quinta-feira, 10 de maio de 2012

Cabral tem de ser investigado





Hélio Doyle


Publicado 09/05/2012 21:20
                      
Há muito tempo se sabe das relações especiais entre o governador Sérgio Cabral, do Rio de Janeiro, e o empreiteiro Fernando Cavendish, dono da Delta.
            Há muito tempo se sabe que a Delta tem ótimos contratos no Rio, inclusive sem licitação.
            Há muito tempo se sabe que o governador Sérgio Cabral adora viajar para o exterior e que Paris é sua cidade favorita.
Há muito tempo se sabe que Cabral viaja em sigilo e manda divulgar uma agenda oficial mentirosa, para fingir que está no Rio.
Há muito tempo se sabe que o governo do Rio gasta muito dinheiro público com viagens inúteis do governador, do vice e dos secretários ao exterior.
Há muito tempo se sabe que Cabral é um novo-rico deslumbrado e brega.
Mas para que de tudo isso se tirasse uma conclusão política relevante foi preciso que o ex-governador Anthony Garotinho, que não é nenhum santo, divulgasse fotos de Cabral, primeira-dama, secretários, Cavendish e outros empresários em situações absolutamente ridículas e impróprias para uma autoridade pública.
O vice-presidente Michel Temer, que é do PMDB, mesmo partido de Cabral, tem razão ao dizer que as fotos não são motivo para que Cabral seja convocado pela CPI do Cachoeira. Não pelos argumentos jurídicos alegados, mas porque Cabral iria apenas para fazer sua defesa formal, dizer que suas viagens são importantíssimas para o Rio, que não gastou dinheiro público com seus jantares e suas festas em Paris e negar qualquer benefício à Delta e a Cavendish. Os parlamentares não teriam como se contrapor, a não ser nos aspectos éticos e estéticos.
As relações do governador Sérgio Cabral e de seus secretários com a Delta devem ser investigadas, mas pelo Ministério Público e pela Polícia Federal. Talvez apareçam muito mais coisas do que têm aparecido em Goiás.
Pirotecnia desnecessária
Aliás, por falar em Michel Temer, o vice-presidente deveria se impor e acabar com os exageros de sua segurança, pois não precisa disso. Na festa de lançamento do jornal Metro, em Brasília, em um centro de convenções, os convidados eram obrigados a colocar um pin na lapela e tinham de passar por detectores de metal, como se estivessem entrando no Palácio do Planalto. Alguns até acharam que Dilma estaria lá.
Mas era apenas o vice-presidente, que chegou em um comboio espalhafatoso de cinco veículos, enquanto dezenas de agentes com fones nos ouvidos se espalhavam pelo salão.
A segurança presidencial brasileira exagera tanto que cai no ridículo com frequência.    

A esquerda do circo. Sem o pão


 
Conforme matéria publicada pelo Correio Braziliense nesse domingo, 13, somente as administrações regionais gastaram mais de R$ 35 milhões em eventos. Ninguém nunca ouviu falar na maioria desses eventos. Há notícias de que uma cidade fez uma festa para um público de menos de cem pessoas, mas os valores superaram os R$ 100 mil.
O que a reportagem se esqueceu de mencionar é que a conta de todo esse “circo” – sem graça, diga-se – se tornou bem maior. A modalidade se espalhou para as Secretarias de Cultura, Esportes, Turismo, Publicidade e, pasmem, até a Secretaria de Governo aderiu ao “modelo”, alcançando centenas de milhões.
A farra não termina por aí: empresas públicas e autarquias também patrocinam eventos com valores bem próximos aos das administrações regionais. Pelo visto, a “esquerda” festiva chegou ao poder, bancando vários tipos de festa, de todos os gostos e todos os dias. Isso se contrapõe à tese da antiga Roma do “pão e circo”. Ficou faltando o pão, já que eventos sobram e a Sedest agoniza no atendimento social. E viva o circo! Onde os palhaços somos nós, cidadãos do Distrito Federal.   

