sexta-feira, 19 de outubro de 2012

O MINISTRO JOAQUIM BARBOSA, FAZ ESCOLA



Giulio Sanmartini
Quando parecia que nada pior pudesse acontecer aos grandes condenados no julgamento do mensalão:  José Genoino, Delúbio Soares e Marcos Valério, eis que  apareceu a juíza Camila Franco e Silva Velano da 4ª Vara de Justiça Federal de Minas Gerais, e os condena desta vez pelo crime de falsidade ideológica, em um processo que foi mais um desdobramento do mensalão.
De acordo com a juíza houve fraude nos empréstimos concedidos pelo banco BMG para a agência de publicidade SMP&B, de Marcos Valério, e para o Partido dos Trabalhadores em 2005.
Acrescenta inda  que nas  atuações dos três, a trapaça ficou  “cabalmente demonstrada em declarações ideologicamente falsas em documento particular, de forma livre e consciente, razão pela qual se impõe a condenação dos acusados”.
Genoino e Delúbio foram sentenciados a quatro anos de prisão cada um. Já Valério teve pena de quatro anos e meio.
Na sentença escreveu a juíza: “Os contratos celebrados pelo BMG com o Partido dos Trabalhadores e empresas do grupo Marcos Valério não tinham como objetivo serem realmente adimplidos (pagos), constituindo-se como instrumentos formais fictícios, ideologicamente falsos, cuja real intenção era dissimular o repasse de recursos aos tomadores. Grande parte dos valores emprestados pelo BMG foram repassados dentro de um cenário pouco usual na prática bancária, diante de situações-limite de risco de inadimplência. Extrai-se ainda, e principalmente, que grande parte dos valores amortizados adveio de recursos do próprio BMG, ou seja, o BMG praticamente pagou para emprestar”.
A magistrada encerra com uma observação antológica, que deve servir de aviso a todos os políticos, que tem como objetivo enriquecer de forma corrupta, valendo-se da esperança de impunidade que até agora imperava no país.
Referindo-se a Genoíno, afirmou que :  “A motivação do crime foi ganância de poder, aliada à certeza de impunidade, além do ideal de sobreposição do Partido dos Trabalhadores no cenário político da época”. Ela pediu que o ministro do STF Joaquim Barbosa, relator do mensalão, fosse comunicado de sua decisão.
(1) Foto: José Genoino mostra por gesto, onde essa segunda sentença condenatória lhe doeu.
(2) Texto de apoio: Marcio Allemand

Um comentário:

  1. "A magistrada encerra com uma observação antológica, que deve servir de aviso a todos os políticos, que tem como objetivo enriquecer de forma corrupta, valendo-se da esperança de impunidade que até agora imperava no país."

    Hmmm.... TODOS??? Será mesmo???

    ResponderExcluir