sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Hipócritas do lulopetismo se horrorizam com Renan presidente do Senado — mas ele é PARTE INTEGRANTE do lulopetismo!


Ricardo Setti - VEJA

Na Mesa do Senado, Renan Calheiros recebe o cargo de presidente da Casa de Sarney (Foto: Geraldo Magela / Agência Senado)
Mas que bando de hipócritas! Há numerosos lulopetistas em todos os cantos — inclusive colunistas e blogueiros — espinafrando a eleição, pelo Senado, do senador Renan Calheiros (PMDB-AL) como seu novo presidente, por folgados 56 votos a 18 conferidos ao senador Pedro Taques (PDT-MT), e dois nulos.
Calheiros, que se viu obrigado a renunciar ao mesmo cargo em 2007 para não ser cassado, devido ao envolvimento em escândalos, está neste exato momento, como se sabe, sendo alvo de três processos no Supremo Tribunal Federal por peculato, falsidade ideológica e uso de documento falso, e sua atuação nos bastidores do governo, supostamente para favorecer amigos, está coberta por nuvens cinzentas.
É, evidentemente, um grande constrangimento, para não dizer uma coisa horrorosa, termos na presidência do Senado e do Congresso alguém nessas condições, e igualmente não é nenhuma maravilha ver aboletar-se um deputado medíocre, como Henrique Alves (PMDB-RN), integrante de uma dinastia de neocoronéis do Nordeste, e também cercado de controvérsias, na presidência da Câmara, como está prestes a ocorrer.
O problema é que lulopetistas não têm autoridade moral para criticar nem Renan, nem Alves!
Moral alguma!
Os dois são produto da aliança eleitoreira entre o antigo e suposto “partido da ética”, o suposto “renovador” da política brasileira — o PT — com o partido de espertalhões gulosos que é o PMDB. Ao fundir seu destino ao PMDB do vice-presidente Michel Temer para eleger Dilma e alcançar grande maioria no Congresso, o PT igualou-se moralmente ao agora irmão gêmeo.
Os “300 picaretas” de que um Lula que não existe mais falava estão todos com ele! E com Dilma!
Esse tipo de gente como Renan e Alves são hoje a cara do lulopetismo, que apoiam num regime de trocas. Ambos candidatos foram devidamente abençoados pelo Palácio do Planalto. Em seus cargos, continuarão a ser o que já são — parte importante do esquema de poder lulopetista. Tanto é que obtiveram, por escrito, o apoio do principal guru do stalinismo lulo-petista, o hoje réu mensaleiro condenado José Dirceu.
De fato, em seu blog, sem a hipocrisia que muitos lulopetistas ostentam diante das duas figuras que presidem nossas Casas legislativas a partir de hoje, Dirceu classifica de “campanha de falso moralismo” as críticas Renan.
Ele se refere, naturalmente, à oposição e à “imprensa golpista” (com que exércitos contaria?) — mas a carapuça cabe direitinho na cabeça dos quadros lulopetistas que, hipocritamente, se horrorizam com algo que eles próprios criaram.

Em seu primeiro discurso como presidente, Renan frauda a história ao exaltar Sarney



