sexta-feira, 5 de setembro de 2014

Bombas judiciais contra petistas na Petrobras e no Banco do Brasil só devem explodir depois da eleição



Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net

A cúpula do PT já sabe que Paulo Roberto Costa já apresentou ao Ministério Público e à Justiça Federal provas e informações detalhadas sobre os crimes de lavagem de R$ 10 bilhões sob investigação no processo da Operação Lava Jato. Paulo Roberto já teria revelado as conexões da quadrilha e os nomes dos personagens envolvidos - principalmente políticos. Preso desde março, Paulo tem tudo para fechar um acordo de delação premiada com o juiz Sérgio Fernando Moro, da 13a Vara Federal, em Curitiba.

O ex-diretor de abastecimento da Petrobras tem tudo para selar o caixão dos petralhas. Mas outras bombas tão impactantes quanto as reveladas por ele podem estourar até o primeiro turno eleitoral. Uma outra delação premiada estaria sendo negociada, junto à Justiça italiana, pelo ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil, Henrique Pizzolato, que continua preso por lá, sem previsão de data para extradição para o Brasil. Revelações do réu que fugiu do País para não ser preso por condenação no mensalão podem complicar ainda mais a situação do atual presidente do Banco do Brasil, Aldemir Bendini – alvo de uma investigação sigilosa do MPF, por indícios de lavagem de dinheiro.

Estrategistas de campanha de Dilma Rousseff minimizam os efeitos negativos que as revelações de Paulo Roberto, Henrique Pizzolato ou qualquer outro complicado petista menos votado possam influenciar na reta final da campanha reeleitoral. Contudo, o terror generalizado é no que a Lava Jato, a abafada operação Porto Seguro e os desdobramentos do Mensalão podem gerar de problemas concretos, caso o PT perca a eleição. Condenações em processos judiciais, com chances de cadeia na maioria dos casos, são a previsão nada otimista para além de 2015, se o PTitanic afundar de vez.

Caso Dilma vença (e hoje as chances são remotas, apesar do domínio sob a máquina pública federal aparelhada), a principal missão será “abafar” os escândalos herdados da Era Lula (este, sim, condenado a cair em desgraça, se Dilma perder e, até mesmo, se ela ganhar).

Literalmente, pode-se garantir que os petralhas estão “marinando” em desgraça, até que a chapa esquente de verdade com a saída do poder.

Encontro dos PTitanics


Na manteiga...


Loucura de campanha




© Jorge Serrão. Edição do Blog Alerta Total de 5 de Setembro de 2014.

POEMA DA NOITE Ah, abram-me outra realidade, por Álvaro de Campos


Ah, abram-me outra realidade!
Quero ter, como Blake, a contiguidade dos anjos
E ter visões por almoço.
Quero encontrar as fadas na rua!
Quero desimaginar-me deste mundo feito com garras,
Desta civilização feita com pregos.
Quero viver, como uma bandeira à brisa,
Símbolo de qualquer coisa no alto de uma coisa qualquer!
Depois encerrem-me onde queiram.
Meu coração verdadeiro continuará velando
Pano brasonado a esfinges,
No alto do mastro da visões
Aos quatro ventos do Mistério.
O Norte — o que todos querem
O Sul — o que todos desejam
O Este — de onde tudo vem
O Oeste — aonde tudo finda
—Os quatro ventos do místico ar da civilização
—Os quatro modos de não ter razão, e de entender o mundo

Álvaro de Campos nasceu em Tavira, Algarve, Portugal, e depois se mudou para Glasgow, Escócia, onde foi estudar engenharia. Primeiro mecânica, depois naval. "Quase se conclui do que diz Campos, de que, o poeta vulgar sente espontâneamente com a largueza que naturalmente projetaria em versos como os que ele escreve; e depois, refletindo, sujeita essa emoção a cortes e retoques e outras mutilações ou alterações, em obediência a uma regra exterior. Nenhum homem foi alguma vez poeta assim" afirmou Ricardo Reis em um de seus apontamentos. Álvaro de Campos é um dos mais conhecidos heterônimos de Fernando Pessoa.

HUMOR - CHARGE DO DUKE



Duke, hoje no O Tempo (MG)

Eleições: compulsão à repetição


CARLOS VIEIRA
Em sua pesquisa psicanalítica, S. Freud desenvolveu o conceito de “compulsão à repetição”. Repetir é um funcionamento mental desde o nascimento. Repete-se na aprendizagem de pautas de comportamento dos pais; repete-se para exercitar e constituir a memória; repete-se também para aprender a introjetar, dentro de si, modelos para identificação. Imitação, introjeção e internalização são etapas que se repetem em busca de uma Identidade de Si Mesmo. Logo, repetir é imprescindível para crescer, aprender e se desenvolver psiquicamente. É uma ação mental, saudável, recomendada e necessária.

