sexta-feira, 4 de maio de 2012

Agora quem mais cresce é o Santos por Juca Kfouri




A manutenção de Neymar no Santos FC, criticada por tanta gente, dá frutos a olhos vistos e não apenas os técnicos, como dois títulos estaduais (além de quatro finais seguidas, com perspectivas óbvias do tri), um da Copa do Brasil e um da Libertadores depois de quase 50 anos.
O faturamento do futebol santista cresceu de 2010 para 2011 em nada menos que 62% segundo levantamento da BDO, “uma taxa chinesa de crescimento” segundo sublinhou Amir Somoggi, diretor da empresa de auditoria, ao jornal “O Estado de S.Paulo”.
Assim, o Santos já é o quarto clube em faturamento no país, ultrapassando o Flamengo.
Os cinco primeiros faturamentos  são:
1. Corinthians, com R$ 290 milhões e crescimento de 37%;
2. São Paulo, com R$ 226 milhões e crescimento de 16%;
3. Internacional, com R$ 198 milhões e crescimento de 11%;
4. Santos, com R$ 189 milhões e crescimento de 62%;
5. Flamengo, com R$ 185 milhões e crescimento de 44%.

Fujimori é acusado de ter ordenado a esterilização de mais de 2 mil mulheres no Peru



Há indicações de que cerca de 300 mil peruanas foram esterilizadas no período, por meio de ações do governo

Agência Brasil
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O ex-presidente do Peru Alberto Fujimori (1990-2000), que cumpre pena de prisão por denúncias de corrupção e desvio de recursos públicos, é acusado por um grupo de mulheres de esterilização forçada e sem consentimento, no período de 1996 a 2000, em diversas cidades peruanas, na região de Cuzco.
Há indicações de que cerca de 300 mil mulheres foram esterilizadas no período, por meio de ações do governo. Pelo menos 2.074 mulheres disseram ter sido forçadas às cirurgias.
As mulheres movem uma ação judicial contra Fujimori, com o apoio da deputada Hilaria Supa (Partido Nacionalista Peruano), que integra a base de governo do presidente Ollanta Humala.
A deputada e a organização não governamental Associação de Mulheres Afetadas pelas Esterilizações Forçadas de Cuzco apresentaram à Justiça local uma ação com mais de 3 mil páginas. Nela, as mulheres disseram ter reunido provas dos casos que indicam a responsabilidade de Fujimori.
As denúncias das mulheres foram alvos de investigação policial e do Ministério da Saúde do Peru em 2002.  Segundo as autoridades, 18 mulheres morreram devido às intervenções cirúrgicas feitas durante o governo de Fujimori. De acordo com as investigações, os alvos eram as mulheres mais pobres das áreas rurais do país.