O senador Renan Calheiros (PMDB-AL), novo presidente do Senado, prometeu que a Casa será autônoma na relação com o Executivo — a autonomia do peemedebismo tem a moralidade um taxímetro. Disse ainda que vai criar uma comissão da transparência, ou qualquer coisa desse gênero.
No discurso de posse, dirigiu um agradecimento especial a José Sarney 9PMDB-MA), o presidente que sai:
“ Foi ele (Sarney) que nos conduziu da escuridão da ditadura para a liberdade democrática”.
Uau!
Renan entende de história o que entende de ética. Vejam que coisa! Sarney, o homem que presidia o PDS, que comandou o partido na derrota da emenda das diretas; que assinou um artigo na Folha de S. Paulo, então, defendendo entusiasticamente o direito que sua legenda teria conquistado nas urnas de eleger o presidente no Colégio Eleitoral, este homem se tornou, na versão de Renan, o Diógenes do regime democrático, a iluminar a escuridão com a sua lamparina perscrutadora!
Ora, vá plantar batatas, senador Renan Calheiros!
Na Presidência da República, relevo, Sarney não foi especialmente intolerante. Aliás, sua atuação como senador, tudo considerado, foi mais deletéria do que como chefe do Executivo. Mas daí a ter sido aquele que nos conduziu à democracia…
Estou entre aqueles, e já escrevi a respeito, que reconhecem a importância que teve a formação, então, da Frente Liberal — os dissidentes do PDS que se juntaram a Tancredo Neves —, depois “Partido da Frente Liberal” (PFL), na transição democrática. O PFL viria a ser fundamental, mais tarde, também para a transição do Brasil do estatismo xucro para o do estatismo semi-xucro. Reconhecer o papel objetivo que partidos e personalidades tiveram na história, premidos, muitas vezes, por circunstâncias que não escolheram, não deve se confundir com mistificação.
Sarney foi, quando muito, passageiro de um comboio. E só assumiu o papel de protagonista num determinado período porque beneficiado pelo acidental. Foi um caso típico, para assombrar a teoria, de Fortuna descasada da virtù.
Os que nos conduziram à democracia foram aqueles que, pacientemente, construíram e alimentaram a resistência pacífica à ditadura. Sarney foi usuário do regime ditatorial e, porque é Sarney e soube trair os seus na hora certa, acabou como um dos principais beneficiários da democratização.
Por Reinaldo Azevedo

Médico de Porto Alegre se apoia no tratamento dos sobreviventes de Santa Maria para denunciar as mentiras oficiais sobre o atendimento em UTI


Augusto Nunes - VEJA


Fachada da boate Kiss, destruída, após incêndio
Desde domingo, em comentários remetidos de Porto Alegre e publicados nesta coluna, o médico intensivista Milton Pires se apoia no tratamento dos sobreviventes da tragédia de Santa Maria para impedir que mentiras oficiais deformem a verdade sobre o atendimento a casos que exigem internação em alguma UTI. Neste artigo publicado no blog do jornalista gaúcho Políbio Braga, Milton Pires fez um perturbador resumo da ópera. Confira. (AN)
Em 1967 a Guerra do Vietnã envolvia um contingente cada vez maior de soldados americanos. A necessidade de atendimento aos feridos graves, entre eles as vítimas de queimadura e intoxicação, demandava recursos materiais e humanos cada vez mais complexos.
Os Estados Unidos construíram, na cidade litorânea de Da Nang, um hospital militar com o objetivo de atender suas tropas. Nesta época não existia propriamente a especialidade hoje conhecida como Terapia Intensiva. Foi com espanto que os médicos militares começaram a atender um número cada vez maior de pacientes vítimas de intoxicação em função do chamado “agente laranja” e outras substâncias químicas utilizadas para desfolhamento de florestas e localização dos esconderijos inimigos.
As pessoas apresentavam como quadro clínico uma síndrome que envolvia, entre outros sinais e sintomas, acúmulo de líquidos nos pulmões e diminuição da capacidade de oxigenação do sangue. Essa nova doença ficou conhecida como “Pulmão de Da Nang” e hoje, nós intensivistas, a chamamos de SARA – Síndrome de Angústia Respiratória do Adulto.
Fiz esta breve introdução para dizer que é isto que pode acontecer com os sobreviventes do incêndio de Santa Maria. Mais: gostaria que ficasse muito claro a todos que este tipo de “coisa” não pode ser atendido (numa situação que envolve um número de pacientes tão grandes) com segurança em nenhuma capital brasileira.
Isto ocorre porque simplesmente não há unidades de terapia intensiva (UTIs) em número suficiente nem respiradores artificiais para atender tanta gente.
Em meio a tanto desespero não há um só político ou autoridade da saúde com honestidade suficiente para dizer aquilo que escrevi acima.
Há pelo menos quatro décadas assistimos gerações e mais gerações de secretários e ministros da Saúde insistindo na ideia de medicina comunitária e prevenção.
Pois bem, pergunto agora: o que nós, médicos intensivistas, devemos fazer com as pessoas que sobreviveram ao incêndio de Santa Maria? Encaminhá-las para postos de saúde?
Não se constrói um hospital público em Porto Alegre desde 1970!
Pelo contrário; vários foram à falência e fecharam! Que o Brasil inteiro saiba que é MENTIRA a afirmação das autoridades de que Porto Alegre tem leitos de UTI suficientes para atender toda essa gente!
A Secretaria estadual da Saúde pode, se necessário, comprar leitos na rede privada mas mesmo assim é muita sorte haver algum disponível.
Com relação aos responsáveis por esta tragédia, deixo aqui a minha opinião – foi o poder público corrupto, negligente e incompetente, quem MATOU todos estes jovens!
É esse tipo de gente que quer entupir o Brasil com médicos de Cuba e do Paraguai, que manda médicos para o Haiti e que insiste em saúde “comunitária”, que agora aparece na televisão chorando e abraçando os pais das pessoas que morreram.
Termino aqui; como em toda situação de guerra, a primeira vítima de Santa Maria, assim como em Da Nang, foi a verdade – jamais esqueçam isto !

