sexta-feira, 10 de agosto de 2012

OBRA-PRIMA DO DIA - PINTURA Mary Cassatt - O Passeio de Barco (1893/94)



A viagem ao Egito, além de deixá-la extasiada com o que vira, piora suas condições de saúde, que já não eram muito boas. Mary a essa altura sofria de diabetes, reumatismo, tinha crises de nevralgia e estava com catarata nos dois olhos. Até 1914 ela ainda conseguia pintar mas, a partir desse ano, foi forçada a parar pois estava quase cega.
Mas, sendo Mary quem era, não podia ficar parada e abraçou a causa das “suffragettes” e em 1915 expôs 15 telas para apoiar e colaborar com o movimento pelo voto feminino. Sempre participando de tudo à sua volta, Mary viveu o suficiente para ver seus amigos Impressionistas tornarem-se Grandes Mestres.
Faleceu em 14 de junho de 1926, aos 82 anos, vencida pela diabetes. Está enterrada em Le Mesnil-Théribus, no túmulo de sua família.
Em 16 de maio de 1943, um dos cargueiros que o Governo Roosevelt enviava para a Europa, chamados Liberty Ships, navios que definiam os EUA como arsenal do mundo livre, foi lançado ao mar com o nome SS Mary Cassatt.
Seus quadros já alcançaram a fantástica soma de 2 milhões e 900 mil dólares e podem ser vistos em muitos dos mais importantes museus do mundo.
“O Passeio de Barco” foi pintado no inverno de 1893/94, em Antibes, no Mediterrâneo. O horizonte ao largo, a descentralização das figuras, a eliminação dos detalhes desnecessários e a preocupação com as superfícies e os contornos, revelam que Mary já estava influenciada pela arte japonesa. É óleo sobre tela e mede 90 x 117,3 cm. A composição é uma das telas mais interessantes de toda sua extensa obra e não foi à toa que esse foi o quadro escolhido para ser reproduzido em selo pelos Correios Americanos, em 1966.
Mas nada se compara, nem sua arte, ao que ela fez por sua pátria: conseguiu que os museus americanos tivessem se transformado em guardiões de um acervo fantástico em obras de arte preciosas, graças ao trabalho de formiguinha que fazia junto aos americanos ricos, o que possibilita ao jovem americano fazer o que ela não pode fazer em sua terra: estudar desenho copiando os mestres. Grande Mary Cassatt!

Acervo National Gallery of Art, Washington, DC

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