segunda-feira, 14 de abril de 2014

Adaptações nos imóveis facilitam acessibilidade


Tarefas simples do dia a dia podem ficar complicadas quando a mobilidade é reduzida, mas algumas adaptações podem ajudar a tornar a casa funcional e acessível


Funcionalidade e mobilidade são fundamentais em uma casa, mas não são simples de se alcançar quando o morador é usuário de cadeira de rodas, andador ou muletas. Manter uma distância adequada para circulação entre os móveis e objetos é essencial para evitar acidentes e permitir a acessibilidade dentro de casa. Além disso, a altura do mobiliário também deve ser alterada. 

Uma das primeiras dificuldades, aponta o arquiteto André Sell, são os desníveis, que foram comuns e até moda anos atrás. “Os chamados 'ambientes em desnível' eram até fator de valorização de um imóvel", lembra Sell, especializado em acessibilidade.

Esses desníveis têm sido amenizados por rampas, "uma opção bem interessante, mas muitas vezes difíceis de serem adaptadas devido à inclinação de 6% a 8% que as normas de acessibilidade estabelecem”.

Outro empecilho são os vãos de passagem, ou seja, as portas e corredores. A norma NBR 9050 da AssociaçãoBrasileira de Normas Técnicas (ABNT), que trata de acessibilidade, estabelece que sejam respeitados 80 centímetros de vão livre para circulação. "Muitas casas antigas tinham as portas dos banheiros com apenas 60 ou 70 centímetros, impedindo que a pessoa pudesse ter acesso na cadeira", lembra Sell. 

Em imóveis antigos ou muito pequenos podem haver espaços impossíveis de serem corrigidos, como corredores muito estreitos, ressalta o arquiteto. Ele defende, no entanto, que só um profissional saberá fazer as adaptações de acordo com as normas e decidir o que é mais adequado para cada caso.

O piso deve ser necessariamente antiderrapante quando o morador tem mobilidade reduzida. No banheiro, é recomendado não instalar boxes com vidros. É preferível uma cortina ou outro material que não traga risco de acidente, assim como evitar grandes desníveis e qualquer barreira de acesso. A instalação de barras de apoio dentro do box e um banco para o banho sentado, além de barras próximas aos sanitários e lavatórios, auxiliam o morador a utilizar os equipamentos sozinho. "A arquitetura tem que atender ao uso, juntamente com liberdade de locomoção independente, sem que outra pessoa tenha que ajudar", diz Sell.

Para o presidente da Associação de Deficientes Físicos de Londrina, Paulo Lima, as necessidades dos deficientes físicos são muito particulares, mas se as construções respeitam o mínimo de acessibilidade exigido pelas normas - que são banheiros maiores e com barras de apoio, portas largas e piso em nível - permitem, se necessário, que sejam adaptados apenas pontos específicos, atendendo às peculiaridades de cada caso.

Lima, que é cadeirante, construiu sua casa com detalhes que a tornam funcional, com portas de 82 centímetros de largura, piso nivelado, garagem ampla, barra de apoio no banheiro e até uma elevação na borda da piscina. "Alterações no mobiliário vão depender da pessoa, mas é importante que a construção siga as normas. Barras de apoio no banheiro, por exemplo, é aconselhável para qualquer pessoa, pode evitar acidentes."

Nara Chiquetti

Fonte: Jornal de Londrina  

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