segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Curiosidades da Revolução Francesa: O Calendário Revolucionário


Com a instauração da República através da formação da Convenção Nacional a 20 de Setembro de 1792 e, principalmente, depois da chegada dos jacobinos ao poder, em 2 de julho de 1793, a Revolução Francesa radicalizou-se, buscando transformar completamente a sociedade francesa.  Uma das medidas usadas para empreender essa transformação profunda foi a criação de um novo calendário, diferente do calendário gregoriano, símbolo do cristianismo e do Antigo Regime Monárquico que havia sido extinto. Ele foi adoptado a partir de 1793, mas o seu início marcaria a data de 22 de Setembro de 1792.
O objectivo era iniciar a marcação de uma nova era de ruptura com as tradições cristãs e mais próxima do racionalismo burguês. O ano I, iniciado em 1792, era o ano da adopção da Constituição que havia instituído o sufrágio universal, a democratização.
A elaboração do calendário foi obra do matemático Gilbert Romme, que manteve a divisão do ano em 12 meses, mas com profundas alterações nas demais marcações. Os meses seriam compostos por trinta dias, divididos em semanas de 10 dias, que foram chamadas de decêndios. Os dias eram numerados de um a dez, recebendo os seguintes nomes: primidi, duodi, tridi, quartidi, quintidi, sextidi, septidi, octidi, nonidi e décadi. Posteriormente, cada dia receberia um nome específico, retirado de elementos da natureza como plantas, animais, pedras etc. A quantidade de dias dentro desses meses somava 360 dias. E havia ainda a defasagem entre o tempo do calendário e o tempo dos movimentos da terra e dos demais astros celestes. Para isso instituíram-se cinco dias de feriados, os dias dos sans-culottes, mantendo ainda a utilização do dia bissexto a cada quatro anos.
A marcação do tempo dentro de um dia também foi alterada com o estabelecimento do dia de 10 horas, contando cada hora com 100 minutos e cada minuto com 100 segundos. Pode-se perceber que a base do cálculo era a numeração decimal.
Para a denominação dos meses, os revolucionários pediram que o poeta Fabre d’Eglantine criasse uma nova denominação para cada um deles. A sua inspiração foi encontrada na referência às estações do ano, ficando da seguinte forma o calendário:
Outono
Vindimiário (vendémiaire, remetendo à colheita da uva): 22 de Setembro a 21 de Outubro;
Brumário (brumaire, remetendo às brumas, aos nevoeiros): 22 de Outubro a 20 de Novembro;
Frimário (frimaire, remetendo às geadas): 21 de Novembro a 20 de Dezembro.
Inverno
Nivoso (nivôse, remetendo à neve): 21 de Dezembro a 19 de Janeiro;
Pluvioso (pluviôse, remetendo às chuvas): 20 de Janeiro a 18 de Fevereiro;
Ventoso (ventôse, remetendo aos ventos): 19 de Fevereiro a 20 de Março.
Primavera
Germinal (germinal, remetendo à germinação): 21 de março a 19 de Abril;
Florial (floréal, remetendo às flores): 20 de Abril a 19 de Maio;
Prairial (prairial, remetendo aos prados): 20 de Maio a 18 de Junho.
Verão
Messidor (messidor, remetendo às colheitas): 19 de Junho a 18 de Julho;
Termidor (thermidor, remetendo ao calor): 19 de julho a 17 de agosto;
Frutidor (fructidor, remetendo ao fruto, à frutificação.): 18 de Agosto a 20 de Setembro.
Os dias dos sans-culottes seriam entre 17 de Setembro e 21 de Setembro.
Este calendário eliminou ainda os feriados religiosos, bem como os domingos utilizados pelos cristãos como dia de adoração a Deus. O resultado foi a oposição da população ao calendário, já que a sua maioria era cristã. Com a chegada de Napoleão ao poder, foram ordenados o fim da utilização do calendário revolucionário e a volta do calendário gregoriano a partir de 31 de Dezembro de 1805. O calendário revolucionário francês seria reutilizado somente nos dois meses de vigência da Comuna de Paris, em 1871.
wikipedia(imagens)