Na música, por exemplo: quando estudamos uma partitura para poder tocar, fragmentamos nosso estudo em números de compassos. Lemos as frases e períodos musicais, contamos os compassos e tocamos, repetindo aquele trecho até decorá-lo e tocarmos de memória. Repetir, repetir, até introjetar para que possamos tocar, e depois interpretar. Após ter decorado a partitura, o instrumentista, ainda técnico, pode se transformar num artista, agora interpretando (dando sua sensibilidade estética e afetiva para poder transmitir a emocionalidade que o compositor queria ser tocada), ao que foi rememorado. Esse método veja leitor, é peça básica para qualquer atividade criativa. É um repetir criativo, expansivo do conhecimento em qualquer disciplina e no aprender a viver a experiência humana.

Acontece que existe também um outro modo de repetição: a repetição a serviço da mesmice, da compulsão a repetir por repetir, como se fosse um ritual obsessivo sem capacidade criativa. Esse é o conceito de “morte psíquica” na teoria freudiana. Repetir, repetir para não haver mudança, crescimento, desenvolvimento e expansão da personalidade. Aqui não se aprende, aqui a repetição fica a serviço da rigidez, do absolutismo de ideias, da manutenção do “status quo” como um modo de impedir ideias novas e revolucionárias. Exemplo disso é um governo autoritário que cria leis e medidas provisórias que não admite contribuições novas. Repetir como defesa contra o medo do novo! Repetir para se manter no poder; repetir para criar um automatismo mental na sociedade, e não para crescer, desenvolver e progredir.

Outro dia, lendo um livro crônicas de Lima Barreto, um dos nossos mais ilustres escritores do início do Séc. XX autor do famoso “Triste fim de Policarpo Quaresma”, (romance considerado sua obra-prima), deparei-me com o seguinte título: O serviço das eleições, crônica escrita em 1915, com uma atualidade impressionante. Observe caro leitor, um fragmento desse escrito:

“Aproximam-se as eleições para intendentes municipais, os candidatos chovem, os eleitores pululam. Viajo nos bondes e observo a conversa dos ‘gratuitos’ na plataforma. A não serem as praças, que não podem votar, os carteiros e os guardas-civis municipais estão sempre interessados pela salvação da pátria.

Um dia destes assisti uma interessante conversa.

-Sabes, disse um carteiro para outro colega, estou me habilitando para eleitor. Já juntei as minhas nomeações de distribuidor, de servente, de carteiro, ao requerimento que está na junta eleitoral, mas falta-me a certidão de idade.

Em quem tu vais votar?

No doutor Jagodes.

Ele quanto te dá?

Ainda não falei a respeito, mas espero cem mil-réis.

Dá-te cem o que? Vais no arrastão.

Ele prometeu e é homem de palavra.

Qual! Passa nada! Faze como eu.

Como é?

É simples.

Conta lá.

Eu chego ao Tripa-Forra, e digo: ‘Doutor, sou seu admirador e preciso de dez mil-réis, para votar no senhor’. Ele passa a ficha e vou adiante a outro candidato e peço, ‘doutor, preciso de dez mil-réis, para comprar um chapéu e votar no senhor’. Ele passa e corro outro. Assim consigo arranjar mais de cem, sem ser pesado a ninguém. Faze como eu, e nunca te há de faltar dinheiro.”

Preste atenção, prezado leitor, o texto é de 1915! Que maravilha! Desde lá até aos nossos dias atuais, a compulsão à repetição se repete. Repete-se a dupla perversa e psicopática chamada de “corruptor-corrompido”. O “mensalão” pelo menos tem uns 100 anos ou mais! As versões atuais o nosso mestre escritor não conheceu, mas de certo conhecia os princípios antiéticos que norteiam as eleições nesse nosso Brasil. 

Fica aqui registrado para todos os leitores, e principalmente os mais jovens: prefiram os “fichas-limpas” (poucos, talvez!); observem os que fazem pactos de votos e vantagens posteriores para benefícios mútuos; lembrem que estamos vivendo um momento histórico, de mudança na Política, uma política nova, transformadora!


Recomendo aos amigos a lerem “Lima Barreto – Antolgia de Crônicas – Organização, apresentação e notas de Mario Higa, Lazuli Editora, 2010,SP.
Carlos de Almeida Vieira - psicanalista e psiquiatra.

