quarta-feira, 10 de abril de 2013

EDUCAÇÃO EM CONFLITO



Rapphael Curvo (1)
O atraso da Educação no Brasil tem o perfil de uma barreira intransponível. É difícil entender o desleixo que é tratada a mais vital área para o desenvolvimento da Nação. Qual a razão dessa negação por parte de governos quando o mundo todo já consolidou que não há possibilidade de desenvolvimento sem o sistema educacional consistente e eficiente?
Aula no bnaheiro
Aula no bnaheiro
Só há uma avaliação que justifica atitudes negativas para esse entendimento: a incompetência, a incapacidade de entender a necessidade de maciço investimento nesse importante setor para economia do País. Entendo que por ser a política no Brasil algo voltado exclusivamente a manutenção de Poder por grupos açambarcadores da economia nacional, é evidente que tal preocupação passa ao largo das questões prioritárias de governo.
O Brasil está perdido na sua política educacional. Move-se de acordo com as pressões do momento e com isso alterna a condução administrativa e normativa da educação de acordo com o seu interesse político partidário, melhor dizendo de grupos e com isso germina a indefinição e insegurança na área educacional. As normas para gerir e aplicar a educação formal, no geral, são incompatíveis com a realidade nacional já que este imenso País agrega vários brasis, cultural, econômica e até financeiramente.
A educação aplicada em cada região se torna um conflito no aprendizado, sobressaindo uma ou outra escola no contexto geral. Como imprimir o ensino que atenda a região sul do Brasil no agreste pernambucano, enfim, do norte e nordeste? Vai ocorrer conflito entre as realidades de cada uma delas e também a realidade do aluno na sua relação social política e a escola. Ensino padronizado é estupidez, se o desejo for dar educação e oportunidades para todos. O que necessita é de suporte aos que vivem nos confins desta terra e são abandonados à própria sorte.
O que está acontece na verdade é que o governo está querendo pular etapas importantes do crescimento educacional das crianças e jovens. Está, na educação, querendo colocar turbinas de jato em aviões teco-tecos, para os mais novos entenderem, monomotores. A estrutura não agüenta, não está preparada. Não vai dar certo e o tempo será perdido como já está até agora. Milhares de jovens estão sendo jogados na lata de lixo. O mundo econômico e empresarial, além do cultural, está girando a uma velocidade que faz a distância crescer, com o chamado primeiro mundo, de forma assustadora. O Brasil já não encontra fôlego para acompanhar essa evolução porque está mal alimentado no aprendizado dos seus jovens. A massa, dessa força jovem que impulsiona o País, aos poucos perde a credibilidade na escola que está mais para “ringue” do que incentivadora do conhecimento e da relação social.
O ensino para ser atual tem que ter olhar para o mercado e a evolução que este está promovendo no mundo. Não há como se desconectar disso, mas também não é possível dar pulos em importantes etapas. O que é preciso é velocidade na educação, imprimir compromissos dos que ensinam com a qualidade. Os professores tem que ter a responsabilidade de se auto educar, de reciclar, de buscar por mais conhecimento e técnicas em uma atitude própria e não ficar a espera do Estado ou do patrão para se desenvolver. Tecnologias não faltam mais para esse crescimento profissional, basta querer, eis a questão. Caso contrário vamos viver a situação em que o Estado/patrão finge que paga, e o professor finge que ensina e o aluno finge que aprende. É a derrocada total para a permanência no segundo mundismo. E haja Lullas para suportar.
É visível que o mundo está a procura, e constante, de pessoas com alta especialização. É neste nicho que vão estar os altos salários. Esta é a razão de o diploma universitário perder a força no campo salarial. A enxurrada de faculdades e universidades em que os alunos entram e saem ao som das ferraduras está provocando discriminação profissional. Os diplomados de meia boca estão aos poucos perdendo o Dr. como referência. Tornam-se meros burocratas manuzeadores de papéis sem nada inovar ou propor. Isso retira a possibilidade de crescimento na escala do plano de carreira já que concorre com os práticos. Isto ainda não está acentuado no mercado porque os chefes, no geral, estão dentro do mesmo padrão, mas as exigências na estrutura empresarial estão começando a fazer presença. Conhecimento básico, atitude, curiosidade, inovação e responsabilidade em realizar são os primeiros passos aos alunos e largos passos aos professores.
(1) Jornalista, advogado pela PUC-RIO e pós graduado pela Cândido Mendes-RJ

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