segunda-feira, 8 de outubro de 2012

OBRA-PRIMA DO DIA - ESCULTURA - Semana Henry Moore: Figuras Reclinadas


Nascido em Yorkshire, em 1898, Henry Moore começou a esculpir ainda muito jovem. Filho de um mineiro, iniciou seus estudos em Leeds depois de combater na Primeira Guerra Mundial. Em 1921 mudou-se para Londres, onde estudou no Royal College of Art como bolsista. Concluiu o curso em 1925. Ainda no mesmo ano tornou-se professor de escultura na mesma instituição, onde lecionou até 1932.
Realizou sua primeira exposição individual em Londres, em 1928. Em 1932 transferiu suas atividades de ensino para a Chelsea School of Art. Em 1933 tornou-se membro da “Unit One”, um grupo de jovens artistas ingleses. Em 1939 a “Chelsea School” foi desalojada, seu estúdio bombardeado e Moore interrompeu suas aulas, transferindo-se para Kingston, onde ficou um ano.
Em 1940 foi nomeado "artista da guerra", época em que iniciou sua conhecida série de desenhos dos refúgios antiaéreos. Em 1941 foi eleito membro do conselho da Tate Gallery por sete anos (e reeleito em 1949). Nessa época, viajou para Nova York, onde expôs individualmente desenhos e esculturas, realizando exposições também em Chicago e São Francisco.
Ficou famoso por suas monumentais esculturas em bronze, que podem ser vistas em muitos espaços públicos em várias cidades do mundo.
Suas obras normalmente são abstrações da forma humana, figuras quase sempre reclinadas. Com exceção de uma fase na década de 50, logo após seu casamento e o nascimento de sua filha Mary, quando esculpiu alguns grupos familiares, as obras de Moore quase sempre sugerem um corpo de mulher.

Acima A Legenda, em bronze, de 1957/58, que está nos jardins da Hebrew University, Jerusalem

As figuras reclinadas, recorrentes em sua obra, são como a assinatura de Moore. Inspirado numa estátua tolteca, proveniente de Chichen-Itza, México, que viu nos jardins do Trocadero*, em Paris, nas primeiras que esculpiu sua preocupação era com o volume enquanto que nas posteriores ele estudava o contraste entre o volume e o espaço, fazendo aberturas nas formas que esculpia.
Como vemos, há versões em gesso e bronze inspiradas na mesma ideia da figura reclinada. Quando uma sobrinha lhe perguntou porque os nomes que dava às esculturas eram tão simples, ele lhe disse: “Toda arte deve conter um certo mistério e deve exigir de quem a observa. Dar a uma escultura ou desenho um título muito explícito tira parte do mistério e assim o espectador passa para outra peça, sem se esforçar para refletir sobre o significado do que acaba de ver. Todos acham que olham o que estão vendo, mas na verdade, não estão olhando”.
Abaixo Figura Reclinada, de 1951, em gesso pintado, que fica nos jardins doFitzwilliam Museum, Cambridge, Inglaterra


*Hoje a estátua tolteca pode ser vista no Museu Nacional de Antropologia, Cidade do México.

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