segunda-feira, 17 de março de 2014

Governo Dilma sabota liberação de dinheiro da Caixa para que Fortunati toque as Obras da Copa - Polibio Braga


Ela cochicha, faz promessas, mas por baixo dos panos tira proveito da ingenuidade política e boa fé do prefeito José Fortunati, que não se acostuma a lidar com pilantras. 



A nota abaixo é da editora de Política de ZeroHora, Rosane Oliveira. Ela revelas na edição deste domingo do jornasl que já se foram os primeiros 75 dias de 2014, e a prefeitura de Porto Alegre não recebeu sequer um centavo do empréstimo de R$ 466 milhões da Caixa Econômica Federal para as obras da Copa e de mobilidade urbana. Esse dinheiro todo é para tocar as conhecidíssimas Obras da Copa, um conjunto de 14 grandes obras de mobilidade urbana iniciadas pelo prefeito José Fortunati, mesmo sem ter o dinheiro prometido por Dilma nas mãos. Ele foi ingênuo e impetuoso, porque acreditou na palavra de Dilma, coisa que não deveria ter feito.  Agora, ele enfrentas um claro boicote, todo ele que tem como epicentro a secretaria do Tesouro, comanda pelo petista gaúcho Arno Augustin, mas que tem a cobertura da presidente Dilma. Dilma, pela frente, adula e faz promessas ao prefeito, mas pelas costas não libera nada porque quer vê-lo - e também o PDT e seus candidatos Vieira da Cunha e Lasier Martins - desgastados até a medula. Arno Augustin e o governo anterior do PT fez manobras igualmente desgastantes com a governadora Yeda Crusius no caso do empréstimo que ela tomou com o Banco Mundial. José Fortunasti já deveria saber com quem está lidando, porque foi traído quando esteve dentro do PT (por isto foi embora) e viu o que aconteceu com Yeda. Dilma faz a mesma coisa com o metrô e com a ponte do Guaíba. Vai empurrando tudo com a barriga, ganhando tempo, envolvendo e enganando Fortunati e a população do RS. É um jogo sujo e eleitoreiro - mais um - do governo Dilma, que prejudica claramente toda a população de Porto Alegre. Leia tudo:

A espera se arrasta desde o ano passado, quando a desculpa para o atraso era a necessidade de fechar as contas de 2013. A liberação foi anunciada no dia 28 de dezembro, mas não se consumou.

Confiantes de que os obstáculos tinham sido removidos, o prefeito José Fortunati e o secretário de Gestão, Urbano Schmitt, fizeram um acordo com as empreiteiras para acelerar as obras durante os meses de janeiro e fevereiro.

– Vamos fazer em dois meses o equivalente a quatro, aproveitando que a cidade está mais vazia – planejava Fortunati.


O contrato com a Caixa foi assinado no dia 14 de janeiro, e as empreiteiras se prepararam para retomar as obras que estavam paralisadas. O Ministério da Fazenda deu o aval, criando a expectativa de liberação. Janeiro e fevereiro passaram e nada de o dinheiro chegar. Quando a prefeitura cobrava, sempre faltava um detalhe. Na quinta-feira, dia 6, surgiu um novo e gigantesco obstáculo no caminho: a prefeitura foi inscrita no CAUC, o Serviço Auxiliar de Informações para Transferências Voluntárias, uma espécie de SPC do setor público. Quem está inadimplente ou com alguma prestação de conta de convênio pendente não pode receber financiamentos de bancos oficiais nem contratar empréstimo externo com aval da Fazenda.

A prefeitura foi informada de que havia uma prestação de contas pendente de 2009, de um convênio de R$ 780 mil, que envolveu o Grêmio Náutico União. Urbano garante que encaminhou para Brasília as provas de regularidade da prestação de contas, mas a semana terminou e nenhum sinal chegou do Planalto. Fortunati apelou para o ministro do Esporte, Aldo Rebelo, e para o chefe de Gabinete da presidente Dilma Rousseff, Giles Azevedo, que deixou o cargo na sexta-feira sem ajudar a desatar o nó no Ministério da Fazenda.

Cauteloso, o prefeito evita opinar sobre o que pode estar por trás da demora na liberação dos recursos, mas seus auxiliares trabalham com duas hipóteses: burocracia ou boicote. Há, de fato, indícios de sabotagem. Como explicar que só agora tenham sido descobertas falhas na prestação de contas de um convênio de 2009?

Enquanto os recursos federais não chegam, a prefeitura usa dinheiro dos impostos


Enquanto o governo federal não libera os R$ 466 milhões do empréstimo para as obras de mobilidade em Porto Alegre, a prefeitura vai se focar nas que têm relação com a Copa do Mundo: o corredor de ônibus da Padre Cacique, o entorno do Beira-Rio, o Viaduto Pinheiro Borda e o viaduto que liga a Júlio de Castilhos à Avenida Castelo Branco, o chamado xis da rodoviária. O resto vai ter de esperar sabe-se lá por quanto tempo.

O secretário de Gestão, Urbano Schmitt, garante que não há risco de as obras que integram a matriz de responsabilidade da Copa não ficarem prontas:

– Com ou sem empréstimo, essas serão concluídas. Vamos fazendo com recursos próprios, mas eles são limitados.

Já foram gastos R$ 97 milhões, que terão de ser repostos quando o empréstimo for liberado. Por conta da escassez de dinheiro, Urbano arquivou o sonho de chegar à Copa com o viaduto da Terceira Perimetral liberado ao tráfego no cruzamento com a Avenida Bento Gonçalves. A construtora chegou a acelerar as obras diante da perspectiva de liberação do empréstimo e tem R$ 18 milhões a receber por serviços já concluídos.

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