Fonte: Redação 

Crime organizado



MERVAL PEREIRA10.5.2012 12h57m
O comentário do senador Pedro Taques, do PDT de Mato Grosso, de que o bicheiro Carlinhos Cachoeira já estava no terceiro estágio do crime organizado, buscando negócios legais, resume bem o estado de espírito dos parlamentares que participaram do depoimento teoricamente secreto do delegado da Polícia Federal Raul Alexandre Marques Souza na CPI. 
Ele mesmo oriundo do Ministério Público, assim como Demóstenes, o senador Taques tem experiência de acompanhar esse tipo de ação criminosa, e não estava fazendo um comentário leviano. 
As investigações revelaram com uma profusão de detalhes as ligações de Cachoeiracom praticamente todos os níveis de poder da República, sendo que tinha no bolso do colete pelo menos um senador – Demóstenes Torres, ex-DEM de Goiás, queo delegado classificou como o braço político da organização – dois deputados federais – Carlos Leréia, do PSDB e João Sandes Junior, do PP, ambos de Goiás. 
Além do Congresso, o bicheiro tinha influência importante com pelo menos dois governadores, o tucano Marconi Perillo de Goiás e o petista Agnelo Queiroz de Brasília. 
A atuação do mafioso não se limitava a Goiás, seu Estado natal, ou ao Centro-Oeste, como quis fazer crer num primeiro momento o relator petista,tentando circunscrever as investigações ao interesse de setores de seu partido. 
Seu império se espalhava por todo o país, e há ainda a se provar sua participação na empreiteira Delta, de quem parece ser um sócio oculto. 
É por esse caminho que um terceiro governador, o do Rio, Sérgio Cabral, do PMDB, pode vir a ser convocado para depor na CPI, mas até o momento não há indicaçãode que sua relação promíscua com o empreiteiro dono da Delta, FernandoCavendish, seja razão para tal convocação. 
O vice-presidente Michel Temer tem razão ao afirmar que jantar com empreiteiros não são crimes em si, mas podem indicar crimes praticados, já que se sabe, como nos ensinou Milton Friedman, que não existem jantares grátis, o que por si só já seria motivo para uma investigação, que nesse primeiro estágio caberia ao Ministério Público ou à Assembleia Legislativa do Rio. 
Há ainda a apurar informação não confirmada de que o bicheiro do Centro-Oeste estaria querendo entrar no mercado do Rio deJaneiro e teria se utilizado de canais especiais do empreiteiro Cavendish para realizar essa ampliação de seu negócio. 
Se,no decorrer das investigações, ficar comprovado que o verdadeiro dono da Delta era mesmo o bicheiro Cachoeira, como acredita o prefeito de São Paulo Gilberto Kassab, aí sim o governador do Rio teria que prestar contas à CPI. 
Pelo que se sabe das investigações, e com as muitas mil horas de conversas telefônicas gravadas com autorização judicial,fica patente que o crime organizado estava infiltrado no Poder Legislativo e em alguns Executivos estaduais, e tinha planos ambiciosos de fazer do senador Demóstenes Torres um membro do Supremo Tribunal Federal.
Em termos regionais, o mais próximo que andamos de um cenário de domínio do crime organizado de um Estado foi no Espírito Santo, onde nos anos 90 do século passado os três poderes estaduais foram todos cooptados, tendo sido preciso a intervenção forte de uma força tarefa policial e política para restabelecer a ordem. 
A declaração do delegado da Polícia Federal de que o Procurador-Geral daRepública, Roberto Gurgel, engavetou a investigação, deu nova força aos que querem usar a CPI como instrumento de vingança contra a Procuradoria e a imprensa, pelas mesmas razões: as denúncias sobre o mensalão. 
Com relação à imprensa, o delegado Raul Souza foi categórico ao afirmar que a Polícia Federal não encontrou nenhum indício de ilegalidade nos contatos do diretor da revista Veja em Brasília Policarpo Junior com o bicheiro CarlinhosCachoeira. 
“Apensas conversas entre jornalista e fonte”, foi a definição do delegado. Ora, se é verdade que existem mais de 200 ligações telefônicas entre o jornalista e o bicheiro, como gostam de alardear os blogs chapa-branca, muitos financiados pelo governo exatamente para fazer esse trabalho de solapar a grande imprensa, como não se consegue nenhum diálogo direto entre os dois, ou mesmo entre o jornalista e membros do grupo do bicheiro, que revelem a suposta troca defavores que evidenciaria o crime? 
Até o momento o que se tem são conversas entre os criminosos sobre o jornalista,que servem para alimentar ilações grotescas sobre conluio da direção da revista com o crime organizado. 
Da mesma maneira, não há nenhuma indicação nos dados da Polícia Federal de que Gurgel ou sua mulher, a subprocuradora Claudia Sampaio, tivessem alguma relação com o esquema criminoso, e é leviana a suspeita de que tenham agido com espírito de corpo. 
E a explicação oficial dos dois de que a Operação Vegas não tinha indícios suficientes para abrir um processo no Supremo contra o senador Demóstenes Torres ou outros parlamentares, mas que resolveram sobrestar o caso até que novas investigações em curso pudessem complementar as informações, pode serc onfirmada pelo próprio comentário do delegado na CPI: o caso não foi arquivado nem devolvido à Justiça Federal de Goiás para novas investigações, permanecendo três anos aberto até que, com a Operação Monte Carlo, pôde ter sequência com a abertura de inquérito contra o senador de Goiás no início deste ano. 
Caberá, portanto, ao Procurador-Geral da República agir rápido para desfazer a intriga de que não há explicação razoável para sua demora em abrir o inquérito contra Demóstenes Torres, e sua reação foi mais do que adequada. 
O Procurador Geral explicitou o que já se sabia, a ação contra ele é mais uma manobra dos que querem confundir o julgamento do mensalão para neutralizar sua atuação, colocando-o sob suspeita. 
Isso levaria a suspeita de envolvimento com o crime organizado às portas do SupremoTribunal Federal, o que seria desastroso para a democracia brasileira. Justamente por isso é preciso que a CPI seja prudente ao tratar do assunto, para não servir de pretexto para os que querem tumultuar o julgamento do mensalão.

