quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Escolha da nova reitora da PUC SP provoca revolta



Juliana Grigorio
A professora de Letras Anna Maria Marques Cintra será a nova reitora da PUC-SP. Ela foi nomeada para o cargo pelo cardeal Dom Odilo Scherer, grão-chanceler da universidade e presidente do Conselho Superior da Fundação São Paulo, que administra a instituição. O vice-reitor será o médico José Eduardo Martinez.
O caso está provocando revolta no campus principal da PUC. A verdade é que Anna Cintra, agora nomeada reitora, ficou em terceiro lugar na votação dos alunos para a reitoria ocorrida em setembro. Dirceu de Mello, que ia para seu segundo mandato, foi o mais votado e o garfado da vez.
Ana Cintra era a candidata da Igreja - basta ver os posicionamentos claramente favoráveis às intervenções religiosas na liberdade de ensino que ela fazia. A candidata chegou a dizer em entrevista à PUC VIVA (jornal da PUC) que os alunos não seguidores do catolicismo e comunistas não deveriam estudar na PUC.
É a primeira vez que a Fundação São Paulo, que é a mantenedora da PUC, quebra o protocolo e nomeia quem bem entende, desprezando as eleições para a reitoria da Universidade.
O regimento da universidade prevê que quem nomeia o reitor é a Mantenedora, a Fundação, ou seja, legalmente esta atitude de nomear quem bem entender é possível.
Porém, a PUC-SP é marcada por ser uma das únicas universidades a ter eleição desde a época da ditadura de 64. Foi violado, pois. o acordo tácito de eleger sempre o primeiro colocado, tal como feito na USP.
A diferença, o que torna mais grave o caso, é que a eleição se deu democraticamente com a divisão de peso(dos votos) entre discentes, docentes e funcionários - o que tornou ainda mais legítima a escolha do candidato a reitor.

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