Os 18 do Senado se livraram da lata de lixo da História reservada ao bando vitorioso



Tanto a Câmara quanto o Senado ofereceram ao país que presta, nesta sexta-feira, uma notícia boa e outra má. Depois de dois anos na presidência, o companheiro gaúcho Marco Maia voltou ao baixo clero e ao convívio com a multidão de nulidades condenadas à obscuridade. É a boa notícia. A má: o novo gerente do Feirão da Bandidagem é Henrique Alves, que tentou livrar-se do último escândalo em que se meteu com a demissão do bode Galeguinho. É bom saber que o senador José Sarney acabou de deixar o comando da Casa do Espanto. Ruim é saber que o sucessor é Renan Calheiros.
Como registra o comentário de 1 minuto para o site de VEJA, o Congresso mudou para que tudo fique igual: sairam dois casos de polícia, entraram outros dois. Todos estão lá por decisão de milhões de eleitores que votam como se estivessem escolhendo sócios de algum clube dos cafajestes. O bando que controla o Poder Legislativo faz o que quer por confiar na mansidão bovina do grande rebanho. Enquanto os brasileiros elegerem os sarneys, renans, maias ou alves, não haverá perigo de melhorar.
Políticos são todos iguais, recitam os omissos profissionais, os cansados de nascença ou os que simulam ceticismo para manter em segredo o voto em figuras abjetas. Não são iguais. Os 11 senadores que há dois anos se recusaram a engolir José Sarney são muito diferentes dos que se ajoelharam diante de Madre Superiora. Além de reiterar tal diferença, a eleição desta sexta-feira comprovou o crescimento da bancada dos acreditam que a atividade política não é incompatível com a honradez. Pedro Taques não é igual a Renan Calheiros. Os 18 senadores que apoiaram o senador do PDT de Mato Grosso  são diferentes dos que devolveram à presidência o alagoano apeado do cargo há cinco anos por ter feito sem a devida cautela o que continua fazendo com mais cuidado.
No discurso em que justificou a candidatura sem chances de vitória, Pedro Taques evocou a lição extraída por Darcy Ribeiro dos fracassos que acumulou. Ele tentou e não conseguiu, por exemplo, fazer uma universidade séria.  Nem por isso sucumbiu à amargura. E jamais capitulou. “Os fracassos são minhas vitórias”, ensinou Darcy Ribeiro e repetiu o candidato do Brasil decente. “Eu detestaria estar no lugar de quem venceu.” A resistência democrática tem de decorar a mensagem e entender que não tem o direito de render-se.
Dos 78 presentes, 56 senadores ignoraram o  recado do candidato do Brasil decente. Coisa de otário, conversa de noviço, devem ter achado. As imagens de Renan Calheiros confraternizando com seus eleitores gritam que o cangaceiro governista seus eleitores se merecem. Não importa quanto tempo demore, acabarão juntos para sempre na mesma lata de lixo da História. Desse destino escaparam os 18 do Senado.

