Notas da coluna de Carlos Brickmann publicadas hoje por diversos jornais
FINESSE OBLIGE
O governador socialista do Ceará, Cid Gomes (firme aliado do Partido dos Trabalhadores e dilmista desde criancinha), acaba de contratar um bufê para prestar serviços ao Palácio e à residência oficial.
Preço: 3,4 milhões de reais, por um ano.
Os 700 garçons, 500 garçonetes e 15 chefs de cuisine oferecem um cardápio com 495 itens, como bombinhas de escargot, crepe de lagosta, pães exóticos, vieiras, paellas, frigideiras de camarão com arroz selvagem, bombinhas de salmão com caviar, arroz de champagne, bolinhos de bacalhau com sementes de papoula e molho de vinho tinto, camarão ao Sol Nascente, seja lá isso o que for.
Bom gosto
O bufê Anira, contratado pelo governo cearense, deve ser bom.
Cid Gomes tem gostos refinados: por exemplo, contratou o tenor Plácido Domingo, estrela internacional, para um espetáculo; e Ivete Sangalo para o show de inauguração de um hospital, cuja marquise, aliás, caiu antes da inauguração.
Bandas e shows custaram ao Tesouro cearense, nos dois mandatos de Cid, 81 milhões de reais. Mais 67 milhões de reais foram gastos com aluguel de jatinhos – num deles, recorde-se, Cid Gomes levou a família inteira para a Disney. E, mostrando sua devoção pela esposa, levou junto também a sogra.
Como perguntaria o imortal personagem Justo Veríssimo, e o povo? O povo, ora, participa da festa. Pagando a conta.
Dúvida cruel 1
O ministro Barroso diz que o Mensalão não é o maior escândalo da História do país. Se ele o diz, deve ser verdade.
Este colunista, que nem sabia que houvesse ranking de escândalos, está curioso: ministro, qual então é o maior?
Dúvida cruel 2
O ministro da Aviação Civil, Moreira Franco, está tentando salvar as empresas aéreas brasileiras, que vêm tendo prejuízos bilionários. Reuniu-se com os presidentes da TAM, Gol, Azul e Avianca, que pediram a redução dos impostos sobre combustível de aviação para que possam enfrentar seus problemas. Só que o Governo está estimulando a Azul a comprar a portuguesa TAP.
Se a empresa tem prejuízo, por que comprar outra cujo prejuízo é tamanho que teve de ser posta à venda?
Tudo bem, o BNDES financia.
Mas como pagar o financiamento?
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