sábado, 7 de dezembro de 2013

Presos políticos? Sou mais Beira-Mar e Marcola

Transcrito do Blog Miranda Sá

MIRANDA SÁ (E-mail: mirandasa@uol.com.br
Qualquer cidadão e cidadã honestos ficam constrangidos ao tomar conhecimento que tramitam no Supremo Tribunal Federal 300 ações e 534 inquéritos contra políticos. Estes contam com o “foro privilegiado” de forma parcial e imoral numa República imputada como democrática. (O ‘imputada’ vale como trocadilho).
A cidadania deveria sentir-se violentada se atentasse para a dissimulação com que os poderes republicanos encenam a patuscada da condenação e prisão dos quadrilheiros do Mensalão, que deveriam, como qualquer condenado da Justiça, cumprir suas penas sem choro nem vela.
Entre os mensaleiros há membros da cúpula do partido no poder. Este partido estelionatário que defendia, antes de eleger um presidente, liberdade, igualdade e fraternidade de forma radical, enganou o Brasil, e a maior prova disso é qualificar seus companheiros, assaltantes do Erário, como ‘heróis’.
E faz ainda pior. Considera um julgamento que se estendeu por oito anos, com ampla liberdade de defesa como uma conspiração das elites e um golpe da mídia, alvo predileto dos narco-populistas latino-americanos.
Embora 86% dos militantes do PT considerarem ‘justa’ a prisão dos mensaleiros, sua direção, arrogantemente desligada da opinião pública e até dos companheiros da base, insistem em incentivar uma campanha em defesa dos ‘seus’ presos, com falsidade ideológica ao condenar o STF, ou apelando para a pantomima do humanitarismo.
O desprezo do PT pela decisão da Suprema Corte (com ataques descabidos, até racistas, contra o presidente Joaquim Barbosa), e a vitimização dos ‘seus’ condenados, fazem parte de uma sórdida campanha que conquistou privilégios inconvenientes. Visitas fora do regulamento, exigências alimentares e até enfermidades dolosas viraram rotina.
Com isso está estabelecida uma contradita abominável: o lulo-petismo não tem a mínima consideração pela população carcerária a não ser por seus companheiros. Até os comparsas do Mensalão, funcionários, publicitários, banqueiros e parlamentares, caem no desprezo. Imaginemos os que ficam no andar térreo ou, digamos, no porão, prisioneiros de várias classes sociais, mas, principalmente, gente do povo, trabalhadores da classe “C”, ou desempregados da classe “Fu”...
É por isso que sou mais Beira-Mar e Marcola, que poderiam exercer a gerência de hotéis brasilienses sem nada dever a José Dirceu, com salário menor do que o conquistado pelo chefe da quadrilha petista através de cúmplices enrustidos.
Ainda mais inconveniente entre as artimanhas lulo-petistas é a imunda transação para resguardar José Genoíno, exemplo de corrupto e corruptor. Ele resguarda o mandato de deputado contra a prescrição legal, estimula a procrastinação da sua cassação e tenta conquistar uma desonesta aposentadoria por invalidez.
Parceiros de operações suspeitas que escaparam da Ação Penal 470 inventaram e alardearam aos quatro ventos a impostura de um ‘infarto’ que Genoíno teria sofrido, e assim afligir a opinião pública com clara intenção de constranger Joaquim Barbosa. Duas juntas médicas com probidade – da Câmara dos Deputados e da Universidade de Brasília – jogaram no lixo com seus laudos o embuste sem sequer registrar uma cardiopatia grave. Entretanto, seu irmão e líder do PT José Guimarães – aquele dos dólares na cueca – discursa, mantendo a farsa e lamentando vê-lo comer nas marmitas distribuídas aos demais presos na Papuda.
Na verdade, com quase um milheiro de políticos sob a alçada dos tribunais, constata-se o que o lúcido analista político Gaudêncio Torquato vê: o Brasil transformar-se numa “gigantesca delegacia de polícia’, apontando na agenda da administração pública falcatruas, maracutaias, acochambrações e trapaças rotineiras.
Na verdade, será uma delegacia de polícia que mantém um tratamento diferenciado, onde a pena estabelecida para uns é desigual com relação a outros. Segundo informações de boa origem, o regime semiaberto que se pede apressadamente para os mensaleiros petistas, tem uma fila de 900 detentos com igual direito. Esses esperam há bastante tempo por isso, alguns a mais de um ano.
Em razão dos privilégios aos políticos presos, já se verifica um "clima de instabilidade e insatisfação" entre os detentos, como registrou uma inspeção dos juízes da Vara de Execuções Penais do Distrito Federal. E é tão flagrante o favoritismo que revolta os familiares dos presos não bafejados pelo ideologismo discriminatório dos petistas.
O clamor fez o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios se submeter à pressão, estendendo o direito de visitas a todos do sistema prisional da região. No que agiu com autenticidade, democraticamente.

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