domingo, 16 de junho de 2013

Terceira idade no Brasil está cada vez mais conectada




A cada ano a expectativa de vida do brasileiro aumenta e o avanço tecnológico também caminha no mesmo passo. Segundo pesquisa em janeiro deste ano do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a expectativa de vida em nosso país é de 74 anos. Ao mesmo tempo em que aqui no Brasil se vive mais, o mercado de tecnologia da informação apresenta novidades, mas o que se vê é pouca preocupação com os idosos brasileiros que estão online, um público que também está interessado no que acontece na internet e que quer se comunicar.
De acordo com o IBGE, dos pouco mais de 10% da população idosa que se tem no país, 20% tem acesso à internet. Bancos, portais de notícias e sites de relacionamentos são os principais locais visitados pelos brasileiros mais velhos. A partir do aumento da necessidade, os idosos também acessam mais a internet, como foi o que aconteceu com a servidora pública aposentada Heloísa Tavares de Carvalho, de 60 anos. “Comecei a entrar em sites relacionados a pesquisas, que era com o que eu trabalhava. Depois foram os sites de jornais, revistas, criei um e-mail e também passei a acessar redes sociais, como o Facebook”.
Outro motivo que faz com que esses brasileiros mais velhos fiquem conectados é manter amizades com outras pessoas ou contato com conhecidos distantes. A economista aposentada Dulce Nazaré de Lima Leoncy, de 62 anos, acessa principalmente o Facebook e acha que idosos buscam relacionamentos online para ter companhia. “Tudo que ajuda a fugir da solidão faz bem para as pessoas mais velhas. Tenho muitos amigos no Brasil inteiro que conheci em sites de relacionamento e a maioria deles virou uma amizade sincera. Mas os mais velhos ainda têm um preconceito com o meio virtual. Percebo que aos poucos isso está mudando pelo interesse coletivo e pela necessidade de se usar serviços na internet”.
As dificuldades para os idosos se manterem conectados existem, seja por dispositivos fixos ou móveis. Heloísa, por exemplo, quando tem dúvidas pede ajuda à filha. “Sou medrosa e não arrisco, por isso sempre recorro à minha filha mais velha. Toda pessoa na minha faixa etária é assim com computador e tecnologia”. Para a aposentada, outro grande problema é ter um smartphone. “Não penso em ter esse tipo de celular por enquanto porque é mais caro e acho difícil de usar. Além disso, gente mais velha não gosta desses aparelhos por eles terem letras pequenas demais”.
Na outra ponta onde estão as empresas que fazem sites, celulares e aplicativos. Para Guilherme Reis, CEO da Sapiens Solutions, os empresários devem começar a observar melhor esse público e investir nele. “Além de eles possuírem capital próprio para adquirir seus produtos, os brasileiros mais velhos têm muito interesse em usar novas tecnologias. O maior empecilho é a falta de aparelhos e aplicativos mais amistosos. A falta de tutoriais para ensinar ao público mais leigo é um outro problema que afasta ainda mais os idosos das novas tecnologias. Empresas e fabricantes de softwares e sites, assim como aplicativos para smartphones, devem ter em mente que o público da terceira idade vem crescendo e não podem ser esquecidos”.
De acordo com Guilherme Reis, sites, smartphones e aplicativos direcionados ao público mais velho devem ter configurações de uso que facilitem a vida desses usuários: “A tipografia e tamanho das letras devem ser maiores. Além disso, é imprescindível ter atenção com as cores utilizadas e distribuição do conteúdo, com uma boa diagramação da página. As informações mais importantes devem estar mais acessíveis e se possível na página principal, pois isso faz muita diferença. Os aplicativos devem ser bem intuitivos e abusarem das funções de gestos. E não pode faltar um pequeno tutorial ‘gamificado’ no primeiro uso do aplicativo, ensinando o usuário a usá-lo, mesmo que ele seja intuitivo”.
Via Bolacha Comunicação. Imagem: Creative Commons License Robert S. Donovan via Compfight.

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