segunda-feira, 2 de setembro de 2013

INDIGNAÇÃO DE DOIS MÉDICOS BRASILEIROS, por Old Man


Charge por Roque Sponholz
A cada dia que passa fica mais evidente que a vinda dos médicos cubanos é mais um estelionato cometido pelos  petralhas, com interesses inconfessáveis de se locupletar e enviar nosso dinheiro para Cuba, usando o sórdido argumento de dar assistencia médica aos brasileiros excluidos, em lugares onde não existe siquer ambulatórios e muito menos hospitais do SUS. Leiam a indignação de dois médicos brasileiros, narrando suas odisséias e mostrando a verdade nua e crua.
00rs0710aA primeira carta: Dilma e Lula se trataram de câncer avançado no Hospital Sírio Libanês, em São Paulo, e ficaram curados. Nesta hora, nada de correr riscos nas mãos de “los hermanos”, é óbvio. Já Hugo Chavez foi tratar seu câncer em Cuba, e deu no que deu. Mas é de lá que tia Dilma está trazendo 3.000 completos despreparados, cujo curso de medicina durou 4 anos (em meio-período e sem hospital-escola!!!), e cuja vaga na faculdade foi assegurada apenas mediante um julgamento ridículo de fidelidade aos “mandamentos” psicóticos daquilo que Fidel Castro, o imortal, entende por “socialismo comunista”. Jurou uma relação de asneiras vomitadas em voz alta, e você já está lá dentro para ser “doutor” dentro de 4 aninhos.
Tive a oportunidade de conhecer 5 médicos cubanos exilados, em congressos que atendi em distintas cidades nos Estados Unidos, entre 1995 e 2001. Eram bons sujeitos, mas como médicos davam pena. O mais diferenciado deles (tinha clinicado 12 anos em Havana, falava inglês muito bem e era visivelmente muito inteligente) conseguiu emprego por lá como entregador de pizza em San Francisco (falo sério). Nenhum dos outros 4 havia conseguido nada na área médica, estavam freqüentando o congresso na esperança de fazer contatos. Talvez não tivessem sequer qualquer emprego ainda, sendo ajudados pelas comunidades de cubanos (que existem em várias outras cidades além de Miami, onde eles já são quase um milhão, entre exilados que chegaram nas barcas e seus filhos nascidos nos EUA). E consta que todos “los hermanos” que vierem vestindo seus uniformes brancos vão receber seu CRM brasileiro já no aeroporto, sem avaliação alguma, e em igualdade de condições e direitos com todos os médicos brasileiros que passaram o diabo para entrar na faculdade e dez mil diabos para saírem dela. Tia Dilma está pressionando os líderes de todas as entidades médicas nacionais para cederem neste tópico. Tem muitos recursos com que pressionar, por certo. Aqui são de 45 a 80 candidatos por vaga no vestibular, 6 anos em período integral, os três últimos anos freqüentando um hospital-escola e um ambulatório-escola diariamente, e os dois anos finais dando plantões semanais não remunerados nas 4 especialidades básicas (clínica médica, clínica cirúrgica, ginecologia + obstetrícia e pediatria), além de pelo menos os 3 anos seguintes de internato + residência, onde o salário máximo, contando com jornadas de trabalho de 12 horas e dois plantões semanais de 24 horas, não ultrapassa os 2.000 reais (um neurocirurgião, por exemplo, além dos 6 anos básicos para obter o CRM fará outros 6 anos: 2 de cirurgia geral, 2 de cirurgia neurológica, e 2 de técnicas avançadas com distintos aparelhos, antes de ganhar seu primeiro soldo de “formado” operando como especialista da área). Legal, né? Peço-lhe agora que também repasse esta minha mensagem para seus contatos, pois ela é absolutamente verdadeira, e as pessoas que não militam na área da saúde tem que conhecer a extensão do absurdo que terão que engolir, em nome da “melhoria da saúde”. E entenderão porque as entidades de classe dos médicos brasileiros estão unidas para, furiosamente, impedirem mais esta sandice extremamente perigosa para a saúde da população. Em tempo, o CRM avaliou, com a mesma prova de avaliação que os recém-formados fazem hoje (quase a nossa “OAB”, onde a nota-média de corte para concessão do CRM é 7),  326 médicos bolivianos e peruanos, recentemente. Dois passaram na prova. DOIS. A quase totalidade dos demais tiveram notas que variaram de 1 a 3,5.  Não, nem todos nós somos ignorantes e alienados, senhores governantes.  Dr. Alfredo.