OBRA-PRIMA DO DIA (ENGENHARIA) A Co-Catedral da Ordem dos Cavaleiros de Malta


Valletta, capital da ilha de Malta, deve sua existência aos Cavaleiros de São João que a planejaram como refúgio para os cruzados feridos e peregrinos desamparados durante as Cruzadas do século XVI.  Antes da chegada dos Cruzados, o Monte Sceberras, onde se ergue Valleta, era uma faixa estreita e árida de terra entre duas enseadas.


No início do século XVI havia uma única edificação: uma pequena torre de vigia chamada Sant'Elmo. Juntos, o Grande Mestre da Ordem, La Valette, o Papa Pio V e Felipe II de Espanha, decidiram que era necessário providenciar defesas adequadas para que os Cavaleiros da Ordem de São João não perdessem aquele importante posto avançado no Mediterrâneo.
Os trabalhos para a criação dos primeiros bastiões começaram em março de 1566. Só depois disso, foi possível prosseguir com os mais importantes edifícios: a Sacra Enfermaria, o Palácio Magisterial, os Sete Albergues ou Pousadas para Abrigo dos Cavaleiros e a Igreja de São João.



A nova cidade, com seus bastiões seguros e fossos profundos, tornou-se uma fortaleza de importância estratégica. As ruas da cidade, planejadas com a defesa em mente, têm uma planta algo irregular: algumas descem tanto mais inclinadas quanto mais próximas da ponta da península. As escadas em certas ruas não têm as dimensóes normais já que foram criadas para permitir que os cavaleiros, em suas armaduras, pudessem subir seus degraus. Acima, rua típica de Valletta.



Dentre seus belos edifícios, o mais imponente e importante é a Igreja de São João (acima), mais conhecida como Co-Catedral de S. João, construída entre 1573 e 1578. Incumbida pelo Grão-Mestre Jean de la Cassière em 1572 como igreja conventual da Ordem dos Cavaleiros de S. João do Hospital - conhecidos como Hospitalários ou Cavaleiros de Malta - a Igreja foi desenhada pelo arquiteto militar maltês Gerolamo Cassar que delineou alguns dos edifícios mais proeminentes de Valetta.

A catedral é uma joia. Conhecida como o primeiro exemplo perfeito do estilo Barroco, ela define claramente o papel espiritual e militar de seus patronos.



Nas paredes desenhos esculpidos em suas pedras; no teto em abóbada e nos altares laterais as pinturas referem-se à vida de São João. A nave central, com afrescos de Mattia Preti é, por si só, uma obra-prima.



Tendo sido o local do sepultamento de vários príncipes europeus, o chão da catedral é pavimentado com mais de 300 lápides em mármore.



Entre seus tesouros está o famoso quadro de Caravaggio sobre a decapitação de São João (abaixo). É o maior quadro do artista (3m65 x 5m18) e o único que ele assinou. Considerada a sua obra mais importante, Caravaggio colocou na tela o momento no qual São João é decapitado a mando do rei Herodes para satisfazer o pedido lúbrico da dançarina Salomé. A cena trágica se passa no pátio de uma prisão e é observada por dois prisioneiros através de uma grade, enquanto uma jovem e um velho estão a postos com uma bandeja nas mãos à espera da cabeça cortada. O sangue escorre do pescoço de São João para a borda da tela e foi no sangue que Caravaggio assinou seu nome.




Igreja Conventual da Ordem de São João do HospitalValletta, Malta

Inflação oficial sobe em agosto e derruba o discurso embusteiro de Dilma sobre a economia nacional


