. Segundo Paulo Zapello, proprietário da empresa, também existe a mesma preocupação com o perfil do trabalhador. “Preferimos contratar esportistas e amantes da bicicleta. Isso traz mais segurança e comprometimento”.
Tanto Zapella quanto Mambretti são otimistas. Acham que em breve a hegemonia nas entregas de São Paulo será das bicicletas. “Isso seria excelente, mas nesse processo será muito importante a educação e comportamento dos ciclistas”, diz Maria da Penha Pereira Nobre, coordenadora da divisão de trânsito do Instituto de Tecnologia (IE). Segundo Maria da Penha, os novos entregadores precisarão adotar uma postura não agressiva e defensiva, ou do contrário poderão, além de sofrer acidentes, conquistar a mesma antipatia que parte dos motoboys têm hoje.
Mas a especialista em trânsito admite que a crescente demanda por entregas a bike pode mexer na estrutura da cidade. “Hoje São Paulo não conta com ciclofaixas durante a semana. Com a crescente demanda dentro do mercado de trabalho o poder público será obrigado a repensar o espaço para ciclistas dentro do trânsito”.
Caso a tendência realmente se acentue e a cidade presencie um boom, como ocorreu com os motoboys há 20 anos, o mercado de entregas terá um papel muito importante na reestruturação e sustentabilidade do trânsito em São Paulo. “Muita gente até gostaria, mas não tem coragem de trocar o carro por uma bicicleta. Nesse caso, ela pode optar e incentivar quem tem coragem, isso não deixa de ser uma forma de contribui também”, acredita Mambretti.

Entidades querem fim de foro privilegiado



Representantes de juízes e procuradores defendem que autoridades sejam processadas em primeira instância


Reportagem da Folha revela que omissões arrastam por anos decisão de processos contra políticos

A corregedora do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), Eliana Calmon, e as principais entidades representativas de juízes e procuradores da República defenderam ontem a extinção do foro privilegiado no país.

A Folha mostrou ontem, no caderno "A Engrenagem da Impunidade", que falhas e omissões atrasam os processos contra políticos. ...

A reportagem analisou 258 processos e inquéritos sobre 166 políticos. A íntegra dos casos passou a ser divulgada pelo projeto "Folha Transparência". Os primeiros 21 casos já estão no ar.

Segundo a legislação, parlamentares federais, ministros e outras autoridades só podem ser processados e julgados no STF (Supremo Tribunal Federal) em matéria criminal. Os governadores são julgados no STJ (Superior Tribunal de Justiça).

A mudança, pela qual todas as autoridades passariam a ser processados na primeira instância do Judiciário, só poderia ser feita com uma emenda à Constituição.

"O foro é próprio de 'república das bananas', para deixar a salvo as pessoas que querem ficar à margem da lei", disse ontem Calmon.

O ministro José Eduardo Cardozo (Justiça) disse que a impunidade incentiva a criminalidade. Segundo o presidente da AMB (Associação dos Magistrados Brasileiros), Nelson Calandra, o foro "é, para muitos casos, sinônimo de impunidade".

Para Gabriel Wedy, presidente da Ajufe (Associação dos Juízes Federais), há também "razão filosófica" para a extinção do foro. "Não é crível que o cidadão comum seja julgado por um juiz e o político seja julgado por outro."

O presidente da ANPR (Associação Nacional dos Procuradores da República), Alexandre Camanho, disse que "Se os casos fossem para a primeira instância, creio que haveria um efeito didático, porque começariam a haver condenações."

O presidente da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Ophir Cavalcanti, disse que "o foro é um escudo para proteger os políticos".

Para Cláudio Weber Abramo, diretor-executivo da Transparência Brasil, o Ministério Público se tornou "um órgão opaco". "Percebemos que as investigações muitas vezes não vão para frente por falta de vontade."

Por Felipe Seligman, Fernando Mello, Lucas Ferraz, Rubens Valente e Simone Iglesias

Fonte: Jornal Folha de São Paulo