sábado, 2 de novembro de 2013

CLASSE MÉDIA NA FAVELA, por Rapphael Curvo


images-1Não sei se é para rir ou chorar ante o destaque do noticiário da Globo sobre a nova classe média brasileira alojada agora em favelas. Parece que tal inserção noticiosa tem outros objetivos que não apenas o informativo. Enquadra-se muito bem na política do governo federal em fixar o discurso de que o Brasil cresceu e sua população já está gozando de folgas em suas contas de final de mês e alcançou o patamar da classe média do resto do mundo. Agora já podemos ser de fato considerados consumidores de primeiro mundo. A moradia em favela dessa forte classe social é uma questão de mero detalhe.
Está bem caracterizada que ao estabelecer critérios de pouco mais de mil reais de renda familiar como localizador da nova classe média, o governo buscou pela valorização de sua política econômica como fator de crescimento social. Deixou de lado a relação de ganho efetivo e real de condições de qualidade de vida para realçar e induzir a população de baixa renda a um status que não corresponde aos similares do estrato social pelo mundo. Como tudo que faz usa da ausência de conhecimento político cultural do povo para avaliação, procura com tal qualificação nominal criar a motivação eleitoreira na caça aos votos. Não importa o resultado das mentiras e enganações impingidas à população, tudo se justifica pela manutenção do Poder e a sua perpetuação. A mesma política foi estabelecida pelo governo bolivariano de Chávez e o resultado todos conhecem: não tem papel higiênico para fazer o acabamento de uma das mais básicas necessidades de qualquer ser humano.
Ocorre que esta indução não fica no campo apenas da motivação da população com o novo status social. Ela se viu influenciada pelas propagandas massificadas nos meios de comunicação e partiu para o ataque com as armas do crédito fornecidas pelo governo. Créditos, financiamentos associados ao estímulo via mídia, levou o inocente povo a acreditar que dificuldades financeiras nunca mais. Para que, por exemplo, estudar ou fazer uma especialização profissional se a vida já estava lhe dando o desejado e quase morto poder de compra? Ao comprar um carro, grande sustentáculo da economia nacional e para o qual é voltada toda ação de benesses do governo via redução de impostos e outros, o new consumidor da novíssima classe média não levou em conta que trazia consigo também na sua aquisição, outras despesas obrigatórias como a manutenção do veículo, seguros, juros, impostos e combustível. Aliás, este, combustível, sacrifica a Petrobras para que a política governamental não venha sofrer fracassos.
Ao perceber que o custo de vida aumenta mês a mês, o novo consumidor da nova classe média   brasileira começa a colocar as barbas de molho. A prestação do carro é fixa, mas não é fixa a despesa com a alta dos alimentos, da luz, material escolar que está chegando, transportes e por aí vai. O governo segura de todas as formas tudo aquilo que possa confrontar com a sua metodologia de fazer “novos ricos”, mas essa conta, essa fatura vai chegar um dia e de forma pesada e o aceite do povo em voltar nas suas “doadas conquistas” não será de forma pacífica. Exemplos de que isso é muito possível, o retorno as origens financeiras sociais, estão começando apresentar os primeiros sintomas. O mercador de sonhos, em que só os mais desavisados “intencionalmente” do processo de agir de Lulla e crentes de sua sabedoria de folhetim louvaram, é um exemplo no outro extremo da pirâmide de que tem muita coisa a desmoronar, e não terá muita demora para esse fato. Eike Battista foi uma criação do ex presidente para estabelecer aqui e lá fora o sucesso do seu governo, do governo Brasil.
Nada seria espantoso se tudo isso trouxesse resultados sustentáveis, eficazes. O que restou foi um País sem infraestrutura, sem uma política e qualificação educacional e profissional, com produção industrial em forte queda, saúde recebendo médicos de fora quando o problema está na estrutura de atendimento e equipamentos, o povo trabalhador com baixos salários, criminalidade grassando pelo Brasil, corrupção até mesmo dentro da casa civil de governo, sem falar na pedofilia, negociatas do toma lá dá  cá na estrutura administrativa, tentativa de desestruturar o pilar ético do STF, e muitos outros pontos que o espaço não permite, mas o pior de todos, a ilusão vendida a população de que ela está bem e assim será doravante.
Jornalista e Adv. Rapphael Curvo
raphaelcurvo@hotmail.com
Adv. Ellen Maia Dezan Curvo
OAB/SP 275669
ellendezan@hotmail.com
http://www.xprospector.com.br

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