quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Casa em Joinville é uma aula de arquitetura


Integração é a palavra de ordem


Na faculdade de arquitetura aprendem-se teorias e práticas de 

naturezas diversas, mas alguns conceitos são repetidos 
frequentemente no decorrer dos anos de estudo. Os bons projetos 
têm em comum algumas características, como o melhor 
posicionamento da construção no terreno, em relação aos aclives
 e declives e à iluminação natural, bem como as suas aberturas l
evam em conta não só a luz, mas os ventos. Entretanto, apesar da 
repetição, nem todos os projetos do mundo real apresentam 
soluções bem resolvidas, que encaram todas as problemáticas 
apresentadas pela natureza de frente. Não é o caso desta grande 
casa joinvilense de 970 m², projetada pelos arquitetos do escritório 
Metroquadrado. Ela traz em si inúmeras pequenas lições àqueles
 que querem fazer boa arquitetura.


O chamado “partido” do projeto, ou seja, o seu desenho inicial, foi 

definido em função das características físicas do terreno, que em 
parte era plano e noutro lado apresenta um declive acentuado. 
Na parte horizontalizada optou-se por locar o acesso da casa, tanto 
de pedestres como dos veículos – a garagem, por sua vez, está num 
nível semienterrado na parte de baixo, aproveitando o declive. A 
orientação da casa no lote foi pensada de modo a garantir a melhor
 insolação aos dormitórios. Foi uma escolha do trio de arquitetos 
que regeu a obra. Em termos de luz do sol, não há um cômodo que 
deva recebê-la em abundância obrigatoriamente. Em certos casos 
opta-se por privilegiar as áreas comuns, noutros a ala privada. 
Nesta casa, devido ao uso que os moradores dão aos quartos, a 
segunda opção se fez valer.





“O que mais gostamos nesse projeto é a volumetria”, diz um dos

 seus criadores. “Os planos que surgiram com o recuo das 
esquadrias, a espessura das paredes e a adequação da casa no 
terreno contribuíram para um volume completamente integrado com
 o entorno, apesar da dimensão da residência”, explica. Um indício 
desta integração é o bom uso das correntes de vento. Toda 
ventilação é cruzada. Na sala de estar, por exemplo, que é integrada
 com o espaço gourmet e o jantar, há dois grandes painéis de vidro,
 um voltado para o norte e outro para sul, que garantem a
 renovação do ar. No térreo, além das salas citadas, encontram-se a
 áreas de serviço e o escritório. Internamente o destaque 
arquitetônico é a lareira reversível, que integra dois ambientes, 
funcionando tanto no estar como na varanda.


No andar superior, distribuição dos ambientes é regida por uma 

passarela de circulação com mezaninos dos dois lados. Esta ponte 
liga a suíte principal aos demais dormitórios e à sala íntima. A 
separação do master bedroom visa dar privacidade ao casal. 
Os materiais escolhidos para os acabamentos transmitem 
acolhimento e aquecem a arquitetura contemporânea da casa. 
Predominam as cores escuras, como o marrom e o preto. Do lado 
de fora, há muito verde. O entorno é intensamente arborizado. O
 paisagismo foi feito pela firma Agrícola Boa Vista. Ao longo da 
varanda há belos espelhos d´água que compõem muito bem o 
cenário com o jardim. A piscina ocupa a parte mais inclinada do 
terreno. A palavra de ordem deste projeto é integração – seja 
dentro, entre os ambientes, ou fora, entre a construção e a natureza.




























Fonte: http://casavogue.globo.com
Fotos: Chan

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