sábado, 6 de julho de 2013

A FABTur agora transporta de graça até sócio de filho de ministro


Glauber Gentil e Garibaldi Alves
Por ter conseguido ampliar a fortuna juntada pelo pai, Glauber Gentil, hoje com 35 anos, é um empresário muito conhecido no Rio Grande do Norte. Com a importação de franquias nascidas no sul do país, como a grife de perfumes e cosméticos O Boticário e a rede de lanchonetes Habib’s, ganhou bastante dinheiro. Lucrou menos com a BRJM Seguros, que fundou em sociedade com Bruno Alves. Em compensação, ganhou a amizade do filho do ministro Garibaldi Alves, ganhou a simpatia do poderoso clã potiguar e acaba de ganhar o tipo de notoriedade nacional só proporcionado por aterrissagens nas páginas dos grandes jornais.
Glauber pousou no noticiário político-policial a bordo do avião da Força Aérea Brasileira requisitado por Garibaldi Alves para encurtar a viagem entre Fortaleza e Brasília. Valendo-se das prerrogativas do cargo, o ministro da Previdência ordenou ao piloto que fizesse uma escala no Rio. Mais precisamente no Maracanã, palco da final da Copa das Confederações. Domingo é dia de descanso até para incansáveis servidores da pátria. “Me senti no direito de o avião me deixar onde eu quisesse ficar”, explicou Garibaldi. Ele também acha que pode dar carona a quem quiser. A um sócio do filho, por exemplo.
O premiado com a carona jura que foi coisa do destino. No dia 29 de junho, um sábado, ele estava no aeroporto da capital cearense, onde fechara alguns negócios, quando resolveu ligar para o sócio. “Temos um contato diário por causa da empresa”, confirmou Bruno Alves nesta sexta-feira. “Ele já tinha passagem aérea, só que era para mais tarde”. Ao saber que um jatinho roncava por perto, Glauber quis saber se havia lugar para mais um. “O Glauber me pediu que intermediasse a carona”, ratificou o filho de Garibaldi. “Temos uma relação de amizade”.
Além de amizades providenciais, Glauber também tem sorte. Como o ministro seguiria para Brasília, ele já se conformara com a volta num avião de carreira quando soube que o destino continuava conspirando a seu favor. Na segunda-feira, outro jato da FAB a serviço de outro Alves (Henrique) voaria para Natal levando um filho do presidente da Câmara, a noiva e cinco parentes da noiva. Sete agregados. Que viraram oito com a anexação de Glauber, que se transformou no primeiro civil a desfrutar dos serviços de dois jatinhos da FABTur no curto período de três dias.
No começo, a frota da Aeronáutica só transportava pais-da-pátria especializados em levar vida de rico com o dinheiro de quem paga imposto. A clientela foi expandida com o embarque de mulheres e filhos. Agora viajam de graça até parente de noiva e sócio de filho. Antes que coloque em risco a sobrevivência da TAM, da GOL e demais concorrentes, é preciso que os brasileiros indignados voltem a ocupar as ruas e encerrem no grito a farra da FABTur.

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