’300 picaretas e uma pá de cal’, por Fernando Gabeira



PUBLICANO NO ESTADÃO DESTA SEXTA-FEIRA
FERNANDO GABEIRA
Num dos meus primeiro mandatos de deputado federal defendi na tribuna da Câmara Os Paralamas do Sucesso, acusados de caluniar o Congresso Nacional com a música Luís Inácio (300 picaretas’). Os primeiros versos diziam: “Luís Inácio falou, Luís Inácio avisou/ são trezentos picaretas com anel de doutor!”.
Defendi-os em nome da liberdade de expressão. Não concordava inteiramente com Lula. Talvez fossem 312 ou 417. Reconheço que 300 é um número redondo, mais fácil de inserir nos versos de uma canção popular. Além do mais, nem todos têm anel de doutor. Mas isso são detalhes. O mais importante é registrar que estávamos na véspera da chegada do PT ao governo federal, início da era do “nunca antes neste país”. E aonde chegamos, agora, uma década depois?
Renan Calheiros deve assumir a presidência do Senado, Henrique Eduardo Alves, a da Câmara e o deputado Eduardo Cunha, a liderança do PMDB. Caso se concretizem, esses eventos representam um marco na História do Congresso. Significa que, para muitas pessoas informadas, o Congresso deixa de existir. É o fim da picada…
Conheço os passos dessa estrada porque transitei nela 16 anos. O mensalão significa o ato inaugural, a escolha do tipo e da natureza de alianças políticas do novo governo. O mensalão significa a compra de votos dos partidos, uma forma de reduzir o Congresso a um balcão de negócios. Em seguida vieram as medidas provisórias (MPs). Governar com elas é roubar do Congresso tempo e energia para seus projetos. A liberação das emendas parlamentares era a principal compensação pelo espaço perdido.
Mas deputados e senadores não cedem o espaço porque são bonzinhos ou temem o governo. As MPs são uma forma simplificada de o governo realizar seu objetivo. Os parlamentares tomaram carona nesse veículo autoritário. E inserem as propostas mais estapafúrdias no texto das MPs. Com isso querem aprovar suas ideias sem o caminho democrático que passa por debates em comissão, audiências públicas, etc.
Na Câmara essas inserções oportunistas são chamadas de jabuti O nome vem da frase “jabuti não sobe em árvore, alguém o coloca-lá”. O nome jabuti pressupõe que há interesses econômicos diretos por trás de cada uma dessas emendas.
A perda de espaço para o governo não é o problema, desde que todos os negócios continuem fluindo, das MPs às emendas ao Orçamento. O espaço não interessa, o que interessa é o dinheiro. Espaço por espaço, o Congresso já abriu uma grande avenida para o Supremo Tribunal Federal julgar casos polêmicos, como aborto e união gay.
Os negócios, como sempre, são o centro de tudo. Negócios, trambiques, maracutaias e, como diziam Os Paralamas em 2003, “é lobby, é conchavo, é propina e jeton”. Uma década depois, vendo o Congresso idêntico à sua caricatura, pergunto quando é que nos vamos dar conta dessa perda, desse membro amputado de nossa anatomia democrática.