Abandono afetivo e convívio familiar: questão de Estado


Pedro Estevam Serrano

Judiciário


A decisão do STJ (Superior Tribunal de Justiça) de condenar um pai ao pagamento de indenização por danos morais à filha por “abandono afetivo” abre questionamentos sobre outras responsabilidades do Estado em relação ao direto de crianças e adolescentes.
Os ministros da 3ª Turma do STJ determinaram que uma moradora de Votorantim (SP), de 38 anos, receba do pai R$ 200 mil por ele não ter lhe dado assistência moral ou afetiva durante a infância dela. A decisão do tribunal configura-se adequada. Sempre que não pairar dúvidas sobre a situação de abandono, que precisa ser comprovada, são devidos não só os danos materiais, mas também os danos morais.
Não é da natureza do dano moral monetizar a emoção, nem se presta a esse papel, mas, sim, estabelecer uma compensação que dê à vítima algum tipo de alívio à situação vivida. Ameniza-se a agrura, sem substituir o prejuízo causado —afinal, não há como sanar o dano emocionalmente.
A Constituição brasileira determina, em seu artigo 227, que é dever “da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem” o direito “à convivência familiar”. É em respeito a essa determinação que surge a recente decisão do STJ.
Mas e quanto a outras situações em que o Estado não apenas deixa de garantir aos jovens o direito à convivência familiar, como até mesmo impede o contato frequente entre pais e filhos?
O princípio de garantir a convivência familiar está na Constituição atuando sobre as famílias, sobre a sociedade e, especialmente, sobre o Estado —no âmbito do serviço público, com destaque para a situação prisional e de execução penal.
De fato, as mulheres que cumprem pena nas prisões brasileiras não têm garantido, atualmente, o direito de convivência com os filhos. E esse é um problema que não recebe a devida atenção do Estado, responsável, como expresso na Carta Magna, por garantir a existência da convivência familiar. Ocorre, senão, o contrário: o Estado acaba promovendo o abandono de crianças, pois, no cumprimento do dever de punir e condenar, esquece da obrigação de proteger a convivência entre mães e filhos.
A vida está repleta de situações em que se chocam direitos fundamentais constitucionalmente estabelecidos, cabendo à Justiça a interpretação no caso concreto de qual princípio deve preponderar —mas jamais suprimir os outros princípios em conflito. Nesse sentido, o Estado brasileiro, no aludido caso das detentas, busca cumprir seu papel de punir e garantir a sanção ao crime cometido, mas as péssimas condições das penitenciárias colocam em xeque o melhor cumprimento dessa obrigação estatal quando se colide esse princípio com os demais direitos fundamentais da pessoa humana.
É, portanto, dever do Estado promover nos âmbitos prisionais a convivência familiar em condições salubres. E esse princípio constitucional não se colide com a necessária obrigação de punir, tampouco com a exigência de ambientes adequados para o cumprimento da pena.
As crianças são hipossuficientes e, portanto, há responsabilidade ainda maior do Estado em promover sua proteção. Como disse a ministra do STJ Nancy Andrighi, relatora do recurso que determinou a indenização de R$ 200 mil por abandono efetivo, “o cuidado é fundamental para a formação do menor e do adolescente”. É o caso, então, de se garantir esse cuidado para os filhos e as filhas das detentas brasileiras, até porque privá-los do convívio familiar é estender a punição aplicada às mães aos seus descendentes de primeiro grau, o que é vedado pela Constituição. Incompatível com o Estado de Direito estender a punição da pessoa a seus descendentes , subtraindo destes hipossuficientes o direito a convivência saudável com sua mãe.
O Judiciário tem se mantido em silêncio em relação a essa questão, o que é grave porque o Estado deixa de cumprir seu papel de protetor das famílias e, em vez disso, colabora para o abandono dos filhos. Na esteira da decisão do STJ, abre-se a oportunidade de debater a fundo essa questão e solucioná-la.
O aperfeiçoamento da sociedade e de nossas instituições passa, necessariamente, por essas discussões. Nossa responsabilidade é não sermos omissos.

Encontrado deputado que nunca telefonou para Cachoeira


Publicado no Blog: Deu Saúva no Jardim (Jonas de Carvalho) 







Diocleciano Maria dos Prazeres (sem partido), de 84 anos, foi descoberto enquanto batia à máquina memorandos para o mimeógrafo dos Centros Populares de Cultura (CPCs). O parlamentar, que entrou como segundo substituto de um suplente de um ex-cunhado de Sarney, disse que não faz uma ligação telefônica desde 1988. "Minha esposa insistiu para eu aderir à tecnologia. Pressionado, comprei recentemente um teletrim", alegou.

Encontrado deputado que nunca telefonou para Cachoeira
Diocleciano, ao fundo, coordena uma reunião com seus assessores


BRASÍLIA - Um movimento civil, formado por programadores do Google, cães farejadores e gandulas do Botafogo logrou êxito na missão de encontrar um parlamentar sem ligações com Carlinhos Cachoeira. 

"Foram meses e meses de buscas. Dormimos pouco, passamos fome e privações terríveis. Abrimos mão até das verbas indenizatórias e pensamos em desistir, mas perseveramos. Finalmente, podemos mostrar à sociedade que existem pessoas de bem na política", explicou Luciano Huck, idealizador da caçada, vestido com casaco xadrez e chapéu de feltro, enquanto inspecionava os repórteres com uma lupa.

Diocleciano Maria dos Prazeres (sem partido), de 84 anos, foi descoberto enquanto batia à máquina memorandos para o mimeógrafo dos Centros Populares de Cultura (CPCs). O parlamentar, que entrou como segundo substituto de um suplente de um ex-cunhado de Sarney, disse que não faz uma ligação telefônica desde 1988. "Minha esposa insistiu para eu aderir à tecnologia. Pressionado, comprei recentemente um teletrim", alegou.

