terça-feira, 30 de outubro de 2012

HOCU&POCUS blecaute



Ralph J. Hofmann
Caros Drs. Hocus & Pocus
Por favor, esclareçam qual é a diferença entre um blecaute e um apagão.
Eletrônio do Vago Lumen.
Caríssimo Eletrônio
Sua pergunta exigiu intensos devaneios de nossa parte.
Levou-nos de volta ao fim da década de setenta quando os militares argentinos se propunham a entrar em guerra com o Chile pelo Canal de Beagle.
Estávamos em Santiago na Feira Internacional quando um Mirage da Força Aérea Argentina invadiu o espaço aéreo chileno e rompeu a barreira do som causando deslizamentos e avalanches.
Na feira havia um pavilhão argentino, mais luxuoso do que qualquer outro. Num certo dia toda a iluminação desse pavilhão entrou em curto. O pessoal que fora conhecer os produtos argentinos chegou ao pavilhão brasileiro e disse que não conseguira ver nada.  Perguntados por que a resposta foi: “Ellos estavan treinando apagón.”
Fácil. Apagón é a tradução para o espanhol de “black-out”. Em tempo de guerra, antes do GPS, os países em guerra faziam a população cobrir as janelas com  tecido preto espesso e faziam apagar as luzes de rua para que os aviões inimigos não pudessem ter certeza de onde estavam as cidades. Essas cortinas complementares foram  chamadas de “black-out curtains” na Inglaterra durante a Segunda Guerra.
Tanto isto é verdade que hoje, no Brasil, as cortinas que cortam totalmente a iluminação de rua, especialmente nos apartamentos de hotéis são chamadas de blecautes.
Então quando Dilma Roussef lhes diz que a escuridão nas cidades brasileiras não é causada por um apagão em virtude da corrente elétrica estar desligada por algum motivo, e sim por um blecaute, tudo fica fácil de entender.
No Brasil nunca houve uma guerra com longos períodos de bombardeios aéreos sobre cidades. Portanto o Brasil não tem outro uso para a palavra blecaute senão para cortinas escuras emborrachadas.
Dilma está nos explicando que uma imensa cortina emborrachada ocasionalmente desce sobre grande parte do território nacional.
O que desejamos saber então é de onde saiu o dinheiro para tanto blecaute? Não daria para recortar este tecido e vender para fabricantes de cortinas e com a receita pagar novas usinas geradoras? Ou a escuridão é proposital porque no escuro não há testemunhas a atos de corrupção ativa e passiva?
Outras duas coisas relacionadas. O  Ministério da Saúde prevê um maior crescimento populacional nove meses depois de um grande blecaute? Nas áreas afetadas a Globo será obrigada a repetir os capítulos transmitidos durante um blecaute?  Dentro de dezoito anos haverá empregos para as crianças nascidas nove meses depois de um blecaute?
Como vê, meu caro Eletrônio, conquanto possamos ter desenterrado uma definição plausível para blecaute não conseguimos entender o que possa ser o apagão a que alude Dilma Roussef.
Talvez algum dos brasileiros treinados em Cuba possa nos esclarecer. Parece que lá costumam haver “apagóns”.
Queira nos bem
Hocus & Pocus
(1) Fotomontagem: o único Blecaute conhecido no Brasil é o cantor (Otávio Henrique de Oliveira 1919/83)que sempre se valeu dessa alcunha, o resto é apagão mesmo.

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