 File:Calendrier-republicain-debucourt2.jpg
Calendário Republicano de 1794

Alegoria do Termidor

O que espera Lula - Ricardo Noblat



Somente Deus, para os que acreditam nele (eu acredito), e o juiz federal Sérgio Moro, de Curitiba, saberão dizer com segurança se está próxima ou distante a prisão de Lula por suspeita de envolvimento na roubalheira na Petrobras. E também na Nuclebras. E também na Eletrobrás. E sei lá mais onde.
O que parece cada vez mais provável é que um dia acordaremos ou iremos dormir com a notícia de que Lula foi chamado a depor. Por deferência ao cargo que ocupou duas vezes, talvez lhe seja concedido o direito de escolher dia e hora para ser ouvido. Desde que não demore. O juiz tem pressa.
A faxineira da minha casa comentou, sem nenhum assombro, tão logo ficou sabendo, ontem, da nova prisão do ex-ministro José Dirceu:
- Já, já vão chegar no Lula.
E continuou a faxina. Ela votou em Lula duas vezes, e em Dilma uma. Votou em Marina no primeiro turno da eleição passada. E em Aécio Neves no segundo turno. É maranhense, casada, mãe de três filhos e mora em uma cidade-satélite de Brasília. Garante que nunca mais votará no PT. Não perdoa as mentiras de Dilma.
Antes de se eleger presidente, Lula chamou Sarney de ladrão. Uma vez eleito, saiu em defesa dele classificando-o de “homem incomum”. Como tal, não mereceria ser acusado de nada. Se um dia, e por merecimento, Lula pode ser chamado igualmente de “homem incomum”, hoje não pode mais. E não é.
Um jornalista perguntou a um dos procuradores da Lava Jato se Lula estava sendo investigado. E se poderia ser preso. O procurador driblou com jeito as duas perguntas. Mas fez questão de dizer que qualquer cidadão pode ser investigado, seja pela Justiça comum ou pela Justiça superior. E que a comum pode investigar Lula, sim.
No churrasco servido, ontem à noite, por Dilma no Palácio da Alvorada a líderes dos partidos que supostamente a apoiam, a conversa era uma só: a prisão de Dirceu. E o que ela significa – que o objetivo da Lava Jato é alcançar Lula. Não acho correto que se diga que o objetivo da operação é esse.
Dá-se, assim, a impressão de que a operação foi armada ou está sendo conduzida com a intenção de pegar Lula. Os fatos apurados pela Polícia Federal e pelo Ministério Público é que ditam os rumos da investigação. Se eles apontam na direção de Lula como o poderoso chefão, fazer o quê?
Justiça, oposição e os chamados movimentos sociais decidiram na época do mensalão que o processo de investigação não deveria ir além de José Dirceu. Como se Dirceu pudesse ter montado um esquema de compra de partidos e de políticos à revelia de Lula ou até contra sua vontade.
Governador de Minas Gerais, Aécio foi o cacique da oposição que mais se empenhou para livrar Lula de qualquer maior incômodo. Agora, ele repete que nem comemora prisões nem as lamenta. A declaração não deverá se aplicar somente à prisão de Dirceu. Aécio, mas não só ele, não verterá uma lágrima se Lula for preso.
Os demais caciques da oposição ou querem ver o fim de Lula ou não mais se recusam a ver. A Justiça se comporta com mais coragem. E os movimentos sociais... Bem, os movimentos sociais estão rompidos com Dilma. E decepcionado com Lula. De resto, estão intimidados pelo ronco das ruas. Por falar em ruas...
E assim caminha a humanidade. O que antes causaria espanto, agora se torna digerível. É mais uma evidência da robustez das principais instituições do país. Vida que segue.
Cartão vermelho Lula (Foto: Arte: Antonio Lucena)(Arte: Antonio Lucena)

A farra dos Cargos de Confiança - Célio Pezza


A estrutura governamental da administração Dilma, com seus 39 ministérios, custa perto de R$ 500 bilhões por ano aos cofres públicos e possui mais de 100 mil pessoas em cargos de confiança. Este número é um deboche ao trabalhador e contribuinte que não vê nenhum resultado prático dessa gastança desenfreada.

