sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Preço alto leva paulistano a apartamentos menores


Foi o maior patamar para um semestre desde 2004, início da série histórica feita pelo Secovi-SP (sindicato dahabitação). Entre janeiro e junho do ano passado, o percentual estava em 40,3%.

Ao mesmo tempo, as vendas de casas e apartamentos de quatro dormitórios tiveram forte queda no período foram de 14% para 9,9%.

"Com o crescimento dos preços dos imóveis acima da renda, é natural que ocorra cada vez mais lançamentos de unidade menores", afirma João da Rocha Lima Junior, professor titular de "real estate" da Poli/USP. 


O valor do metro quadrado de imóveis novos na cidade subiu 26% em 2011 ante 2010 e 6,3% nos primeiros cinco meses deste ano ante o mesmo período de 2011, segundo dados do Secovi.

Segundo o especialista, o mercado passa por uma readequação, em que as empresas precisam fazer produtos compactos para atender a um público que antes podia comprar apartamentos maiores.

Na avaliação do economista-chefe do Secovi-SP, Celso Petrucci, as construtoras estão preferindo colocar no mercado esse tipo de imóvel diante de um cenário de incertezas econômicas no país.

"O lançamento dos apartamentos de dois dormitórios é o mais seguro para o empreendedor." Segundo ele, isso ocorre porque há uma forte demanda nesse segmento, seja de compradores do primeiro imóvel ou de novos casais.

Como resultado do aumento de vendas de imóveis menores, houve redução de 1,5% no VGV (Valor Geral de Venda, a soma do preço das unidades), que ficou em R$ 6 bilhões no semestre.

LANÇAMENTOS

O Secovi divulgou ontem que os lançamentos de imóveis na cidade de São Paulo caíram 37% no primeiro semestre do ano na comparação com o mesmo período de 2011, com um total de 8.862 ante 14.112 unidades.

Segundo a entidade, a redução de lançamentos reflete o ajuste do mercado produtivo à realidade de demanda.

João da Rocha Lima Junio, professor da Poli/USP, destaca que as construtoras estão optando por vender os estoques, evitando o aumento do nível de oferta.

"Em um momento de indefinição da economia, há um freio na demanda. Muitos ficam receosos em fazer endividamento de longo prazo."

Por: MARIANA SALLOWICZ

Fonte: Folha

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