A saída da minoria ─ chamada, com uma ponta de razão, de Exército Brancaleone ─ foi pressionar por dentro e estabelecer uma tensão entre ala e a opinião pública. Na definição do voto aberto para cassar deputados, vencemos o primeiro turno porque a imprensa e eleitores estavam de olho. Vitória esmagadora, contra apenas três abstenções. Agora até esse caminho está bloqueado. Todos os dispositivos internos foram reforçados e passaram a impedir tais votações. Com a cumplicidade do PT, os piores elementos foram ascendendo aos postos estratégicos e agora o esquema chega ao auge, com a escolha de Calheiros e Alves.
De um lado, interessa-me avaliar como será o futuro do País sem um Congresso que possa realmente ser chamado por esse nome. De outro lado, um olho na saída. Não sei se repetiria hoje a campanha contra Renan, os cartazes com chapéu de cangaceiro e a frase: “Se entrega, Corisco”. Nem se gostaria de ver de novo aqueles bois se deslocando pelos campos alagoanos para as terras de Renan, para comprovar que era dono de muitas cabeças de gado. O ideal, hoje, seria poupar os bois dessa nova viagem inútil. Passar o vídeo, criar uma animação, substituir toneladas de carne de boi por milhões de pixels.
Henrique Alves destinou dinheiro a uma empresa fantasma de um assessor dele. No lugar deserto onde a empresa funcionava havia apenas um bode, chamado Galeguinho. O bode foi dispensado depois de sua estreia. Os bois mereciam o mesmo. “Parabéns, coronéis, vocês venceram”, diz a letra de Luís Inácio. Deixaram-nos monitorando bois de helicóptero e pedindo ao bode que nos levasse ao gerente da empresa.
Luiz Inácio falou, Luiz Inácio avisou. Mas foi o primeiro a passar para o lado deles e a contribuir com algumas novas espécies para a fauna já diversa que encontramos em 2003.
A vitória dos cavaleiros do apocalipse recoloca a urgência de salvar o Congresso dele mesmo. A maneira de potencializar o trabalho da minúscula oposição é a maior transparência possível e uma ajuda da opinião pública. A partir dessa vitória, Calheiros, Alves e seus eleitores no Parlamento dizem apenas à sociedade: somos assim, e daí? Depois do descanso merecido, o bode que é o porteiro da empresa favorecida por Alves deveria ser colocado na porta do Congresso.
É impensável que 300, 312 ou 417 ─ não importa o número exato ─ picaretas enfrentem o Brasil sem uma represália dura. O espírito do “eles lá, nós aqui”, de distância enojada, no fundo, é bom para eles, que querem total autonomia para seus negócios. Será preciso mostrar que toda essa farsa é patrocinada pelo dinheiro público. E que sua performance será amplamente divulgada agora e no período eleitoral. O instinto de sobrevivência da instituição não existe. Mas o do político é muito grande. É preciso que ele sinta o desgaste pessoal produzido por suas escolhas.
Muitas pessoas vão trabalhar nisso, cada uma no seu posto, às vezes em manifestações. A eleição direta para presidente foi uma conquista. A perda do Congresso para o ramo dos secos e molhados é uma dolorosa ferida em nossa jovem democracia.
Nós demos um boi para não entrar nessa luta. Daremos um bode para não sair dela.