Dentro dessa triste realidade, chama nossa atenção essa imensa quantidade de cargos de confiança e seus valores. Só no Ministério da Educação, temos mais de 50 mil cargos de confiança, fora os cerca de 300 mil efetivos. Vale lembrar que na época de Juscelino Kubitschek tínhamos 13 ministérios.

Durante a Ditadura Militar nunca passamos de 16. José Sarney tinha 25, Fernando Henrique 24, Lula subiu para 35 e Dilma chegou a 39.  Países como Alemanha e Estados Unidos têm respectivamente 14 e 15. Isso mostra claramente que a criação de ministérios e cargos de confiança é uma forma de abrigar a corte governamental e sua base aliada. Faltam professores, médicos, policiais, mas sobram assessores para todos os lados. Cada deputado federal pode ter até 25 assessores.

Para a Presidência e Ministérios não há limites de cargos de confiança, bastando que sejam autorizados pela Presidenta. Com tudo isso, temos um dos piores serviços públicos do mundo. Em termos de salários, um motorista ou uma secretária do IPEA ganha mais que um professor com doutorado no magistério público. Cada senador pode contratar até 50 assessores comissionados, cada deputado até 25 e assim por diante. A Presidência da República tem cerca de 7.000 servidores e esses cargos envolvem gastos absurdos.

No final de 2014, o Planalto adquiriu eletrodomésticos, toalhas de banho, aparelhos de ginástica e outros, pela bagatela de R$ 260 milhões, para melhorar o condicionamento físico dos seus servidores e seguranças. Atualmente, pressionada pelos movimentos das ruas e pesquisas que apontam mais de 93% de rejeição ao seu governo, Dilma Roussef deve ser forçada a diminuir a gigantesca máquina de desperdiçar dinheiro público que ajudou a criar e extinguir alguns ministérios que nem deveriam ter sido criados. 

Ao mesmo tempo em que aumentam impostos, retiram direitos dos trabalhadores, sufocam as empresas e causam recessão e desemprego, o governo continua com uma máquina inchada, ineficiente e que segue gastando sem limites o nosso dinheiro. Até quando o governo vai continuar com essa gastança, vivendo em outro mundo e rindo da nossa cara? Quando vai desmontar essa máquina imoral, parar de criar cargos inúteis e se concentrar no que realmente importa para o país?

DEPUTADOS NA MÃO DE EDUARDO CUNHA. ELE SABE O QUE TODOS FIZERAM!



by Leudo Costa
(DIÁRIO DO PODER)O Planalto aciona os governistas que restam no Congresso para espalhar uma maldade: o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, estaria usando o contrato secreto da CPI da Petrobras com a empresa inglesa Kroll para investigar adversários, buscando ligá-los a contas em bancos de paraísos fiscais, e também a ex-advogada Beatriz Catta Preta e o lobista Júlio Camargo, que delatou Cunha na Lava Jato.
A prorrogação do contrato da empresa Kroll constrange a diretoria-geral da Câmara, que o assina e o paga.
Servidores da Câmara dizem que só para casos excepcionais, ligados à segurança nacional, é possível renovar contratos como o da Kroll.
Eduardo Cunha teria ordenado devassa em contas de adversários após ser acusado de exigir US$ 5 milhões de propina de Julio Camargo.
Encerrado em julho, o primeiro contrato com a Kroll custou R$ 1,18 milhão. Novas etapas de investigação terão custos adicionais.
fonte - http://cristalvox.com.br/2015/08/10/deputados-na-mao-de-eduardo-cunha-ele-sabe-o-que-todos-fizeram/