Ao ser perguntado sobre Carlinhos Cachoeira, Diocleciano franziu a testa: "Conheço o Carlinhos da mercearia. Ele sempre me manda um telegrama quando sai pão quente. É esse?", perguntou, solícito.
Emocionado, Luciano Huck prometeu que reformaria o apartamento funcional e a lataria do Corcel 73 de Diocleciano. Disse ainda que fecharia Fernando de Noronha por uma semana para que o político pudesse desfrutar em paz as maravilhas naturais do lugar.

Informados de que a ilha estaria fechada, Aécio Neves e Sérgio Cabral protestaram pelo twitter.

Desorganização e os desmandos com que a Conmebol


Dr Osmar Santos

Vários jornalistas sul-americanos manifestaram-se esta semana sobre a desorganização e os desmandos com que a Conmebol dirige a sua principal competição, a Copa Libertadores. Até que enfim ! Tenho chamado a atenção para isso sistematicamente, mesmo que alguns leitores  tenham atribuido minhas críticas ao pouco sucesso do Corinthians na competição, o que é um absurdo. Nicolás Leoz, o presidente, sentiu a pressão da imprensa e acabou revelando um fato inusitado que nunca foi exposto por qualquer federação ou confederação sul-americanas e nem mesmo por nenhum dirigente de um grande clube : Ele  recebeu há 4 anos o cargo de pressidente vitalício da Conmebol. Ou seja só deixa o cargo com o falecimento ou com alguma doença que limite sua capacidade física ou intelectual. Nem time de várzea tem presidente vitalício.
Já que é assim, cabe à imprensa o papel investigativo, de revelar desmandos e de sugerir soluções. Me digam se tem cabimento os clubes em cada país se matarem para conseguir vaga no torneio e os mexicanos escolherem só o 3º  e o 4º colocados no seu campeonato para disputar a Copa, mas sem levar a Copa. É isso mesmo, dipsutam e não levam , porque para disputar o mundial interclubes, vai o campeão da Libertadores desde que não seja um time mexicano ? Pode isso ? Agora Leoz flerta com o futebol dos Estados Unidos para se submeterem ao mesmo papel. Duvido que concordem. Se concordarem, certeza, vem bucha da grossa. Queria só ver David Beckhan, bater escanteio protegido por escudos de gordos policiais.
E não adianta dizer que torcedores de alguns países da América do Sul, não jogarão mais papel higiênico nos gramados, que os estádios terão local apropriado para aquecimento, que os vestiários serão amplos e com duchas quentes,. que os árbitros serão retreinados para apitarem. Não acredito nisso. Porque esses fatos decorrem de traços culturais e educacionais ( não que aqui também não os tenhamos). Só existe uma solução : punição ! O campo é pequeno ? Então não tem jogo lá . A altitude ultrapassa os limites fisiológicos do organismo ? Então que se jogue em outro lugar. O comportamento da torcida é inconveniente ? Que o clube seja eliminado da competição. E por aí vai…

