segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Desde novembro, Lula e Rose estão fugindo da imprensa. Mas um dia isso terá de acabar.



Carlos Newton
Desde o fatídico 23 de novembro, quando veio à tona a Operação Porto Seguro, revelando o relacionamento entre o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a chefe do gabinete da Presidência em São Paulo, Rosemary Nóvoa Noronha, os dois estão fugindo da imprensa.
Motivo: como explicar que uma funcionária subalterna como Rose tenha sido companheira do presidente da República em viagens oficiais a 32 países, num período inferior a três anos, sempre na ausência da primeira-dama Marisa Letícia? E a contratação do ex-marido e da filha? E a quadrilha montada por ela para vender pareceres nas agências reguladoras e na Advocacia-Geral da União? Como explicar gastos públicos de um presidente para agradar sua companheira preferencial de viagens, digamos assim?
De lá para cá, Rose está sumida e o ex-presidente tem passado por situações constrangedoras. Em Paris, Lula chegou a deixar o hotel cinco estrelas pela porta dos fundos, passando pela lavanderia, vejam só que situação. De volta ao Brasil, em toda reunião ou evento a que comparece, sempre escapa pelos fundos.
“EXCLUSIVIDADE” À TVT
Num período de quase três meses, um recorde jamais estabelecido – nenhum jornalista conseguiu falar com Lula, exceto um diligente “repórter” da TVT, que não pode ser considerado jornalista. A TVT é uma emissora criada por sindicatos ligados ao PT, que já entrevistou Lula duas vezes, mas sempre tratando de assuntos muito agradáveis a ele, sem abordar o caso Rose, o processo  por favorecimento ao BMG no caso dos empréstimos consignados ou a nova investigação do mensalão, desta vez envolvendo o próprio Lula, três assuntos que a imprensa quer apurar, lógico.
Vida que segue, como dizia o genial João Saldanha, e os dois – Lula e Rose – continuam driblando a imprensa. A estratégia de Lula é deixar o tempo passar e esquecer tudo isso, mas as coisas não funcionam assim. Um dia isso terá de acabar. Algum repórter chegará a eles, que vivem hoje como se estivessem em cárcere privado – logo Lula e Rose, duas pessoas tão extrovertidas e cheias de vida..
Parece um pesadelo sem fim, do qual Lula quer se livrar o mais rápido possível, enquanto Rose já se conscientizou de que suas atribulações estão apenas começando. Os interesses dos dois companheiros de viagens já não são comuns, cada um sabe o que lhe interessa daqui para frente. Lula vai para um lado, Rose para o outro. A única coisa que os liga é a obrigação de Lula sustentar a família dela, incluindo o ex-marido, que assim como o atual, sempre foi muito compreensivo quanto ao comportamento político-partidário da mulher.
O resto são apenas detalhes, como ensina Roberto Carlos. Um grande amor não pode morrer assim, diz o cantor, mas esse já morreu.

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