Dilma, legítima e insustentável - MARY ZAIDAN

POLÍTICA


Dilma Rousseff está coberta de razão quanto à legitimidade de seu mandato. É absolutamente legítimo. Assim como, goste-se ou não, são legítimos os mandatos dos parlamentares, incluindo os do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). A presidente parece ou prefere não entender que o cerne da crise não é legitimidade, mas credibilidade. Ou melhor, a falta dela.
Por obedecer aos ritos da legalidade, também são legítimos os movimentos daqueles que discutem vias constitucionais de impedimento da presidente ou que, diante da possibilidade de que a vitória nas urnas tenha sido fruto de campanha financiada com dinheiro sujo, questionam a validade do resultado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Ações legítimas, mas de crédito duvidoso, já que contaminadas pelo beneficio direto que proporcionariam aos seus autores. No caso, o PSDB.
Vocábulos sonoramente semelhantes, legitimidade e credibilidade em muito se diferem, embora devessem ser complementares. Normalmente, alguém legitimamente eleito tem créditos suficientes para fazer até o inimaginável. Fernando Collor de Mello conseguiu confiscar o dinheiro dos brasileiros com apoio do Congresso Nacional.
Itamar Franco - que legitimamente assumiu a Presidência depois da renúncia-impeachment de Collor - e Fernando Henrique Cardoso gozaram de credibilidade e, consequentemente, razoáveis condições de governabilidade.
Lula, o maior líder popular da história recente, soube como ninguém acumular créditos. Poderia usufruir deles agora não tivesse cedido à tentação de dominar tudo e todos por métodos que mais tarde se descobririam criminosos.
Ao inaugurar o presidencialismo de coalizão sustentado pelo toma-lá-dá-cá de cargos e dinheiro vivo, Lula manteve-se popular, mas corroeu sua credibilidade.
Dilma seguiu na mesma trilha no primeiro mandato. Conseguiu não só ficar em pé, mas se reeleger, ainda que à custa de mentiras e, sabe-se lá, recursos de campanha surrupiados da Petrobras e de outras empresas públicas, conforme delações já feitas no curso da operação Lava-Jato. 
O Mensalão e a Lava-Jato - operações de indiscutível legitimidade, mas tidas pelo PT como golpistas – criaram imensas dificuldades ao presidencialismo de coalizão. Com verbas minguadas, a fantástica maioria congressual forjada pela garantia de mesada começou a se desintegrar. Primeiro, lentamente, agora, em velocidade estonteante.
Já no início do seu legítimo segundo mandato, Dilma teve de lançar mão de seus derradeiros créditos. Viu-se forçada a fazer um ajuste fiscal com o qual não concordava e nomear um ministro da Fazenda que não queria. Traiu, uma a uma, as premissas que a elegeram.
Rejeitada pela maioria esmagadora do país – 71% reprovam o seu governo, segundo o Datafolha -, a presidente não reúne condições de arregimentar tropas para vencer as crises econômica, política e moral que afundam o país.
A legitimidade de Dilma hoje lembra a dos contos de réis ou dos cruzeiros e cruzados velhos e novos. Notas legítimas que perderam o valor de face e tiveram de ser substituídas.
Dilma Rousseff  (Foto: Fernando Bizerra Jr. / EFE)Dilma Rousseff (Foto: Fernando Bizerra Jr. / EFE)