Após aplicar 50 golpes, um falso prefeito é preso


CPI é secreta para todos, não para os acusados




Em meio à sessão secreta em que a CPI ouve o depoimento do delegado da Polícia Federal Matheus Mela Rodrigues, o senador Pedro Taques (PDT-MT) foi ao microfone para levantar uma “questão de ordem”.
Taques perguntou ao presidente da CPI, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), se era verdade que advogados de três acusados acompanhavam o depoimento pseudosigiloso. Sim, por mal dos pecados, a informação era veraderia.
Sem dar ciência aos colegas, Vital autorizara advogados a serviço de Carlinhos Cacheira, Demóstenes Torres e Cláudio ‘Ex-Delta’ Abreu a penetrar no recinto. Seguiu-se um acalorado rififi. Sentindo-se ludibriados, os membos da CPI abriram a verbo.
Acossado, Vital ensaiou um pedido de desculpas. Alegou que decidira sobre a presença dos defensores de três dos principais alvos da CPI “mococraticamente”. Quer dizer: sozinho.
O senador alegou que há jurisprudência no STF que autoriza a presença de advogados nas sessões de CPIs, mesmo quando secretas. Tolice. O que o Supremo garante é o direito dos acusados de levar a tiracolo seus advogados.
Grita daqui, estrebucha dali, xinga d’acolá o tempo fechou. A sessão foi suspensa por 20 minutos. Tempo suficiente para que os parlamentares descarregassem a raiva sobre gravadores e blocos de anotação dos repórteres.
Na origem, a opção por ouvir delegados e procuradores da República longe dos refletores nasceu de uma observação feita pela senadora Kátia Abreu (PSD-TO) na sessão inaugural da CPI. Ela argumentara que, abertas, as inquirições forneceriam matéria prima para aos acusados.
“Eu estou me sentindo agredida”, disse Kátia. “Acho que isso não poderia ter ocorrido. E um detalhe grave: eles estavam aqui ontem e o delegado [Raul Alexandre Marques Souza, primeiro a ser ouvido] disse que não teria nos dito o que disse se a sessão fosse aberta.”
“Esta comissão tem reuniões secretas e presenças secretas”, ironizou o senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB). “Estamos fornecendo leite aos bandidos.” Odair Cunha (PT-MG), relator da CPI, saiu em defesa de Vital. Disse que o acesso dos advogados é um “direito constitucional”.
A reação dos colegas de Vital desconsidera um fato relevante. Ao abrir a sessão secreta à defesa dos principais alvos da investigação, o presidente da CPI converteu milhões de brasileiros em palhaços instantâneos.
Um dos objetivos da CPI é o de sugerir, ao final dos trabalhos, a aprovação de projetos de lei que impeçam a reiteração de crimes como os cometidos pela quadrilha de Carlinhos Cachoeira.
Ainda não se sabe a que conclusões chegarão os “investigadores” do Congresso. Mas já é possível antever o teor de uma das propostas de lei que resultarão da CPI. O Legislativo está na bica de propor um ambicioso programa: o ‘Bolsa Palhaço’.
Vai prever a distribuição de narizes vermelhos, colarinhos folgados e sapatos grandes à população brasileira. A iniciativa não vai impedir a reincidência dos criminosos. Mas pode ativar a economia em tempos de PIB miúdo.
Num inédito movimento de redirecionamento profissional, a platéia estará habilitada a atuar nos picadeiros de circo e no lucrativo mercado de festas infantis. Considerando-se as cenas fascinantes oferecidas por Brasília, não vai precisar nem de treinamento.