inflacao_28Pela culatra – Como sempre afirma o ucho.info, a política é o exercício contínuo da mentira e da incoerência, como se a falta desses dois ingredientes impedisse a existência da classe que alega defender os interesses da população. Em questões de mitomania, a presidente Dilma Vana Rousseff, que foi muito bem treinada pelo antecessor, é uma especialista no assunto.
Há dias, em um debate entre presidenciáveis, Dilma, que busca a reeleição, disse que a inflação está próxima de zero e que a crise que chacoalha o Brasil de norte a sul é reflexo do cenário internacional. Ou seja, os petistas passam quase doze anos fazendo lambança, mas a culpa é dos gringos. Fora isso, Dilma não exibe qualquer rubor facial quando fala na “nova classe média” e nas conquistas dos trabalhadores.
Considerando que qualquer discurso vociferado a partir do Palácio do Planalto é desprovido de garantia e tem prazo de validade curtíssimo, não causa surpresa o fato de Dilma desmentir a si mesma. Durante ato de campanha na Bahia, Dilma disse que, se reeleita, mudará toda a equipe de governo. Conversa fiada que só entrou em cena porque a petista está cada vez ameaçada pela derrota nas urnas. Não fosse isso, Dilma continuaria atrelada ao bando de incompetentes que a acompanha desde sua chegada ao principal gabinete palaciano.
Dilma não falou em nomes, assim como não sinalizou quem será substituído, caso vença a corrida presidencial, mas é de imaginar que pelo enorme desempenho do governo nos últimos anos a degola será geral, se Marina Silva deixar. Até porque, a presidenciável do PSB tornou-se uma crescente ameaça à candidata petista, que por onde passa esconde sua truculência comportamental e distribui falsa simpatia.
Considerando que a maior pedra no caminho da campanha de Dilma Rousseff é a crise econômica, o primeiro na fila do abate é o ainda ministro da Fazenda, Guido Mantega, conhecido por errar todas as previsões sobre o crescimento do PIB. Homem de confiança de Lula e uma espécie de olheiro do lobista de empreiteira, Mantega é um incompetente conhecido que vergonhosamente se submeteu às ordens de Dilma, que em questões de economia é dona da última palavra. Sendo assim, quem deveria ser ejetada da equipe de eventual novo governo petista é a própria candidata.
Para piorar a situação da presidente-candidata, a inflação oficial, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), registrou alta de 0,25% em agosto, de acordo com o IBGE, depois de alcançar 0,01% em julho, menor taxa desde 2010. A alta do IPCA em agosto se deve ao aumento das tarifas de energia elétrica, que Dilma prometeu, ainda em 2013, que seriam reduzidas. Dificultando ainda mais a situação de Dilma, a mitômana, a inflação oficial acumulada em doze meses alcançou a marca de 6,51%, acima do teto (6,5%) do plano de metas fixado pelo governo.
O cenário econômico certamente ficará mais difícil e complexo a partir do próximo ano, uma vez que a inflação vem sendo controlada com o represamento de tarifas e preços, como da gasolina, que vem quebrando a Petrobras, e da energia elétrica e do transporte público. Em algum momento esses preços terão de ser reajustados, pois do contrário o estrago será devastador. Sob o manto de um messianismo boquirroto, o PT subiu a rampa do Palácio do Planalto empurrado pela promessa de revolucionar o País e redescobrir o Brasil. O máximo que o partido conseguiu fazer foi ser responsável pelo período mais corrupto da história nacional.

'Recessão técnica' - MONICA BAUMGARTEN DE BOLLE


O ESTADO DE S.PAULO 05/09


"O Brasil está em recessão técnica", disse-nos o IBGE na semana passada. Para os iniciados, recessão técnica é nada mais do que a constatação de que a atividade econômica do País se retraiu pelo segundo trimestre consecutivo. Para os incautos, "recessão técnica" é um péssimo termo para expressar as mazelas que nos afligem. Lembra "parada técnica", aquela regra que a Fifa inventou e que vimos na Copa, quando a temperatura excedia os 32° e os jogadores precisavam parar para dar aquela respirada, aquela hidratada, para então retornar ao campo a pleno vapor.

A economia brasileira não há de voltar ao campo a pleno vapor. Há quatro anos a coitada tenta se reerguer e dá de cara com os obstáculos que o governo impõe, inadvertidamente. Inadvertidamente porque pensa estar fazendo o melhor para o País e se recusa a perceber que nada funcionou até agora. Culpa a "crise externa" - ainda que os EUA estejam se recuperando e a China, crescendo -, secas e caprichos da natureza. Culpa até a Copa das Copas: "Foi a falta de dias úteis", diz Guido Mantega, e ecoa a presidente Dilma Rousseff.

Por certo, o mundo não está fácil. Problemas geopolíticos são muitos, das ameaças de Vladimir Putin às investidas do movimento islâmico Isis. A Europa está à beira de tornar-se um novo Japão: economia que não cresce, risco de deflação ou de queda generalizada dos preços. Nada disso, entretanto, tem impedido nossos pares de crescer. Podem até não estar se expandindo no ritmo que gostariam, mas crescem ainda assim. Afora as Argentinas e Venezuelas do mundo - casos escrachados de má gestão econômica -, os demais países emergentes têm conseguido contornar os problemas globais com alguma destreza. Não o Brasil. O Brasil do investimento que "ia se recuperar", mas que caiu 11% no segundo trimestre de 2014. Brasil, país da poupança de míseros 14% do PIB, montante que não dá nem para o começo dos ambiciosos planos de desenvolvimento do atual governo.