AUTORIDADE LEGAL E AUTORIDADE LEGÍTIMA


Por Maria Lucia Victor Barbosa (*)
A corrupção no Brasil tem uma longa trajetória, que aliada à impunidade nos infelicitou ao longo dos séculos. Sem me alongar sobre o tema recordo que o Estado brasileiro teve desde seu início ação centralizadora e tuteladora da Nação. Tudo dependia do governo e, assim, o comércio e a indústria estavam atados às autorizações, às tarifas protecionistas, às concessões, o que facilitava o suborno. Em essência nada mudou.
Em 2002, o PT chega à presidência da República jactando-se de ser único partido ético que vinha para acabar com as mazelas da política brasileira. E melhor: à frente do partido havia um “pobre operário” capaz de salvar a pátria, um padroeiro dos pobres e oprimidos.
Contudo, pode-se dizer que nunca antes nesse país houve um partido tão corrupto quanto o PT. Os petistas institucionalizaram a corrupção e convidaram aliados políticos e a inciativa privada para abrir franquias de roubalheira.
A força e a impunidade do PT se deveram basicamente a três fatores: a ilusão gerada pela propaganda, através da qual Lula da Silva foi endeusado. A inexistência de oposições, tanto partidárias quanto institucionais. A falta de cultura cívica do povo sempre dependente do Estado paternalista e indiferente aos escândalos de corrupção dos poderosos.
Além da corrupção o governo petista expandiu os males do Estado Brasileiro: o patrimonialismo, o nepotismo, a burocratização e, sobretudo a incompetência. Tudo sob a imagem da perfeição, das maravilhas que o magnânimo pai Lula prodigalizava aos desvalidos salvando-os da miséria.
Nos porões do poder, porém, muito mais lucravam os que Lula, para efeitos externos, chama de elites, várias das quais se associaram em contubérnios com a companheirada de modo nunca visto. E, assim, roubou-se em milhões, em bilhões, em avantajadas cifras no país do dá-se-um-jeito.
Primeiro, articulou-se o mensalão ou compra de congressistas como forma de sustentar o projeto de poder do PT. Inabalável, mesmo sob o efeito das condenações do STF onde se notabilizou o ministro Joaquim Barbosa que logrou enviar para a cadeia maiorais do PT como José Dirceu, José Genoíno, Delúbio Soares, João Paulo Cunha, além dos auxiliares dos criminosos, Lula logrou eleger uma mulher que não consegue sequer proferir um pensamento coerente.
Com ela deu-se o terceiro mandato de Lula da Silva. Foi o tempo do descalabro com todos os possíveis erros que se pode cometer em economia.  Mesmo assim, Rousseff, com pouca margem de votação se reelegeu montada nas mentiras e no terrorismo politico do marqueteiro João Santana, que atribuiu ao adversário o apocalipse brasileiro que se vê agora é da autoria da criatura de Lula e dele próprio.
O presidente de fato seguiu inimputável, sempre a repetir que não viu nada, não sabia de nada, não ouvia nada, enquanto a inflação, o desemprego, a inadimplência vão infelicitando eleitores e não eleitores do PT.
O megaescândalo do petrolão estilhaçou a Petrobrás, orgulho nacional, tomada de assalto pelo aqui citado contubérnio. Mas, assim como o ex-ministro Joaquim Barbosa surgiu alguém que fez a diferença, o juiz Sérgio Moro, destacando-se também o trabalho da Polícia Federal e de procuradores na 0peração Lava Jato. Nesta ação inédita no Brasil estão indo para cadeia não só doleiros e auxiliares da rapina chamados de operadores, mas também presidentes das maiores empreiteiras, seus diretores e ocupantes de altos cargos na Petrobras.
Possivelmente, o povo tomaria conhecimento desses fatos com indiferença se não fosse o esboroar da economia, pois é certo que não há governo que resista quando a economia vai mal. Junte-se a isso a inconformidade popular que não aceita pagar pela incompetência governamental e temos o resultado da última pesquisa Datafolha, na qual Rousseff aparece como a pior presidente que o Brasil já teve, com 71% de reprovação e só 8% de aprovação.
É dito, falseando a questão, que um impeachment da inoperante presidente levaria ao caos institucional. Quando Collor, com grande participação do PT, sofreu o impeachment por muito menos do que hoje ocorre, as instituições ficaram intactas.
Falso também a presidente dizer-se intocável porque foi eleita pelo voto. Uma coisa é autoridade legal, outra é autoridade legítima. No momento ela não é mais legitimada pela população e o que se chama de crise política pode ser traduzida por crise de representatividade. Ela não representa mais o povo cansado de seu estelionato eleitoral e de sua incompetência.
O PT legou ao Brasil uma crise política de representatividade, uma crise econômica e uma crise de valores. A saída de Rousseff da presidência, dentro dos trâmites legais não é golpe. Golpe é sua permanência. Afinal, a emblemática segunda prisão de Jose Dirceu demonstrou que o PT nunca agiu em nome da causa, mas em causa própria. Não dá para suportar mais um governo assim. A causa caiu.
(*) Maria Lucia Victor Barbosa é socióloga. www.maluvibar.blogspot.com.br

CHARGE DO SPON - Lula, Petrolão, Curitiba e Suite...