Quem tem medo de Dilma


Blog do
Hélio Doyle

Publicado 04/05/2012 11:11
 
            De um lado: os trabalhadores, os profissionais liberais, a classe média em geral, os empresários da indústria, do comércio e da agropecuária. De outro: os banqueiros. A presidente Dilma Rousseff está, pois, do lado certo ao pregar e trabalhar pela queda dos juros e dos spreads bancários. Certa sob o ponto de vista da direção da economia do país e certa porque está ao lado da população que trabalha e produz, contra o setor que pode até trabalhar, mas nada produz e é o que mais lucra. “Agora é tudo agiotagem”, disse o ex-banqueiro José Eduardo Andrade Vieira (do extinto Bamerindus) ao Valor Econômico. E, ao combater os juros abusivos, Dilma ainda cria condições para aumentar ainda mais sua já alta popularidade.
            Só quem ganha com os juros altos, com as altíssimas tarifas bancárias e com os elevados spreads são os banqueiros e os acionistas dos bancos. Seus lucros são estratosféricos. Seu negócio é guardar, comprar e vender dinheiro, em última análise. Quem perde com essa “lógica perversa”, nas palavras de Dilma, é o país e o setor produtivo, que inclui capital e trabalho. Se existem hoje as condições objetivas para que esses juros sejam reduzidos e para que o custo dos empréstimos sejam menores, é natural que a presidente da República defenda isso e o governo trabalhe nesse sentido.
            As reações contrárias não vêm, porém, apenas dos banqueiros e seus porta-vozes, economistas, jornalistas e relações-públicas muito bem remunerados. Há reações também, algumas meio envergonhadas, de segmentos que nada perdem e muito ganham com a redução dos juros. Mas não é difícil entendê-las: são políticas ou ideológicas.
            O fortalecimento do governo de Dilma e o sucesso de sua política econômica não interessam, naturalmente, aos que lhe fazem oposição. Quanto mais popular a presidente e seu governo, menores as chances de vitórias eleitorais dos oposicionistas à direita e maior a perspectiva de que o PT continue no Palácio do Planalto. Nesse aspecto, inclusive, os tucanos, presumivelmente social-democratas, discrepam da social-democracia europeia, que hoje se opõe com nitidez ao domínio do setor financeiro sobre o Estado.
            Há também, além da política, a questão ideológica. Embora existam historicamente contradições entre o capital industrial, o capital comercial e o capital do agronegócio, por um lado, e o capital financeiro e especulativo, por outro, ideologicamente todos esses segmentos estão do mesmo lado. E esse lado teme governos que interferem demais, segundo seu ponto de vista, na economia e em seus negócios. O Estado, para eles, deve ser mínimo.
            Daí as reações contraditórias. Apoiam as medidas para reduzir os juros, pois lhes interessam, mas não querem dar razão demais ao governo. Por isso falam em populismo, em demagogia, reclamam que Dilma está se aproveitando de seu alto índice de aprovação popular para “pressionar” setores da economia que não se enquadram nas orientações do governo. Investidores têm aversão a interferências do governo, advertem porta-voz dos bancos.
            Alguns empresários, especialmente grandes empresários, aferram-se ainda à ideia de que o mercado tudo pode e faz o que quer, e governos só atrapalham – a não ser quando assinam contratos com eles. O setor financeiro, sempre todo poderoso, considera-se acima do Estado e do poder político. Tem sido assim, e em um país de economia capitalista é natural que o capital predomine inclusive sobre o poder político. Mas isso está mudando, com a crise mundial. O liberalismo exacerbado e o domínio absoluto do mercado já fracassaram nos seus países-ícones, na América e na Europa.
            Nenhum governo pode impedir o funcionamento do mercado, mas cabe ao poder legitimamente constituído definir as diretrizes econômicas de um país e estabelecer as políticas para cumpri-las, e não aos banqueiros ou qualquer outro segmento empresarial. No Brasil, o poder legitimamente constituído é exercido, em última instância, pela presidente Dilma, e não pelos banqueiros multimilionários. Mesmo que eles tenham financiado boa parte das campanhas eleitorais.

Lei cria banco de DNA de criminosos sexuais do Distrito Federal




Do G1 DF -- O governador Agnelo Queiroz sancionou lei que cria um banco de DNA de criminosos sexuais do Distrito Federal. De acordo com o texto, publicado na edição desta sexta-feira (4) do Diário Oficial do DF, a Polícia Civil será a responsável pelo gerenciamento das informações.

O G1 entrou em contato com a polícia para ter detalhes sobre o banco de DNA, mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem.

O DNA é o material genético contidos nas células do corpo humano. Cada pessoa tem uma combinação genética diferente e única, que funciona como uma identidade pessoal.

Pela proposta, de autoria do deputado distrital Dr. Michel (PSL), o banco terá amostras do material genético de criminosos condenados por crimes contra a liberdade sexual, com uso ou não de violência, praticados contra qualquer indivíduo.

“Os dados constantes do banco de DNA servirão de base para eventual identificação de autoria de crimes, ainda que não se tenha um suspeito apontado pela análise fática do crime”, indica o texto de lei. Ainda de acordo com a norma, a informação servirá de prova para instrução dos processos criminais mediante análise pericial solicitada pelo Poder Judiciário.

Lei federal -- Nesta quarta-feira (2), a Câmara dos Deputados aprovou projeto que tornará obrigatória a identificação genética, por meio de DNA, de condenados por crimes hediondos ou crimes violentos contra a pessoa. O objetivo é auxiliar nas investigações de crimes cometidos por ex-detentos.