As políticas do governo deram errado. E agora? Como sair do atoleiro criado pelas supostas boas intenções que resultaram no pior resultado para a atividade desde 2009, ano das sequelas da maior crise financeira internacional do século? Essas são as questões que o próximo governo deverá enfrentar. Não nos iludamos: os próximos quatro anos hão de ser dedicados a consertar os estragos provocados pela má condução econômica do atual governo. A infraestrutura, o resgate da competitividade da economia brasileira, as reformas estruturais relativas à estrutura tributária e ao mercado de trabalho ficarão para depois. Não importa o que digam os candidatos hoje. A verdade inconveniente é que nenhum esforço para resolver os problemas estruturais do País resultará em algo se a estabilidade macroeconômica - hoje desmontada - não estiver consolidada.

Promessas sobre o que um ou outro fará para melhorar a saúde, a educação, a segurança nada significam se o País não voltar a crescer com inflação baixa, o que só pode ocorrer se a política fiscal for aprumada e a política monetária, resgatada. A política monetária, como comentei recentemente em entrevista para este jornal, é a parte fácil. Difícil mesmo é desembaralhar os balanços do Tesouro, das empresas do setor elétrico, do BNDES, da Caixa Econômica Federal. Sem isso, não há saneamento fiscal possível. Por onde começar? Confesso que não sei.

O que sei é que as promessas do atual governo perderam o sentido, as explicações fracassaram e não há mais espaço, tempo ou paciência para aguentar o discurso enfadonho que nos levou à "recessão técnica". O PT teve a sua era e deixou seu legado - uma melhora passageira da distribuição de renda. Passageira porque não souberam fazer a economia crescer e pouco se importaram com a inflação em alta. Repetem à exaustão que o mercado de trabalho está bem, mas a verdade é que o país que encolhe perde empregos, mais cedo ou mais tarde. Se nem sempre é vantajoso mexer em time que está ganhando, em time que está perdendo essa é uma necessidade premente. Está na hora de mexer.

Sábado é o mais cruel dos dias para quem tem culpa no cartório: Paulo Roberto Costa, o delinquente alojado por Lula na diretoria da Petrobras, começou a contar o que sabe

05/09/2014
 às 19:28 \ Direto ao Ponto


capavejaIndicado pelo deputado mensaleiro José Janene, do PP paranaense, foi por vontade do presidente Lula que o engenheiro Paulo Roberto Costa assumiu, em 2004, a cobiçadíssima diretoria de Abastecimento e Refino da Petrobras. Nos oito anos seguintes, dele dependeu a aprovação de negócios que movimentam cifras formidáveis, como o aluguel de plataformas e navios, a manutenção de gasodutos e a construção de refinarias.
Desenvolto, hábil e ágil, o homem que Lula chamava de Paulinho usou o cargo para tecer uma vasta rede de corrupção que juntou funcionários da estatal, grandes empreiteiros, figurões do Senado e da Câmara, ministros, dirigentes de vários partidos e especialistas em lavagem de dinheiro. Mantido por Dilma Rousseff no alto comando do que se tornou uma usina de maracutaias, o executivo gatuno acumulara uma fortuna de impressionar petroleiro do Texas ao deixar a Petrobras em 2012.
Em março, quando gastava em paz o produto da tunga, ar a Petrobras em 2012, Paulo Roberto Costa foi preso pela Polícia Federal sob a acusação de integrar a quadrilha chefiada pelo doleiro Alberto Yousseff. Nesta semana, depois de fechar um acordo de delação premiada, começou a contar o muito que sabe. Daqui a poucas horas, os leitores de VEJA terão acesso às revelações já em poder da PF e do Ministério Público.
Além de reiterar que sábado é mesmo o dia mais cruel para gente com culpa no cartório, o primeiro lote de patifarias avisa que vem aí um escândalo de dimensões semelhantes às do mensalão.