LIMITES PARA UM EX-PRESIDENTE, POR FÁBIO MEDINA OSÓRIO PARA O GLOBO

Uma indagação vem se fortalecendo na sociedade brasileira: depois de exercer uma função pública altamente relevante, a pessoa tem o direito de prestar consultorias a empresas privadas? De que forma uma consultoria pode tornar-se lícita ou ilícita? Quais seriam os limites das relações de um ex-agente público que ocupou cargo de alta responsabilidade com o setor privado, logo após o término do seu mandato, considerando-se o pleno acesso obtido no mandato às informações de natureza privilegiada?


As reflexões em exame podem ser desdobradas em múltiplos segmentos. Porém, vamos nos ater, neste momento, ao mais alto mandatário do Brasil: o presidente da República. Detentor dos mais valiosos segredos da nação, conhecedor e guardião de informações privilegiadas em todas as áreas que competem à administração pública e aos interesses estratégicos, um ex-presidente deveria possuir, após o fim do mandato, condições que lhe assegurassem plena independência frente aos agentes políticos e econômicos, sejam nacionais, sejam internacionais.

A figura de um ex-presidente da República pertence, em grande medida, à nação, e não se deveria permitir sua apropriação por empresas privadas, tal a magnitude do cargo, e tamanha a grandiosidade de seus poderes e de sua representatividade. No entanto, regras balizam o jogo e árbitros existem, na separação de poderes, para avaliar os conteúdos dessas regras. Os magistrados julgam o que é permitido ou proibido num Estado Democrático de Direito. E as pessoas são livres para desempenhar atividades que não lhes sejam vedadas, sobretudo no setor privado.

A definição quanto às vedações de conflito de interesses aos agentes públicos que exerceram funções na Presidência da República está no Decreto nº 4.801/02, hoje contemplada na Lei de Conflito de Interesses (12.813/13). Dessa forma, não só a lei é aplicável a quem tenha exercido as funções de presidente, mas também é eficaz, em razão da regulamentação preexistente, naquilo em que não revogou. De acordo com esta lei, considera-se conflito de interesse a situação gerada pelo confronto entre interesses públicos e privados, que possa comprometer a coletividade ou influenciar, de maneira imprópria, o desempenho da função pública.

A influência de um personagem do porte de um ex-presidente pode ser devastadora, quando exercida negativamente. Reputa-se informação privilegiada a que diz respeito a assuntos sigilosos ou relevantes ao processo de decisão no âmbito do Poder Executivo federal, que tenha repercussão econômica ou financeira e que não seja de amplo conhecimento público. Aquele que ocupou o mais alto cargo no Poder Executivo federal deve agir de modo a prevenir ou a impedir possível conflito de interesses e resguardar informação privilegiada. No caso de dúvida sobre como prevenir ou impedir situações que configurem conflito de interesses, pode-se consultar a Comissão de Ética Pública, criada no âmbito do Poder Executivo federal, ou recorrer à Controladoria-Geral da União.

Exige-se, pois, uma probidade pós-mandato, uma espécie de observância de deveres relacionados à moralidade administrativa dos ex-ocupantes do mais alto posto da nação, coibindo-se atividades espúrias, relacionamentos indevidos e fundamentalmente o uso de informações privilegiadas obtidas em razão do exercício das funções. A informação privilegiada está no centro do enriquecimento ilícito contemporâneo e, principalmente, na raiz de verdadeiros impérios constituídos via “consultorias” etéreas, desprovidas de suporte fático ou base empírica, e alicerçadas apenas na posição política do prestador dos serviços.

Configura, pois, conflito de interesses, após o exercício de cargo ou emprego no âmbito do Poder Executivo federal, a qualquer tempo, a conduta de divulgar ou fazer uso de informação privilegiada obtida em razão das atividades exercidas. Há uma obrigação de sigilo perpétuo das informações privilegiadas por parte daqueles que ocuparam o cargo de presidente da República do Brasil. Salienta-se que conflitos de interesses, quando comprovados, suscitam reações legítimas da sociedade e das instituições fiscalizadoras, notadamente no manejo de regras e princípios de Direito Público Punitivo.

