terça-feira, 30 de outubro de 2012

OBRA-PRIMA DO DIA - ARQUITETURA Coluna Aureliana (176/192 d.C.): Semana dos Monumentos



A Coluna Aureliana é um monumento romano erguido entre 176 e 192 para celebrar as vitórias do imperador Marcus Aurelius Antoninus Augustus (161-180) contra os Germanos e os Sármatas, que ocupavam o norte do curso médio do Danúbio. Foram longas batalhas conhecidas como guerras marcomanas ou marcomânicas.


Com quase 30m de altura (se a base for considerada, são 40m), a coluna foi inspirada na Coluna Trajana, da qual falamos ontem e é igualmente coberta de alto a baixo por baixos-relevos. A frisa esculpida que a contorna em espiral se estirada alcançaria 110m de comprimento, tendo um metro de altura em toda a extensão.


Foi mandada erguer pelo filho de Marco Aurélio, Cômodo. As cenas obedecem a uma ordem cronológica; não se trata, porém, de uma ordem muito segura. Quando inaugurada, tinha no alto a estátua em bronze de Marco Aurélio, destruída na Idade Média.
A escultura foi feita em enormes blocos de mármore de Carrara escavados por dentro para poder formar a espiral em caracol. A escada interna, iluminada por pequeníssimas fendas, tem 203 degraus que levam a um pequeno terraço no topo; o monumento termina em um capitel em estilo dórico.
Ao contrário da Coluna de Trajano, a figura central e proeminente de Marco Aurélio, nesse novo esquema que já prenunciava a força do cristianismo, não está de todo separada dos soldados. O imperador aparece em muitas cenas no estilo plebeu ou popular que começava a se firmar naqueles anos, suplantando o estilo clássico.
A figura de um Júpiter do qual escorre água, nas cenas que relatam o episódio da “chuva milagrosa”, quando, após prolongada estiagem, os soldados romanos, com o inimigo às suas portas, morriam de sede, é muito próxima das imagens que mais tarde seriam comuns de Deus pairando sobre a Humanidade para protegê-la e salvá-la.
Assim como quando o Imperador se dirige ao exército, no chamado adlocutio, ele está no centro e a tropa forma um semicírculo à sua volta, ao contrário do retratado na Trajana, quando ficavam todos os soldados numa lateral,  diante do Imperador, que aparece em meio perfil.


O Papa Sixto V (1585-1590)¸ da mesma forma que se preocupou com a Coluna Trajana, ordenou obras de restauro na Aureliana. E deixou seu nome gravado na base com a seguinte inscrição: "Esta coluna historiada dedicada ao imperador Antonino, miseravelmente deteriorada e danificada, Sixto V, Pontífice Máximo, restitui em sua forma original, no Ano do Senhor 1589, quarto ano de seu Pontificado".


E no topo mandou que fosse colocada uma estátua de São Paulo. O terraço no alto era usado pelos VIPs da época, quando queriam, por algum motivo, olhar Roma ou especialmente o Coliseu, lá de cima. 

Piazza Colonna, Roma, Itália

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