EM SALVADOR, LULA CAIU DO PALANQUE DE TANTO MENTIR

05/09/2014
 às 17:12 \ Política & Cia


O ex-presidente Lula se desequilibra e cai durante  comício do PT em Salvador (Foto: Margarida Neide/Agência A Tarde)
O ex-presidento Lula se desequilibra e cai durante comício do PT em Salvador. tropeçando nas próprias mentiras, para vergonha dos brasileiros de bem (Foto: Margarida Neide/Agência A Tarde)
Se mentira tem perna curta, foi ela quem encurtou subitamente uma das pernas de Lula, fazendo-o desabar grotescamente no palanque em que proferia baboseiras e ameaças em Salvador, em comício de apoio aos candidatos do lulopetismo na Bahia — que, por falar em pernas, andam pessimamente delas, devendo perder o governo do Estado e a vaga no Senado para a aliança DEM-PMDB-PSDB.
Antes de voltar à guerra do “eu” contra “eles”, e bazofiando que se Dilma vencer as eleições ele próprio voltará em 2018, Lula começou mentindo de leve. Só disse que a “gerentona” alcançou dois milagres: “manter os emprego e estabilizar a inflação”.
É verdade que os empregos vêm sendo mantidos, mas que a criação mensal deles desabou assustadoramente: de um patamar de 200 a 300 mil vagas com carteira assinada por mês, o país caiu para apenas míseras 25.363 vagas em junho — o pior junho em DEZESSEIS ANOS — e mais preocupantes ainda 11.796 vagas em julho.
Como a economia está paralisada, e o ano que vem será duríssimo, provavelmente com crescimento próximo a zero, a tendência é que a criação de vagas se torne negativa — ou seja, que comece a haver demissões em número cada vez mais elevado.
Mas, tudo bem, vamos tomar ao pé da letra que empregos, embora de baixa qualidade e mal remunerados, estão sendo mantidos.
Agora, “estabilizar a inflação”? Em que mundo, em que país vive Lula? Há quando tempo que esse “líder de massas” que só anda em jatinhos fretados para fazer palestras e só se hospeda, em tais ocasiões, em suítes presidenciais de hotéis, não vai a uma feira, a um supermercado, a uma farmácia???
A inflação mantém-se firmemente, ao longo da maior parte do governo Dilma, próxima ao TETO da meta, ou seja, ao máximo admitido pelo Banco Central, de 6,5%, quando não o supera — mesmo com as acrobacias para varrê-la para baixo do tapete, e que vão explodir lá adiante, como o congelamento artificial dos preços dos derivados de petróleo e da energia elétrica, que está, respectivamente, quebrando a Petrobras e criando um rombo de dezenas de bilhões de reais nas geradoras e distribuidoras de energia.
A mentira maior e mais deslavada, contudo, viria depois.
Vejam só: “Ninguém está crescendo mais que o Brasil, a não ser quatro países e que pertencem ao G-20″”, disse o ex-presidento.
Não é imaginável que Lula comemore o grotesco crescimento estimado para o Produto Interno Bruto (PIB) deste ano — 0,52%!!!! (Confiram aqui os dados.)
O pior, porém, obviamente é mentir. SÓ QUATRO PAÍSES DO G-20 CRESCEM MAIS DO QUE O BRASIL?
MENTIRA! O Chile, aqui pertinho, que não pertence ao G-20, cresceu 2,2% só no primeiro semestre! Querem conferir, vejam aqui.
MENTIRA! No Peru, nosso vizinho a oeste, igualmente fora do G-20, a previsão de crescimento para este ano é de 4,4% — mais que oito vezes o país gerido pela “gerentona”. Para o ano que vem, que se prevê negro para o Brasil, com possível crescimento ZERO, a taxa prevista para o Peru é de 6%! Querem conferir? Vejam aqui.
MENTIRA! A Colômbia, nosso vizinho ao norte, com guerra civil e tudo, foi o segundo país que mais cresceu NO MUNDO no primeiro trimestre, em comparação ao mesmo período de 2013 — 6,4% –, ficando apenas atrás da China, e a previsão de crescimento para o ano feita pelo governo, que é considerada conservadora por diferentes círculos, é de 4,7%. Querem conferir? Vejam aqui.
MENTIRA! MENTIRA! Crescem mais do que o Brasil dezenas de países, da Tailândia ao Panamá, do Equador ao Egito. Na América Latina, só estamos à frente da catastrófica Venezuela e da Argentina do kirchnerismo desvairado.
É inacreditável — e, para os brasileiros de bem de qualquer tendência partidária, humilhante, vergonhoso — ver um chefe de Estado proferir mentiras aos quatro ventos para eleger sua candidata.
Explica-se o desabamento de Lula no palanque porque ele se aproximou das pessoas ao redor para cumprimentá-las.
Não: Lula acabou tropeçando mesmo foi na mentiralhada, sua grande arma eleitoral.