Fábio Medina Osório é presidente do Instituto Internacional de Estudos de Direito do Estado

Nem todos estão em crise: filho de Lula abre mais uma empresa


Os sócios são os mesmos da PlayTV, os irmãos Fernando e Kallil Bittar.


Foto: Nelson Almeida - AFP
Foto: Nelson Almeida – AFP
informação é de Murilo Ramos, do Expresso da Época, trecho a seguir:
“Fábio Luiz Lula da Silva, o Lulinha, o filho mais próspero do ex-presidente Lula, ignora a crise econômica e empreende. Acaba de abrir a FFK Empreendimentos, empresa com capital de R$ 150 mil em sociedade com os irmãos Fernando Bittar e Kalil Bittar; daí o nome FFK. A sede da empresa é a mesma da Play TV”

Pois é. Nem todos foram atingidos seriamente pela crise econômica.

POR QUE SÓ O PT NÃO SE ESCANDALIZA ? - PERCIVAL PUGGINA


Tenho acompanhado as manifestações de petistas sobre a nova prisão do empresário José Dirceu, um dos mais bem remunerados consultores do país.

Verdadeiro fenômeno, o Zé! De militante comunista a exilado em Cuba; de dono de uma loja de roupas masculinas no interior do Paraná a deputado federal pelo PT; de ministro Chefe da Casa Civil a condenado pivô do mensalão; da Papuda à magnata no mercado de consultoria. Nessa atividade, alcançou tamanha competência que muitas das maiores empresas do país fazem fila para depositar em suas contas, remunerando com cifras que se avolumam aos milhões os bons serviços prestados. Nada mau para um ex-militante da Ala Marighela do PCB e do Agrupamento Comunista de São Paulo (AC/SP). De comunista a capitalista. Da devoção à estrela vermelha à adoração do bezerro de ouro.

Seu partido, a cada aparição, certamente lembrando seus tempos de militante comunista e dirigente partidário, festeja-o como "guerreiro, herói do povo brasileiro!". Hoje, sua influência no mundo dos negócios, sua qualificação como consultor para empresas de variados ramos de atividade, unidas pelo fio condutor dos interesses nos recursos públicos, o credencia a condição de benfeitor de malfeitores no mundo empresarial brasileiro.

A operação Lava Jato vem desbravando incontáveis trilhas, através das quais, ininterruptamente, desde 2003, vem drenando dinheiro do povo para os aparelhos partidários da base do governo. Enquanto o prestígio deste rola escada abaixo, a sociedade vai compreendendo que foi vítima de um assalto à caneta e maleta. Caneta para assinar ordens de pagamento e maleta para carregar dinheiro. Dinheiro nosso, repito, porque o Estado não tem um real que possa chamar de seu. Todos os recursos do Estado são gerados na sociedade, a ela pertencem e a ela deveriam servir.

No entanto, até hoje, não vi rubor em face petista. Ninguém sussurrou, ainda, um pedido de desculpas. Ninguém baixou os olhos encabulado ante o dano proporcionado ao país e o prejuízo causado à nação. Ao contrário, "companheiros" do partido, "camaradas" do partidão, revoltados adolescentes septuagenários, jornalistas a soldo, militantes em ambientes virtuais (os MAVs), tomados de falsa indignação, dedicam-se às seguintes e constrangedoras tarefas diárias: combater as manchetes, destratar as notícias, criticar as críticas e julgar o juiz.

Sua única preocupação e ocupação consiste em proteger o PT e os petistas envolvidos em escândalos. Tal conduta os qualifica como cúmplices e deixa muito claro ao observador atento a intenção de pôr um fim nas investigações para que possam dar continuidade ao que vêm fazendo, com as canetas e com as maletas.


* Percival Puggina (70), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de Zero Hora e de dezenas de jornais e sites no país, autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia e Pombas e Gaviões, integrante do grupo Pensar+.