A proposta já foi aprovada pelo Senado e seguirá agora para sanção da presidente Dilma Rousseff. A lei entrará em vigor 180 dias após a sua publicação. A partir dessa data, os condenados por crime praticado dolosamente (de forma intencional) com "violência de natureza grave contra pessoa" serão submetidos obrigatoriamente à identificação do perfil genético.

A proposta prevê a guarda e análise do material genético colhido em vestígios deixados no local do crime, como sangue, fios de cabelo ou secreções, para comparação com o DNA dos criminosos.

Provas -- A presença do DNA no local do crime, entretanto, não será suficiente para provar a culpabilidade do suspeito. Apenas atesta uma "conexão irrefutável", segundo a lei, entre a pessoa e a cena onde o crime ocorreu.

O banco de dados será gerenciado por uma unidade oficial de perícia criminal, cujo funcionamento ainda será objeto de regulamentação pelo Executivo. O uso para fins fora da investigação poderá levar a punição penal e administrativa.

O GDF e a questão da 901. Grave conflito de interesses.



ESSA É UMA DAS MAIS CONFLITUOSAS NEGOCIATAS DA HISTÓRIA DO USO DO SOLO DA CAPITAL

*Por Frederico Flósculo, publicado originalmente na Brasília 247
O intenso desejo do Governo Agnelo em ofertar uma importante área ainda por ocupar no coração do Plano Piloto de Brasília, a chamada “Quadra 901 Norte“ por um bizarro “mix“ de hotéis, residências, shoppings, negócios diversos (começou com hotéis, como “expansão do setor hoteleiro norte“, mas não para de mudar), é uma das mais conflituosas negociatas da história do uso do solo da Capital. Há aí a revelação do caráter que o GDF assumiu no processo de Autonomia Política: balcão de negócios das terras públicas da Capital Federal, sem um projeto público de qualidade para Brasília.
Esse é o mesmo caminho do governo anterior, do Arruda. Esse é o mesmo DNA do extraordinário escândalo de corrupção da “Caixa de Pandora“, que acabou com o Governo José Roberto Arruda. Esse padrão de descarada e imprudente privatização de Brasília tem perfeita continuidade no atual governo petista de Agelo Queiróz. Mas porque é “descarada e imprudente?“
O Governo do Distrito Federal deveria ser o primeiro a cumprir o papel que todos nós, brasilienses e brasileiros, esperamos desse “mantenedor da Capital da República“: resguardar, de todas as formas, as condições de ordem e bom desempenho das funções superiores dos Três Poderes da República. Além de fiel depositário dessa missão constitucional (declarada em todas as Constituições Republicanas, desde a Primeira delas, de 1891), de guarda da Capital Federal, o GDF é ainda fiel depositário de outra missão: a de preservar e manter o Conjunto Urbanístico de Brasília, declarado Patrimônio Cultural da Humanidade (inscrito em 1987). Compromisso com o mundo civilizado.
São missões formais, densas, de alta responsabilidade, que exigem governantes lúcidos, preparados. Contudo, e paradoxalmente, a Autonomia Política do Distrito Federal parece ser o maior dos inimigos desse papel fundamental do GDF – e não deveria ser, ao contrário.
Os graves problemas que já enfrentamos, de desconstituição da ordem territorial, com a proliferação de condomínio irregulares, descontroladamente, criminosamente, já estabeleceram padrões de IMPOSSÍVEL REVERSÃO no futuro próximo. Brasília iniciou um processo “SEM RETORNO“, de acelerada deterioração ambiental de seu próprio território. Paulatinamente, como um algoritmo fractal, toda a região está a ser “contaminada“ por esse descontrole na gestão territorial. Serviços públicos essenciais chegam ao seu limite, imprudentemente.
Repete-se aqui o mesmo processo que acometeu a gigantesca capital do México, seu peculiar Distrito Federal (que tem uma área metropolitana que abriga cerca de 18 milhões de pessoas). Mas, evidentemente, lembramos das “baixadas“ fluminenses, santistas, soteropolitanas, pois são mais “nossas“ e próximas. Repetimos padrões de descontrole absolutamente previsível.