Petrobras: delação premiada de ex-diretor já conta com mais de 30 parlamentares envolvidos

05/09/2014
 às 19:30 \ CorrupçãoPrivatização


Deu no EstadãoO ex-diretor da Petrobrás, Paulo Roberto Costa, citou pelo menos 32 deputados e senadores, um governador e cinco partidos políticos que receberiam 3% de comissão sobre o valor de cada contrato da Petrobrás firmados durante sua gestão na diretoria de Abastecimento da estatal petrolífera.
Desde sexta feira, 29 de agosto, Paulo Roberto está depondo em regime de delação premiada para tentar obter o perdão judicial. Ele é alvo da Operação Lava Jato, da Polícia Federal, que desmantelou um grande esquema de lavagem de dinheiro e corrupção na Petrobrás. São depoimentos diários que se estenderam por toda semana. O número de políticos citados foi mencionado por Paulo Roberto nos primeiros depoimentos, mas pode crescer até o final da delação.
Paulo Roberto relatou a formação de um cartel de empreiteiras dentro da Petrobrás, em quase todas as áreas da estatal. Partidos políticos eram supostos beneficiários de recursos desviados por meio de comissões em contratos arranjados. E exemplificou: “Todo dia tinha político batendo em sua porta”. Num depoimento, ele citou uma conta de um “operador do PMDB” em um banco europeu.
Queremos nomes! Já são mais de 30 parlamentares envolvidos, de 5 partidos diferentes. Todas as grandes empreiteiras do país estariam envolvidas nos esquemas de desvio também. É muita gente graúda, muito tubarão poderoso. O homem é um “arquivo vivo”, uma bomba explodindo. Sua proteção policial tem de ser total, pois sua vida corre perigo.
O que era amplamente suspeitado agora ganha corpo na boca de um importante ex-diretor no epicentro da corrupção na estatal, pois cuidava da área de abastecimento. Transformaram a Petrobras em uma imensa teta a ser ordenhada pelos “amigos do rei”, com vontade.
Estamos falando de uma caixa-preta na maior empresa do país, responsável por algo como 10% do PIB nacional. Quem cuida do “nosso” petróleo? De quem é esse petróleo afinal? Do povo brasileiro é que não é, como fica claro.
O Pastor Everaldo pode ser um liberal convertido às pressas ou até por conveniência, mas justiça seja feita, foi o único que tocou no cerne da questão: só mesmo privatizando a empresa para colocar um fim em tanto abuso.
A Petrobras precisa ser “desratizada” com urgência. É gente demais pendurada em suas tetas, corroendo suas estruturas feito cupins. A empresa já possui uma das maiores dívidas do planeta! Deve ser despolitizada logo. A solução paliativa é tirar o PT do poder, pois o partido não inventou a corrupção, mas a expandiu muito. A solução definitiva é privatizá-la mesmo, para deixá-la longe dos tentáculos pegajosos e vorazes dos oportunistas de plantão.
Rodrigo Constantino