Charge do Sponholz...



CHARGE DO ALPINO = Cantor Belo recebe ordem de despejo de mansão, afirma jornal



Esqueçam a definição de Churchill sobre democracia, mas perguntem, o que se passa no Brasil é democracia?



Helio Fernandes
A Teoria dos Três Poderes tem pelo menos mil anos, Executivo, Legislativo e Judiciário. Se o que foi chamado de regime do povo, pelo povo e para o povo, tivesse que ser reduzido para dois, através de um plebiscito, referendo popular e direto, qual seria eliminado?
O Executivo tem que ser mantido, ou não seria Democracia e sim anarquia e nihilismo (Paulo Solon). O Judiciário tem errado muito através dos tempos, principalmente tempos ditatoriais e “funcionando” ostensivamente.
Mas é indispensável. Como viver sem Justiça, mesmo eventualmente contestada ou desfigurada? O próprio Rui exaltava a Justiça como um todo, embora desprezasse individualmente juízes venais. Como escreveu neste libelo de 1899, no jornal “A Imprensa”, que infelizmente durou pouco tempo.
“Todos os juízes tíbios, acreditam, como Poncio, salvar-se lavando as mãos do sangue que vão derramar, do atentado que vão cometer. Como quer que te chames, prevaricação Judiciária, não escaparás ao ferrête de Pilatos: O bom ladrão, salvou-se. Mas não há salvação para o juiz covarde.”
Sobre o Legislativo, que pelo menos no Brasil (e não apenas no Brasil) vai se degradando cada vez mais. E seria prazerosamente descartado, se o povo tivesse Poder. Trabalham apenas um dia por semana, deixam acumular 3 mil vetos presidenciais, como se não tivessem importância. Recebem, votam (a favor) e aprovam as inconstitucionais Medidas Provisórias, como se fossem manifestações legais e irrefutáveis. Sem falar nos atos de corrupção. Não adianta repetir como tantos tolos, “é melhor um Congresso funcionando precariamente, do que um Congresso fechado”.
Esse Congresso, em 1934 transformou a eleição DIRETA em INDIRETA. Em 1964, sancionou o ditador Castelo Branco. Em 1997/98 aceitou o pagamento (bolso a bolsa, em dinheiro vivo) para reeleger FHC, a primeira vez que isso acontecia no Brasil. Em algum desses casos, e em centenas de outros, serviram ao povo? São servos, submissos e subservientes, pensam (?) apenas nos seus interesses coonestados pelo Poder.
RENAN E EDUARDO ALVES,
DEMOCRACIA “CORRUPTA”
Há 20 ou 30 dias, não saem do noticiário, dos jornais, rádios, televisões, redes sociais. Não são propriamente acusações e sim lembranças de atos predatórios contra a dignidade humana, da ética e da responsabilidade, perdão, irresponsabilidade, no exercício de cargos públicos.
Na verdade, nem Renan nem Henrique Eduardo Alves têm fé publica, eles mesmos provaram e comprovaram tudo o que diziam sobre e não contra eles. Como é que Renan pode se defender de alguma coisa? Renunciou à presidência do Senado, para continuar como senador. Como pode desmentir um fato publico e notório, a renuncia, que só podia ser praticada por ele?
Nos últimos dias surgiram problemas e protestos contra Renan, até mesmo dentro do PMDB. Na verdade não era contra, e sim divisão do “patrimônio”, e só Renan, tem Poder para acalmar e coordenar, em silencio.
O senador Eunicio de Oliveira, que mal sabe ler e escrever, e jamais conseguiu explicar sua fortuna, presidente da Comissão de Constituição e Justiça, que já foi presidida por Milton Campos, Afonso Arinos de Mello Franco e outros do mesmo calibre.
Agora a pretensão de Eunicio: ser líder do governo no Senado. Raros países têm esse cargo, se os poderes são independentes, por que um líder do Executivo no Legislativo? E se é “líder do governo”, por que indicado, aprovado e nomeado por Renan sozinho?
Quem disputava com Eunicio era o senador Romero Jucá, que vinha sendo líder do governo desde FHC e Lula, e ainda pegando o primeiro ano de Dona Dilma. Romero Jucá, que perde todas as eleições executivas do seu estado, já foi Ministro da Previdência, perigo e absurdo. Deixou o cargo numa avalanche de irregularidades. Será líder (leia-se, “líder”) do PMDB. É o homem certo para o lugar certo.
PRESIDENTE DA CAMARA
“Henriquinho” também exibe defesas diárias, de acusações, que ele “garante não terem importância e não passarem de fogo amigo”. O que ele não desmente, e nem gosta de falar no assunto: a evasao de divisas e a sonegação do imposto de renda. O Supremo Tribunal Federal, no processo do mensalao, considerou que são dois crimes separados, passiveis de duas condenações. Como desmentir esse fato, tão divulgado na época, avaliado e documentado por uma fonte irrepreensível?
Foi a própria mulher (ainda não era ex) residia na casa maravilhosa que Eduardo Alves construiu, e no dia seguinte já foi ocupada por ela. Revelação dela: “Henrique Eduardo Alves tem 15 milhoes de dólares em paraísos fiscais: Aí houve a separação, mas os 15 milhoes de dólares, (30 milhoes de reais) ficaram com ele. Nunca entendi essa evasão de dinheiro para paraíso fiscal. E se o sujeito (“henriquinho”) morrer, quem fica com o dinheiro? E mesmo vivo, o que faz com esse dinheiro, sem proprietário visível, sem domicilio, sem quartel?
A DEMOCRACIA DA OAB NACIONAL
Esse órgão importantíssimo (menos nas ditaduras, quando deixa de ser atuante) tem 750 mil sócios. Mas apenas 81 advogados escolhem o presidente. E assim mesmo e geralmente (como agora) dois membros da diretoria nacional, se candidatam à promoção. Serão presidentes de 750 mil, com o voto de 81.
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PS – Poderia dar muitos outros dados sobre a falsa democracia. Como o fato do prefeito de Santa Maria, Cesar Schirmer, e da alta cúpula dos bombeiros da cidade, ainda não terem sido responsabilizados.