Contudo, se os grileiros buscaram agir, sobretudo, em áreas “invisíveis“ desde o Plano Piloto (o que não é o caso do notável Condomínio Vilage Alvorada, que tem vista sobre a piscina do Palácio da Alvorada), o caso das áreas centrais desse mesmo Plano Piloto é notável. No Plano Piloto, a grilagem é de “alto nível“, e envolve a absorção de grandes glebas urbanas por empreendimentos privados que aprenderam a não se intimidar com os oficiais do GDF. Ao contrário, ao que tudo indica, os ousados empresários dos Supermercados, dos Shoppings, dos “Hotéis“, dos Espaços Corporativos, aprenderam que os oficiais do governo estão aí para fazer negócios, e fazem negócios, mesmo. Diante de todos. Diante da Cidade. Diante de todas as evidências de que estão a corromper a ordem urbana da cidade.
Esse é exatamente o caso, entre outros, da 901 Norte. Essa grande gleba está vazia, mas não por falta de necessidades de crescimento do próprio Governo (Federal e do DF).
Vamos estabelecer o seguinte princípio: “As área centrais do Plano Piloto são do interesse precípuo do Governo Federal, para a instalação de seus órgãos, das sedes de uma enorme variedade de instituições do Executivo, do Legislativo e do Judicário“. Antes de tudo e de todos, ainda que o GDF detenha a propriedade daquela gleba e possa “fazer o que quiser com ela“ é evidente que há a cláusula de PREEMPÇÃO que deve beneficiar o Governo Federal antes de todo e qualquer comprador. É impossível que um Governo Federal que não tem, até hoje, espaços adequados para seu pleno funcionamento na Capital Federal, não tenha o que fazer com uma gleba tão grande na área central da cidade.
A 901 NORTE É ÁREA VERDE E É ÁREA DE INTERESSE PÚBLICO
A 901 Norte é Federal, por natureza! Ainda deve-se perguntar: e o GDF não deveria propor a ocupação distrital dessa mesma área? O Governo do Distrito Federal não teria interesse em localizar seus crescentes órgãos e instituições numa gleba tão bem localizada? Claro que sim! Para seu serviço público, para a sua prestação de serviços, claro que sim! E para deixar de precarizar a sua própria máquina de governo.
O espantoso nessa falsíssima prioridade “hoteleira“ (denunciada até mesmo pelos empresáros de hotelaria!) é que ela é colocada pelo maior LOCADOR DE IMÓVEIS DE BRASÍLIA: o próprio Governo do Distrito Federal. Há dezenas de órgãos do GDF a funcionar, de forma pródiga e perdulária, em IMÓVEIS ALUGADOS A PREÇO DE OURO.
São dezenas de milhões de reais a serem pagos todos os meses, a “senhorios“ que enriquecem a olhos vistos, de forma segura e gorda, graças a um governo que de forma alguma se planeja para a sustentabilidade, para o corte de gastos de forma responsável, proba, idônea. Ao contrário, a locação de imóveis é um dos sangradouros mais “legais“ na atual conjuntura de Brasília. E independe de licitação, uma negociata atrás da outra.
Ainda assim, o governo transfere os terrenos que deveriam ser assegurados para as funções de governo, para as funções precípuas de Brasília, Capital do Brasil, para empresários e aventureiros que não param se assediar o GDF, manipulando-o segundo seus interesses. É a Brasília capital dos aluguéis a se revelar como uma imensa Galinha-dos-Ovos-de-Ouro.
Ao final, a 901 Norte deve ser defendida pelo próprio Governo. Se o GDF se comporta de forma venal e irresponsável para com Brasília Capital do Brasil, resta chamar a atenção do Governo Federal – que, por sua vez, tem se comportado como se os desvios de Brasília “não fossem com ele“. “Brasília não é problema meu“ dizem as senhoras e senhores “federais“. Ledo, alegre erro.
É impossível preservar esta Cidade-Patrimônio com tais atitudes, dos próprios governos, que deveriam agir firmemente em defesa do interesse público. Isso sim, é corrupção, desvio de rumo, perda de projeto: governos em que seus oficiais “privatizam“ a própria Capital da República, para, em seguida, pagar, em sangria permanente e desatada, insustentável, os mais caros aluguéis do País por imóveis construídos nos TERRENOS QUE LHES PERTENCIAM.
Isso não é burrice na queima do dinheiro do povo. Isso é desonestidade, das grossas.
*Professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da UnB.

