quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Manobra da base aliada para impedir que a companheira Rose seja ouvida no Congresso pode ser um tiro pela culatra.



Carlos Newton
A blindagem é impressionante e  o Congresso Nacional não demonstra interesse em ouvir Rosemary Noronha, a ex-chefe de gabinete do escritório regional da Presidência da República em São Paulo, e os ministros Luís Inácio Adams (Advocacia-Geral da União) e Gleisi Hoffmann (Casa Civil), para prestar esclarecimentos sobre as investigações da Operação Porto Seguro.
A oposição bem que tentou, mas a base aliada, liderada por Fernando Collor (PTB-AL), conseguiu derrubou os três requerimentos apresentados quarta-feira pela oposição na Comissão Mista de Controle das Atividades de Inteligência.
Para humilhar a oposição, os governistas aprovaram convites para que o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso prestem depoimentos. Os requerimentos para os convites a Gurgel e FHC não estavam previstos na pauta, e foram incluídas durante a sessão, após acerto entre o líder do PT na Câmara, deputado Jilmar Tatto (SP), e o senador Fernando Collor, que preside a Comissão.
Segundo o repórter Breno Costa, da Folha, o convite a Gurgel, proposto por Collor, que recentemente protagonizou discursos duros contra o procurador-geral na CPI do Cachoeira, tem como justificativa ouvi-lo sobre “as relações entre o Ministério Público e órgãos de inteligência”.
Já o requerimento relativo a Fernando Henrique Cardoso, de autoria de Tatto, tem conotação explicitamente política. A justificativa envolve o esclarecimento de “informações contraditórias sobre documento relativo a doações a agentes políticos que teriam sido levadas a efeito por Furnas”. Trata-se da chamada Lista de Furnas, que veio à tona durante o escândalo do mensalão e que trazia supostas doações ilegais de Furnas a diversos políticos do PSDB.
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PELA CULATRA?
Por se tratar de convites, Roberto Gurgel e Fernando Henrique não são obrigados a comparecer. É certo que o ex-presidente não irá, mas o procurador-geral da República pode até aceitar. E se for à Comissão, Gurgel terá de responder também às perguntas da oposição, que vai deitar e rolar, inquirindo-o sobre os crimes cometidos por Lula na proteção à companheira Rosemary Noronha e família, sobre as novas denúncias do publicitário Marcos Valério e tudo o mais.
Como no célebre filme do genial Alfred Hitchcock, Marcos Valério é hoje o protagonista da trama “O Homem que Sabia Demais”, com Rose Noronha no papel coadjuvante, mas sabendo muito mais do que o publicitário mineiro.

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