O fascínio do bom humor


O que a obra de Sérgio Rodrigues nos ensina sobre bem viver

FLÁVIA YURI OSHIMA
05/09/2014 15h33 - Atualizado em 05/09/2014 18h08

O bom humor talvez seja um dos mais democráticos estados de espírito. Ele não exige fatos nem um ponto de vista determinado para existir. Não é preciso ser otimista, nem mesmo ouvir boas notícias, para ter bom humor. Claro que coisas boas e um estado de espírito positivo são terreno fértil para ele. Mas o bom humor é uma entidade independente, que pode ser preservada na adversidade e nos ânimos mais soturnos. O alemão Arthur Schopenhauer, conhecido como o mais pessimista dos filósofos, dizia que o bom humor é a única característica divina que o homem possui. Ele não tem relação com ser extrovertido e não obriga ninguém a dar risadas. Pode residir num espírito sereno, compenetrado. O bom humor está disponível a todos e em qualquer situação.
Giovana Batistella, em foto de 2011, com um gorro de chifres. Uma garota comum e extraordinariamente bem humorada (Foto: Divulgação)
Junto com o espanto e a saudade, a partida de uma amiga querida e de um ídolo me fizeram pensar no bom humor esta semana. Não é preciso mencionar o quanto estar em volta de pessoas bem humoradas faz bem para o espírito. Quem é vivo e circula entre humanos sabe disso. O filósofo francês Émile-Auguste Chartier escreveu que o bom humor é um ato de generosidade: dá mais do que recebe. Discordo dele. Acho que os bem humorados recebem tanto quanto dão, dos outros e deles mesmo. Para mim, é uma espécie de carinho consigo mesmo. Já tenho tantos pepinos, para que o peso de ter de aguentar meu próprio mau humor? Estou tão cansada, para que ter de carregar ainda esse espírito rabugento?  A vida é tão curta, as pessoas são tão frágeis, estamos todos no mesmo barco, de que adianta tanto mau humor? Falar é mais fácil que fazer. Por isso, é tão admirável conhecer pessoas que fazem do bom humor um jeito de encarar a vida, independentemente de como ela se apresente. É digno de menção.
O arquiteto e design Sérgio Rodrigues. Deu forma física ao bom humor (Foto: Divulgação)
Giovanna tinha 36 anos. Lutava contra um câncer na cabeça há dois. Era jornalista. Ela nos deixou no domingo, dia 31 de agosto. Era minha amiga. Sérgio Rodrigues tinha 87 anos. Perdeu a luta contra um câncer de próstata. Era arquiteto e design. Morreu segunda-feira, dia 1º de setembro. Era um ídolo para mim. Os dois não se conheciam. Mas o bom humor de ambos os tornava parecidos. Passariam por avô e neta ou pai e filha, sem estranhamento.
A morte tem o poder de dar salvo conduto até para os mais insuportáveis, que ganham qualidades variadas depois da partida. Não é o caso desses dois. A gentileza e o bom humor de Giovana sempre foram um ponto fora da curva entre as dezenas de estudantes de comunicação chatonildos da faculdade - me incluo entre eles. A obra de Sérgio Rodrigues fala por si. Mesmo que você não goste de seu estilo, é difícil não esboçar um sorriso ao ver o resultado do seu trabalho. É leve, elegante, criativo e bem humorado. Sérgio Rodrigues tem peças nos acervos do Museu de Arte Moderna, em Nova York, nos museus de Estocolmo, na Suécia, e de Munique, na Bavária (Alemanha). É tido como o mestre do design mobiliário, e tem também casas e brinquedos entre suas obras.
Poltrona Mole, criada por Sérgio Rodrigues, em 1957. Está entre os objetos de desejo de apreciadores de design do mundo todo. (Foto: Divulgação)
Acho que cultivar o bom humor em situações extremas é uma forma de vitória. Sérgio conseguiu espalhar pelo mundo seu bom ânimo nas peças que criou, perpetuando-o. Giovana e a medicina não tinham mais recursos para combater aquela coisa que crescia em seu cérebro, mas ela o venceu, da maneira que pôde, com seu bom humor até o fim. O céu ficou mais leve com a chegada dos dois. Talvez até chova.
Poltrona Chifruda, de 1962. Teve edição limitada. É disputada por colecionadores (Foto: Divulgação)

Cartas de Seattle: Não se fazem campeões como antigamente


Melissa de Andrade 
Parecia final de campeonato. Bandeiras e camisas do time por toda parte. Pessoas saindo cedo do trabalho para não perder o jogo. Engarrafamento antes, ruas vazias durante, comemoração depois. Tudo isso para a abertura da temporada de futebol americano ontem, em Seattle, com o time local Seahawks posando de favorito. Inédito.
Favorito com humildade, diga-se. O torcedor do Seahawks ainda não se acostumou com o fato de ser campeão da liga. O time levou o último título da NFL pela primeira vez em 38 anos de existência depois de uma campanha consistente, mas sofrida. A torcida tinha o direito de chegar botando banca, tirando onda de campeão. Que nada. Todo mundo feliz da vida, orgulhoso mesmo, mas com a maior cautela.
A prefeitura mandou avisar que felicidade tem limite – limite de capacidade da rede de celular. Com a perspectiva de milhares de torcedores homenagearem o time postando fotos e vídeos na internet durante o jogo, havia a possibilidade de saturar as redes na área do estádio, como aconteceu durante o desfile do Seahawks pós-vitória do Superbowl.
O prefeito pediu para que o uso de celular fosse mínimo e que fotos e vídeos fossem postados mais tarde, depois do jogo, para garantir linhas livres para chamadas de emergência. Não foi divulgado se o pedido foi cumprido – o povo de Seattle é bonzinho, mas não é todo dia que seu time participa da abertura de um campeonato ostentando o título de campeão.
Claro que todo torcedor do Seahawks queria ganhar o jogo de ontem, mas o clima era de que não existe jogo fácil. Pensar em ganhar o campeonato de novo é como desejar ganhar na loteria duas vezes seguidas. Até o técnico Pete Carroll declarou que o objetivo não é ganhar o Superbowl novamente; é continuar jogando o melhor possível, partida após partida. Cautela e caldo de galinha...
Ah, pra quem ainda não sabe: o Seahawks ganhou do Packers por 36 x 16. Ufa!

Quarterback Russell Wilson, Seattle Seahawks, levanta o troféu do Superbowl XLVIII 

Melissa de Andrade é jornalista com mestrado em Negócios Digitais no Reino Unido. Ama teatro, gérberas cor de laranja e seus três gatinhos. Atua como estrategista de Conteúdo e de Mídias Sociais em Seattle, de onde escreve para o Blog do Noblat.