No ringue da CPI, uma cena de ‘pugilato verbal"



Membros da CPI do Cachoeira, o senador Raldolfe Rodrigues (PSOL-AP) e o deputado Silvio Costa (PTB-PE) protagonizaram uma cena de explícito pugilato verbal. A dupla participava da inquirição do delegado federal Matheus Mela Rodrigues.
O delegado Mela dissera coisas que melecaram a imagem do governador tucano de Goiás, Marconoi Perillo (aquiaqui e aqui). A certa altura, Raldolfe deixou a atmosfera secreta da CPI. Foi tomar um ar diante dos refletores.
Abordado pelos repórteres que se acotovelam defronte da sala de depoimentos, Raldolfe delarou-se convencido da necessidade de convocar Marconi para prestar esclarecimentos. De passagem, Silvio Costa discordou.
No trançar de línguas, Silvio pespegou em Randolfe dois adjetivos molestos: “demagogo” e “doido”. Em resposta, o senador insinuou que o deputado estaria protegendo Maconi. Não houve sangue nem olho roxo. Mas a cena desce à crônica do dia como coisa própria de mesa de boteco, não do Parlamen

O “arquivo-bomba” da Monte Carlo



15:01:40

O arquivo dos políticos na operação

Delegado da Polícia Federal por profissão, o deputado Fernando Francischini resolveu se debruçar sobre o que considera ser o “arquivo-bomba” da Operação Monte Carlo. ...

Segundo Francischini, os agentes federais reuniram em um arquivo batizado de “@PLX” todos os grampos que citam políticos envolvidos com o bicheiro Carlinhos Cachoeira. Quantos grampos desta natureza existem no inquérito da Operação Monte Carlo? Simplesmente 3 753 ligações telefônicas citando políticos.

Francischini diz que o termo “@PLX” é uma forma de indexador de informações da PF para facilitar a pesquisa de grampos nos arquivos do Guardião. Diz Francischini:

– Reunindo todos os grampos “@PLX” nós chegaremos inclusive a escutas ainda não reveladas sobre um número incerto de políticos envolvidos com o Cachoeira.

Por Lauro Jardim

Fonte: Veja.com - Radar On-line - 10/05/2012

O PT dá aula de como funciona e democracia leninista-stalinista do partido. Vejam que graça!


