domingo, 23 de setembro de 2012

O MENINO VOLUNTARIOSO



Walter Marquart
Está reafirmado que o legislativo, sua ampla base de apoio, além de não cumprir com o dever Constitucional de fiscalizar os atos do executivo, se presta ao criminoso serviço de esconder os malfeitos, até aqueles que estão a roçar as suas barbas. O Congresso Nacional foi transformado em uma casa de recreio. As putas estão ávidas para os entendimentos com os putos para resolverem quem atenderá os “clientes” mais promissores (todas querem se abrir para as empreiteiras). O Ministério Público parece que ficou experto, e sabe que dependerá dele, acabar com o troca-troca dos corruptores e corruptos.
O MP pode e deve reabrir a casa, não mais para o recreio de safados, mas transformá-la na Casa Legislativa do Brasil; para restaurá-la ficou mais fácil, pois os pichadores ficaram manchados pelas tintas.
Exemplo retumbante do enquadramento dos pichadores foi a CPMI dos Correios; o que causa muita preocupação e vergonha é as CPIs e CPMIs, sempre dirigidas e relatadas pelo PMDB e PT, “anjos” protetores das empreiteiras e dos crimes da administração pública. Quando criam uma, imediatamente fica-se sabendo que foi para encobrir outra: a CPMI do Cachoeira foi exigida e instigada pelo Lula/PT para encobrir o julgamento do mensalão. Curioso notar que tudo o que embasou a do Cachoeira já era do conhecimento do Lula/Dilma, nos seus mínimos detalhes, há cinco anos. Os fatos foram retirados das gavetas da Polícia Federal, onde estavam adormecidos todo esse tempo porque envolvia as empreiteiras. Para não comprometer o fim desejado, encobrir o mensalão, o seu presidente e principalmente o seu relator da CPMI, o único foco liberado pelo Molusco, o único fim determinado com o aval de Lula, o foco Cachoeira, foi e está sendo o único liberado para estraçalhar. São as ordens. Foram proibidos, e criminosamente obedeceram não deixar que as investigações provassem o que já estava tudo comprovado pela PF. Crianças mal intencionadas estão obedecendo ao chefe, certos que ganharão uma balinha. Nada é inédito na cabeça bichada do PT: quando um “exercito” de fiscais invadiu a DASLU, em São Paulo, a motivação também visava esconder um escândalo fedorento do governo petista. Mas o PT está tranqüilo, tudo que possa lhe causar feridas, a mansinha base aliada engaveta e ainda estão com a esperança de formar maioria no STF (Supremo Tribunal Federal).
O que mais se ouve nos noticiários, opiniões de analistas ou jornalistas, versa sobre o julgamento do mensalão (e é um feito para ser comemorado), originado pela CPMI dos Correios, que conseguiu manter-se no curso da verdade, sem nenhuma chance aos apelos dos seus pares da base aliada, mantidos pela “confiança” de que a impunidade imperaria. Parabéns ao Serralho, relator daquela Comissão. Todas, rigorosamente todas as Comissões instaladas para analisar as roubalheiras das empreiteiras, foram neutralizadas por seu presidente e relator, todos representando o PMDB do Sarney e o PT do Lula. Eles sabem que não é necessário ser justiceiro para, a partir de uma empreiteira, chegar às outras, porque as relações governamentais são as mesmas, mesmo antes das obras serem “disputadas” nas concorrências públicas. Sempre que os congressistas foram chamados para o vespeiro das empreiteiras, fugiram com medo das ferroadas. Quando muito, condena o humilde, tão voluntarioso quanto ingênuo mequetrefe, peixe miúdo. Descarregam toda a culpa, sem atenuantes ou divisão da responsabilidade.
Na sinfonia da corrupção, o menino voluntarioso, Marcos Valério (foto)  foi apanhado; de assistente de palco ele aceitou o papel de Maestro da orquestra, sem entender a pauta; os que a entendem são o Sarney e Lula, companheiros inseparáveis que dividem os instrumentos milimetricamente, pois o samba do crioulo doido é igual e a impunidade, a música preferida.  O Foro de São Paulo levou-os a dividir o comando das casas do Congresso Nacional: alternam o presidente das duas casas ou, como foi juramentado, o presidente das casas legislativas são obrigados a acatar as ordens do Palácio do Planalto.
Na sinfonia da maldade instalada desde 1985, música de uma nota só, tecla que soa só em ambientes sigilosos, estão em uma disputa interminável para estabelecer quem pode mais, quem executa a partitura da música delinqüir com o maior número de instrumentos e instrumentistas.

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