sexta-feira, 5 de outubro de 2012

BOA NOTÍCIA PARA DELINQÜENTES GERIÁTRICOS



Ancião
Sabiam que o cérebro melhora com a idade? As últimas investigações científicas demonstram que a atividade mental modifica o cérebro e nos conduz ao que conhecemos como “sabedoria”. Estes últimos descobrimentos se inserem no que se denomina Neuroplasticidade. Durante muitos anos se acreditou que, a partir de certa idade, o número de neurônios não se renovava mais. As últimas investigações da neurociência demonstram que o cérebro pode se regenerar mediante seu uso e potenciação. A chave para o sucesso é a Neuroplasticidade (foto), que é moldar a mente, o cérebro, através da atividade.
O cérebro muda de forma, segundo as áreas que mais utilizamos, de acordo com a atividade mental. Em março de 2000, investigadores da Universidade de Londres descobriram que os taxistas dessa cidade tinham uma parte do cérebro, o Hipocampo – região importante para a memória espacial – particularmente desenvolvida, muito mais que o resto das pessoas, porque a exercitavam mais, memorizando a cada dia ruas e caminhos. Nesses, a capacidade de memorizar não diminuía, mas aumentava com o passar dos anos. Em 2002, cientistas descobriram a mesma coisa na Circunvolução de Heschl dos músicos, área do córtex cerebral importante para processar a música. Em 2004, o Instituto de Neurologia de Londres, obteve os mesmos resultados investigando a Circunvolução angular esquerda, estrutura do cérebro importante para a linguagem, nos bilíngües. Estes estudos levaram ao resultado:
Nós, seres humanos, podemos criar novos neurônios ao longo de toda a vida.
O esforço para criarmos novos neurônios pode aumentar mediante o esforço mental.
Os efeitos são específicos: dependendo da natureza da atividade mental, os novos se multiplicam com especial intensidade em diversas zonas cerebrais.
É a neuroplasticidade, em que a atividade pode moldar a mente e demonstra a importância de se manter atividade mental intensa, conforme envelhecemos. Se o exercício físico protege nossa saúde cardiovascular, o exercício cognitivo protege nossa saúde cerebral, sendo fator de proteção contra demência e senilidade.
Ficou provado que os cérebros das pessoas mais velhas não degeneram, mas têm uma evolução particular, de acordo com a atividade realizada, o que torna essas pessoas “sábias” quando chega a velhice.
Também está provado que é natural uma deterioração maior no hemisfério direito que no esquerdo. Porque se usa mais o esquerdo, encarregado de acionar tarefas já aprendidas e consolidadas. Para aprender algo, necessitamos mais do direito, mas quando alcançamos certo nível de perícia, transformam-se em padrões, e essas atividades passam para o esquerdo. Ao acumular esse repertório – habilidades e capacidade para reconhecer padrões – nos permitem abordar novas situações com familiaridade. É a “experiência”. À medida que envelhecemos, a atividade mental está dominada por essas rotinas cognitivas, o “piloto automático”. Isso não é ruim, pois permite resolver problemas complexos mediante o reconhecimento instantâneo dos padrões, sem muito esforço, problemas que podem representar um verdadeiro desafio para uma mente mais jovem. Há que se pensar que a estimulação cognitiva, que obriga a utilizar o hemisfério direito, é um ingrediente no estilo de vida que ajuda a evitar a deterioração do cérebro. A corrente científica dominante respalda a afirmação de que a vida mental intensa desempenha um papel essencial no bem-estar cognitivo, nas etapas avançadas da vida.
Que tal a idéia de incluir o exercício cognitivo, de forma regular, como um traço para nosso novo estilo de vida? Computando a incipiente compreensão da função da neuroplasticidade na conservação da saúde mental, podemos fazer surgir um novo fenômeno de massa: Fitness mental!
(1) Fonte: Dr. Elkhonon Goldberg, Neurologista e diretor do Instituto de Neuropsicologia de Nova York.

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