10/05/2012
 às 19:34


O PT se lançou no mercado das ideias de posse de algumas, como possa chamar?, “ideias-força” — que se transformaram, como de hábito, em “ideias-farsa”. Uma delas é a tal “democracia interna” — vale dizer: as bases realmente influiriam na decisão do partido. Bem, vocês viram como Lula impôs Fernando Haddad como candidato em São Paulo, por exemplo. Querem mais “democracia interna” do que aquilo? Leiam agora o que vai no Estadão Online. Volto em seguida:
Por Daiene Cardoso:
Em reunião da Executiva Nacional, o PT anunciou nesta quarta que a escolha dos candidatos à prefeitura das cidades com mais de 200 mil habitantes e polos econômicos regionais terá de ser homologada pela direção nacional do partido. A resolução aprovada será submetida à votação na reunião do Diretório Nacional no próximo dia 18, em Porto Alegre (RS). O objetivo, segundo o presidente nacional da legenda, deputado estadual Rui Falcão (SP), é evitar a intervenção direta da cúpula petista nos diretórios regionais.
“(A resolução) é justamente para que, se você tiver de fazer cumprir o regimento e a tática nacional, não ter de provocar a intervenção”, explicou o dirigente. De acordo com Falcão, uma intervenção direta nos diretórios onde a escolha for contrária à orientação nacional causaria “confusão do ponto de vista político e organizativo”.
A resolução da Executiva Nacional atinge diretamente cidades como Mossoró (RN) e Duque de Caxias (RJ), onde o PT quer obrigar seus líderes locais a desistir de candidaturas próprias para apoiar o PSB. O acordo serviria como moeda de troca para que os socialistas apoiem Fernando Haddad (PT) em São Paulo. “Nós avocamos para a direção nacional tanto Mossoró quanto Duque de Caxias”, avisou Falcão. “No momento devido podemos eventualmente formalizar uma coligação com o PSB”, emendou.
No encontro de hoje, além de Mossoró e Duque de Caxias, os petistas discutiram a situação de capitais como Fortaleza (CE) e Recife (PE), onde o PT submeterá a escolha ao processo de prévia. Em São Paulo, Falcão revelou que ontem (09) o partido voltou a conversar com a direção nacional do PCdoB sobre a possibilidade de uma aliança já no primeiro turno. “Há possibilidades (de acordo)”, sinalizou o cacique petista. De acordo com ele, a direção do PCdoB deixou claro que não abre mão da candidatura da deputada federal Manuela D”Ávila em Porto Alegre. Rui Falcão afirmou ainda que, além do PCdoB e do PSB, as conversas com o PR estão avançando e que o partido quer apresentar os aliados da chapa de Haddad no encontro do dia 2 de junho.
(…)
VolteiViram? Querem mais democracia do que isso? A forma como Rui Falcão toca o partido expressa a maneira como ele acha que o Brasil deveria ser administrado: os cidadãos seriam livres depois de devidamente “autorizados” pelo Comitê Central.
Vejam como ele é democrático: as candidaturas estão sujeitas à prévia autorização da direção. É uma forma, diz este homem tolerante e a favor do poder das bases, de evitar a intervenção. E eles intervêm mesmo. O PT do Maranhão, por exemplo, foi humilhado. Toda a direção foi encostada porque Lula deu a ordem: é para apoiar Roseana Sarney. E ponto!
“Este é o meu garoto”, balbucia Lênin, lá do inferno.
Por Reinaldo Azevedo

Recado aos membros da CPI: O COLABORADOR DE VÉSPERA DOS ASSASSINOS DE INSTITUIÇÕES SERÁ SEMPRE UM FUTURO ALVO. Perguntem a Stálin!


10/05/2012
 às 16:44


Escrevi, nesta manhã, um texto aplaudindo a reação do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, segundo quem a conspiração (a palavra é minha) de mensaleiros e outras pessoas descontentes com o Ministério Público (Collor — a suposição é minha) está na raiz da gritaria que se faz por aí contra ele. E está mesmo! Nesta quinta, o ministro Gilmar Mendes, do Supremo, defendeu o procurador-geral e disse o óbvio: não faz sentido ele ir à CPI. Não porque esteja acima da lei. ELE NÃO PODE IR JUSTAMENTE PORQUE ESTÁ SUBORDINADO A ELA. Como pode ser testemunha de um caso em que ele entra como investigar e acusador? É um disparate! Aliás, um disparate a que já se assistiu — se não em CPI, em outras comissões do Congresso.
Durante o governo FHC, cansamos de ver procuradores como Luiz Francisco, Guilherme Schelb e Janice Ascari em comissões do Congresso, a fazer verdadeiros libelos acusatórios contra o então secretário-geral da Presidência, Eduardo Jorge Caldas Pereira. E o que havia mesmo contra ele? Os fatos provaram: nada! A presença de procuradores no Congresso para falar sobre casos específicos já é um problema. Tanto maior no caso de uma CPI, especialmente quando a disposição de linchar o procurador-geral já está mais do que anunciada.
Já escrevi diversos textos a respeito e reitero: existe hoje um núcleo empenhado em mandar para o lixo as instituições — não necessariamente a pessoa deste ou daquele — com o intuito claro de livrar a própria cara. Vale tudo: atacar STF, Procuradoria-Geral da República, imprensa, qualquer ser que se mova e não esteja empenhado em proteger quadrilheiros.
Não deixa de existir um dado positivo nessa história toda. Denunciei aqui no dia 1º de abril a manobra desses caras. Era a homenagem que eles faziam ao Dia da Mentira. Alguns me acusaram, então, de estar forçando a mão, de estar vendo coisas que não existiam. Quarenta dias depois, ninguém mais tem direito à dúvida. Os mensaleiros e seus associados querem melar a CPI para tentar livrar o próprio couro ou para se vingar. É preciso que tudo vá para o lixo para só reste “o partido” como a voz da verdade.
Hoje, “eles” querem pegar STF, Procuradoria e imprensa. Se forem bem-sucedidos, vão tentar caçar e cassar em seguida os que os auxiliarem na tarefa de agora. Porque essa é a natureza do jogo.
O colaborador de véspera dos assassinos de instituições será sempre um futuro alvo.
Por Reinaldo Azevedo

