quarta-feira, 26 de setembro de 2012

‘Por que não fui demitida por justa causa?’, questiona ex-funcionária do Rio 2016


Em carta, ela diz que não se apropriou de dados confidenciais e que trouxe cópias de arquivos para Brasil


RIO E SÃO PAULO - Demitida pelo Comitê Rio 2016, sob a acusação de ter feito cópias ilegais de documentos da organização das Olimpíadas de Londres, Renata Santiago divulgou uma carta na terça-feira na qual afirma que não teve acesso a informações confidenciais da equipe inglesa. Na carta, publicada no blog do jornalista Juca Kfouri e endereçada ao presidente do Rio 2016, Carlos Arthur Nuzman, a ex-integrante da equipe admite que trouxe cópias para o Brasil. Em entrevista ao GLOBO, Renata contou que participava de um programa chamado Secondees, com 14 integrantes. Todos os dez demitidos faziam parte do grupo, que foi a Londres, disse ela, coletar informações da organização dos Jogos:

Na carta, Renata diz que chegou em 11 de junho à capital inglesa, onde trabalhou na Vila Olímpica até 15 de agosto.— Não fui demitida por justa causa. Se o que fizemos foi tão grave assim, por que não fui demitida por justa causa? Tínhamos acesso a várias informações, e o que acessávamos ou fotografávamos tínhamos que listar num relatório, entregue ao Rio 2016. Não acredito que tínhamos acesso a informações confidenciais.
“Acessei o sistema para visualizar e tentar aprender como eles planejaram, desenvolveram e iriam executar o serviço (....) Em hora nenhuma me apropriei de informações confidenciais ou comerciais. Sabemos bem que essas informações confidenciais ou comerciais não estariam ao acesso de todos nós da equipe do Rio 2016”, afirma na carta.
Ela, há 12 anos trabalhando com Nuzman, diz ainda que trouxe cópias de documentos para o Rio 2016, mas que “não eram confidenciais e muito menos comerciais”. Porém, Renata admite que os “secondees” sabiam da cláusula contratual que proibia copiar documentos.
— Meu chefe disse que a ordem para a demissão veio de cima e que não poderia fazer nada. Isso me embrulhou o estômago — disse, por telefone.
Procurados na terça-feira, Nuzman e o Comitê Rio 2016 informaram que não se pronunciariam sobre a carta.

Nenhum comentário:

Postar um comentário