segunda-feira, 21 de abril de 2014

OBRA-PRIMA DO DIA (ARTE BIZANTINA SÉCULOS V E VI) Ravena: a cidade dos mosaicos


Ravena é das mais lindas cidades da Emilia Romagna. Com mais de 30 km de costa sobre o Adriático, seu porto, Classe, é encantador. Por ser a cidade que abriga um complexo de monumentos religiosos de grande importância histórica e cultural, a UNESCO a inseriu entre os bens tombados como herança paleolítica e bizantina.
Em 402 d.C., por medida de segurança, o imperador Onorio transferiu para Ravena a capital do Imperio Romano do Ocidente. Dalí em diante, Ravena foi perdendo seu ar de cidade provinciana para se transformar na faustosa residência de um Imperador. Desde então, a cidade foi capital mais duas vezes: do Reino dos Ostrogodos e do fabuloso Império Bizantino.
São oito os monumentos extraordinários que apaixonam o visitante:


*O Mausoleu de Gala Placidia (interior: foto acima), foi construído no século V para atender aos desejos da Imperatriz Gala Placídia que queria um túmulo para a família imperial. Os azulejos azul-pavão, verde-musgo, laranja forte e de ouro que revestem suas paredes formam uma sinfonia de cores que deslumbra o visitante. Aqui uma lenda que se não for verdadeira, deveria ser: Cole Porter, ao visitar Ravena, ficou fascinado com o teto da cúpula todo em azul escuro representando o céu noturno, com mais de 900 estrelas douradas salpicadas em toda a sua extensão e ali surgiu sua bela e tão romântica Night and Day.
*O Mausoléu de Teodorico todo em grandes blocos de mármore branco de Istria e recoberto por um monolito de 300 toneladas que forma sua cúpula.
* O Batistério Neoniano (ou dos Ortodoxos), construído no século VI pelo bispo Neone, deixa o visitante tonto com a explosão multicolorida dos azulejos que decoram sua cúpula.


* O Batistério dos Arianos, mandado erguer por Teodorico para o culto dos arianos na Itália. Sua cúpula também é deslumbrante, mas é em seu interior que os azulejos, representando o batismo de Cristo, emocionam pela espritualidade que transmitem (foto acima).
*A Basílica di San Vitale com seus mosaicos verdes e em ouro puro. Um dos pontos altos de Ravena, talvez seu monumento mais conhecido, apesar da magnificência dos mosaicos, sua grande importância deriva do fato de ser a única das grandes igrejas da época do Imperador Justiniano que sobreviveu até nossos dias (fotos abaixo)

                                                  Justiniano e sua corte

                                               Teodora e sua corte

* O Palácio Arquepiscopal, atualmente sede do Museu do mesmo nome, contém o único monumento de natureza ortodoxa erguido durante o reinado de Teodorico: a Capela Arquiepiscopal.


* A Basilica di Sant' Apolinnare Nuovo, no chamado bairro dos Godos, com a nave central inteiramente recoberta por mosaicos luminosos de inspiração clássica e estilo bizantino. Seus mosaicos, como o do Cristo com a cruz, são impressionantes (acima).


* Finalmente, a linda Sant' Apollinare in Classe, fora do centro da cidade, imensa e singela, notável pelos mosaicos que representam o patrono de Ravena num passeio pelo campo e a chegada dos Reis Magos em visita ao Menino Jesus (acima).
Todos esses monumentos são um testemunho do absoluto domínio bizantino sobre a arte dos mosaicos e são parte muito importante da cultura e história medievais. Ravena é cidade para ser vista e revista.

The Ancient Monuments of Ravenna, by Giuseppe Bovini, 1957
Larousse en ligne

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