segunda-feira, 17 de setembro de 2012

VALÉRIO BOTOU A BOCA NO TROMBONE



Charge Roque Sponholz. Texto e fotomontagem Giulio Sanmartini
Umas das provas mais marcantes da falta de caráter do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, é a forma vil como usam as pessoas e depois as descartam como papel higiênico usado.
O sistema foi usado com o empresário Marcos Valério, recém condenado, por nove dos 11 ministros do Supremo Tribunal Federal STF, pelos crimes de peculato, corrupção e lavagem  de dinheiro, sentiu que tinha sido largado falando sozinho.
Ele, em 2005, havia-se comprometido a ficar de boca calada em troca de promessas: primeiro de impunidade, depois quando a Procuradoria Geral de República mostrou toda a podridão, a coisa foi mudada para penas brandas.
Ele cumpriu sua parte, mas os petista roeram a corda e ele pode ser condenado a uma pena de 100 anos de reclusão. Com todas as atenuantes da lei penal brasileira, não é totalmente improvável que ele termine seus dias na cadeia.
Temendo que possa ter um fim como o de Celso Daniel, ele resolveu botar a boca no trombone e está soprando com toda a força.
Segundo ele, o então presidente era o “fiador” dessas negociações, operadas e registradas num livro pelo ex-tesoureiro do partido, Delúbio Soares. “Lula era o chefe”,afirmou. Valério contou também que os empréstimos do Banco Rural às suas agências só foram autorizados pelo ex-presidente da instituição, José Augusto Dumont, porque Lula deu seu aval. Com ajuda do Planalto, o empresário também teria sido recebido no Banco Central para negociar a suspensão da liquidação do Banco Mercantil de Pernambuco, cuja massa falida era de interesse do Rural.
Valério relatou ter tido encontros com o ex-presidente Lula no Palácio do Planalto, acompanhado do ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu.
Os ministros do STF já consideram fraudulentos os empréstimos concedidos pelo Banco Rural às agências de publicidade que abasteceram o mensalão. Para Valério, a decisão do Rural de liberar o dinheiro – com garantias fajutas e José Genoino e Delúbio Soares como fiadores – não foi um favor a ele, mas ao governo Lula.
Os empréstimos, repetiu  Valério, não existiriam sem o aval de Lula e Dirceu. “Se você é um banqueiro. você nega um pedido do presidente da República?”
A primeira conversa foi dentro de um carro, em Belo Horizonte, a caminho do Aeroporto de Pampulha. Nessa ocasião, conta, Delúbio lhe pediu ajuda.
“Ele precisava de uma empresa para servir de espelho para pegar um dinheiro”. A parceria deu certo e desaguou no mensalão. Hoje, os dois estão no banco dos réus. Valério se sente injustiçado. Especialmente na parte da acusação que diz respeito ao desvio de recursos públicos do Banco do Brasil. Ele jura que esse dinheiro não caiu no caixa da corrupção.
“No processo tem todas as notas fiscais que comprovam que esse dinheiro foi gasto com publicidade. Não estou falando que não mereço um tapa na orelha. Não é isso. Concordo em ser condenado por aquilo que eu fiz”.
O mensalão, que Lula negou à exaustão a sua existência, está aí mesmo firme, forte e inquestionável.
Agora que a “merda garrou” de verdade para o facinoroso Lula, resta esperar para ver como é que fica.
(1) Fonte: Veja.

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