CHarge do Duke (O Tempo)



Taques disse que Senado elege Renan com 'silêncio dos covardes'



Erich Decat, Gabriela Guerrero e Andreza Matais (Folha)
Candidato da oposição a presidente do Senado, Pedro Taques (PDT-MT) disse, em seu discurso, que a eleição do favorito Renan Calheiros (PMDB-AL) acontece em meio ao “silêncio dos covardes”.
 Taques e os covardes
A declaração foi dada ao final de sua fala nesta sexta-feira (1º), quando houve um momento de breve silêncio.
“Eu peço o voto de cada senador. Peço silêncio aos senhores. Ouçam esse silêncio. Esse silêncio é o silêncio do covarde. É o silêncio de quem tem medo. Sintam esse silêncio. Esse é o silêncio de quem aceita, de quem não resiste. Expresso a vossa excelência, senador Renan Calheiros, meus respeitos pessoais”, afirmou o senador.
No seu discurso, Taques disse também que é um “titular da perda anunciada”. “É como um perdedor que ocupo esta tribuna. Venho como alguém a quem a derrota corteja”, disse o pedetista que tem o apoio de integrantes da oposição e do PSB.
Ele se definiu como um “anticandidato” e defendeu que a Casa não volte a um passado se tornando um “puxadinho do Poder Executivo”.
“Eu, anunciado como perdedor, comprometo-me perante meus pares e perante todo o país a impugnar estes exageros do Poder Executivo. Será que o anunciado vencedor [Renan Calheiros] pode fazer idêntica promessa?”, afirmou Taques.
Sem citar diretamente as denúncias contra Renan apresentadas pelo procurador-geral da República, Roberto Gurgel, ao Supremo Tribunal Federal, disse Taques: “Não temo o próprio passado e portanto, não tenho medo do futuro”.
PECULATO
Segundo o procurador Gurgel, o Renan apresentou notas frias para justificar gastos de sua verba indenizatória, o que comprovaria o desvio dos recursos público e caracterizaria o crime de peculato, cuja pena varia de 2 a 12 anos de prisão.
O episódio, ocorrido em 2007, fez Renan renunciar à presidência do Senado para evitar a cassação.
“O peculato está relacionado à verba de representação, cuja utilização tem que ser comprovada e, no caso, foi comprovada com a utilização de notas frias. Então a apropriação [indevida] desses recursos ficou comprovada”, disse Gurgel, ao sair do STF, após participar da cerimônia de abertura do ano no Poder Judiciário.

Charge do Sponholz



Transparência, apesar do voto secreto



Percival Puggina
Sim, o voto para eleição da presidência e demais membros das mesas diretoras das duas Casas do Congresso Nacional é secreto. Mas não existe qualquer proibição para que os parlamentares informem a seus eleitores em quem votaram.
Como cidadão, eu espero essa resposta dos senadores e deputados eleitos pelo Rio Grande do Sul. Vamos ver quem tem e quem não tem compromisso com a transparência de suas decisões.