A segunda carta: Mensagem de uma médica:   Fernanda Melo, médica, moradora e trabalhadora de Cabo Frio, cidade da baixada litorânea do estado do Rio de Janeiro.   Este ano completo 7 anos de formada pela Universidade Federal Fluminense e desde então, por opção de vida, trabalho no interior.   Inclusive hoje, não moro mais num grande centro. Já trabalhei em cada canto…   Você não sabe o que eu já vi e vivi, não só como médica, mas como cidadã brasileira. Já tive que comprar remédio com meu dinheiro, porque a mãe da criança só tinha R$ 2,00 para comprar o pão.   Por que comprei?    Porque não tinha vaga no hospital para internar e eu já tinha usado todos os espaços possíveis (inclusive do corredor!) para internar os mais graves.    Você sabe o que é puxadinho?    Agora, já viu dentro de enfermaria? Pois é, eu já vi. E muitos. Sabe o que é mãe e filho dormirem na mesma maca porque simplesmente não havia espaço para sequer uma cadeira?    Já viu macas tão grudadas, mas tão grudadas, que na hora da visita médica era necessário chamar um por um para o consultório porque era impossível transitar na enfermaria?   Já trabalhei num local em que tive que autorizar que o familiar trouxesse comida (não tinha, ora bolas!) e já trabalhei em outro que lotava na hora do lanche   (diga-se refresco ralo com biscoito de péssima qualidade) que era distribuído aos que aguardavam na recepção.    Já esperei 12 horas por um simples hemograma. Já perdi o paciente antes de conseguir uma mera ultrassonografia. Já vi luva descartável ser reciclada.   Já deixei de conseguir vaga em UTI pra doente grave porque eu não tinha um exame complementar que justificasse o pedido.    Já fui abusando um prematuro de 1Kg (que óbvio, a mãe não tinha feito pré natal!) por 40 Km para vê-lo morrer na porta do hospital sem poder fazer nada. A ambulância não tinha nada… Tem mais, calma! Já tive que escolher direta ou indiretamente quem deveria viver. E morrer…   Já ouvi muito desaforo de paciente, revoltando com tanto descaso e que na hora da raiva, desconta no médico, como eu, como meus colegas, na enfermeira, na recepcionista, no segurança, mas nunca em você.    Já ouviu alguém dizer na tua cara: meu filho vai morrer e a culpa é tua? Não, né? E a culpa nem era minha, mas era tua, talvez. Ou do teu antecessor. Ou do antecessor dele…    Já vi gente morrer! Óbvio, médico sempre vê gente morrendo, mas de apendicite, porque não tinha centro cirúrgico no lugar, nem ambulância pra transferir, nem vaga em outro hospital?    Agonizando, de insuficiência respiratória, porque não tinha laringoscópio, não tinha tubo, não tinha respirador?    De sepse, porque não tinha antibiótico, não tinha isolamento, não tinha UTI?    A gente é preparado pra ver gente morrer, mas não nessas condições.    Ah Dilma, você não sabe mesmo o que eu já vi! Mas deixa eu te falar uma coisa: trazer médico de Cuba, de Marte ou de qualquer outro lugar, não vai resolver nada!    E você sabe bem disso.    Só está tentado enrolar a gente com essa conversa fiada. É tanto descaso, tanta carência, tanto despreparo…    As pessoas adoecem pela fome, pela sede, pela falta de saneamento e educação e quando procuram os hospitais, despejam em nós todas as suas frustrações, medos, incertezas…    Mas às vezes eu não tenho luva e fio pra fazer uma sutura, o que dirá uma resposta para todo o seu sofrimento!    O problema do interior não é falta de médico. É falta de estrutura, de interesse, de vergonha na cara. Na tua cara e dessa corja que te acompanha!    Não é só salário que a gente reivindica. Eu não quero ganhar muito num lugar que tenha que fingir que faço medicina. E acho que a maioria dos médicos brasileiros também não.    Quer um conselho?   Pare de falar besteira em rede nacional e admita: já deu pra vocês!    Eu sei que na hora do desespero, a gente apela, mas vamos combinar, você abusou!    Se você não sabe ser “presidenta”, desculpe-me, mas eu sei ser médica, mas por conta da incompetência de vocês, não estou conseguindo exercer minha função com louvor!    Não sei se isso vai chegar até você, mas já valeu pelo desabafo! Dra. Fernanda Melo

Nenhum comentário:

Postar um comentário