Lixos e luxos por Nelson Motta


Enviado por Rádio do Moreno - 
4.5.2012
 | 
10h07m
NELSON MOTTA


Por que cargas-d'água uma grande empreiteira, com obras milionárias em todo o Brasil, especializada em construção civil e sem qualquer know-how ou experiência no ramo, vai se interessar em recolher o lixo de uma cidade? Por que tanta voracidade para abocanhar um trabalho tão sujo? Claro, feito pelos lixeiros e varredores que eles alugam para as prefeituras e limpam a sujeira alheia. Ganhar o contrato é o trabalho deles, sujo também, mas os lixos são diferentes: um é físico, o outro, moral.

Nos contratos da Delta para limpar Brasília e Anápolis, nas sujeiras da coleta de lixo em Santo André que podem ter levado ao assassinato do prefeito Celso Daniel, nos rolos da Leão & Leão com a prefeitura de Ribeirão Preto na administração de Palocci, o metafórico se mistura ao explícito e se espalha, pestilento e insalubre, pelas prefeituras do Brasil. Paradoxal e ironicamente, há cada vez mais sujeira na limpeza pública, com o lixo urbano pagando o luxo mundano de empresários, políticos e funcionários. Mas só Freud pode explicar por que, com tantas formas mais fáceis de roubar dinheiro público, como obras, aditivos e convênios, a opção preferencial deles, a atração fatal, é logo pelo lixo.

Não por acaso, durante décadas, tanto em prefeituras democratas como republicanas, a coleta do lixo de Nova York foi um monopólio da Máfia. Em 2011, na Itália, um confronto entre a Camorra napolitana e o Estado deixou montanhas de lixo apodrecendo durante meses nas ruas de Nápoles, em imagens fétidas que correram o mundo.

Falando em lixo, há um bom tempo não se via uma novela tão boa como "Avenida Brasil", de João Emanuel Carneiro, que tem um de seus principais núcleos no mundo dos lixões, com os que vivem dos restos e dejetos da sociedade consumista em contraste com uma nova classe popular que começa a consumir.

Entre o lixo material que os catadores vendem para viver e o lixo moral que a sociedade rejeita para conviver, a novela recicla e atualiza ancestrais paixões humanas no dilema da protagonista: viver o luxo do grande amor, ou o lixo da grande vingança.
Publicado no Globo de hoje.

Brasil ainda tem 291 empresas na lista do trabalho escravo

Enviado por Míriam Leitão - 
04.05.2012
 | 
15h30m
VÍDEO


A Câmara dos Deputados deve votar na próxima terça-feira proposta que estabelece a expropriação, sem indenização, das terras de quem praticou o crime de trabalho escravo.
No vídeo abaixo, que fiz para o Globo a Mais, eu explico que, de 1995 para cá, 40 mil pessoas no Brasil foram encontradas nesse tipo de situação.
Na lista suja do trabalho escravo, há 291 empresas que foram apanhadas nos últimos dois anos praticando esse crime.

Construtoras faturam mais de R$ 400 milhões com mega templos


Blog do Osias Wurmann

Só o Templo de Salomão, da Universal, terá pedras de Israel, colunas com o dobro da altura do Cristo Redentor e custará R$ 300 millhões.
Por mais de 20 anos, a paulista Sobrosa foi uma construtora de pequeno porte, dedicada ao ramo industrial. Teve oportunidade de fazer obras públicas e projetos residenciais, mas manteve o rumo. No ano passado, porém, recebeu um convite inusitado. Por indicação de um cliente, foi chamada a participar da concorrência para a construção do templo sede da Igreja Mundial do Poder de Deus, em São Paulo. Entrou na disputa e levou o contrato, de cerca de R$ 70 milhões. Hoje, é sua maior obra.
A Sobrosa é um exemplo emblemático de como os projetos de grandes templos no Brasil começam a chamar a atenção de construtoras tradicionalmente focadas em outros mercados. Entre as dez maiores empreiteiras do país, com receita de R$ 1,6 bilhão em 2010 – segundo ranking da revista O Empreiteiro –, a empresa está construindo o Templo do Rei Salomão, da Igreja Universal do Reino de Deus, em São Paulo. Inspirado no antigo templo judeu, o prédio terá colunas com quase o dobro da altura da estatua do Cristo Redentor, no Rio de Janeiro; capacidade para mais de 10 mil pessoas sentadas; vagas para 1,2 mil veículos e será todo revestido com pedras importadas de Israel.