Cenas apocalípticas depois dos atentados em Damasco


AFP

Agência France Press




Horror

Uma imagem da agência de notícias Sana mostra homens carregando um corpo carbonizado após os ataques. Fonte: AFP
DAMASCO (AFP) – Partes de corpos destroçados enchiam os sacos de náilon das equipes de resgate à medida que eram recolhidos os restos humanos espalhados pela região de Damasco atingida nesta quinta-feira por dois atentados, enquanto sírios perambulavam atônitos em meio ao cenário de terror.
Entre os carros ainda fumegantes, alguns buscavam seus familiares, quando chega uma idosa, perturbada, com as mãos voltadas para o céu.
“Pobre Síria, pobres de nós”, afirma um homem. “Meu primo… quero saber o que aconteceu com meu primo!”, grita outro.
“Em nossa vida, nunca vimos isso!”, exclama um sírio, que sobreviveu ao atentado mais devastador desde o início da revolta popular em seu país, há 14 meses.
O fotógrafo da AFP no local viu “um pequeno cérebro, talvez o de uma criança, banhado em uma poça de sangue”.
Em mais de 50 metros ao redor, as fachadas dos edifícios estão destruídas e as ruas destroçadas. Por todo lado, são vistos carros cuja carroceria derreteu, ônibus destruídos, árvores caídas à beira de uma estrada com crateras profundas provocadas pelas explosões.
Com um minuto de diferença, duas fortes explosões sacudiram às 8 horas locais (2 horas de Brasília) o sul da capital, em horário de grande movimento, e deixaram mais de 55 mortos e 370 feridos, segundo a rede de televisão estatal.
Em meio a estas cenas de desolação, um homem grita: “É essa a liberdade que vocês querem? Morreram alunos a caminho da escola e funcionários que iam ao trabalho”, referindo-se ao protesto popular.
“São os presentes de (Recep Tayip) Erdogan e de Hamad (Ben Khalifa al-Thani)”, o primeiro-ministro turco e o emir do Qatar. “Assassinam as crianças, os idosos e os religiosos”, lança outro homem, fotografado pela AFP.
O Qatar incentivou o armamento dos rebeldes sírios, enquanto a Turquia, antiga aliada de Damasco, lidera agora as críticas ao regime.
Estas imagens terríveis “lembram as explosões que ocorreram no Iraque após a invasão americana” desse país em 2003, considerou um analista na rede de televisão pública síria.
Para ele, estes atentados estão dirigidos contra o regime do presidente Bashar al-Assad, atacado, segundo ele, porque coloca em andamento reformas políticas.
Em terra, os partidários do chefe de Estado fizeram uma demonstração de força.
Na chegada do chefe dos observadores da ONU na Síria, o general norueguês Robert Mood, ao local dos dois atentados, dezenas de pessoas o cercaram.
“Por nosso sangue e por nossa alma, nos sacrificaremos por ti, Bashar”, cantaram em apoio ao presidente, que afirma combater há 14 meses os “grupos terroristas” armados pelo exterior.
Um grande número de civis com armas, provavelmente agentes de segurança, também estava presente.
Uma missão de observação da ONU encontra-se na Síria desde o dia 15 de abril, de acordo com o plano de saída de crise do emissário internacional Kofi Annan, para supervisionar a aplicação do cessar-fogo, amplamente ignorado.
Nos últimos meses, uma série de sangrentos atentados sacudiu a capital, nos bairros de Qassaa, Midan e Kafar Soussé etndo como alvos edifícios de segurança, deixando dezenas de vítimas.
O último realizado em Damasco ocorreu no dia 27 de abril. Onze pessoas morreram em um ataque suicida em frente a uma mesquita.
A repressão e os combates entre soldados e insurgentes deixaram cerca de 12.000 mortos desde março de 2011, em sua grande maioria civis mortos pelas tropas governamentais