sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Tanto na Câmara como no Senado, os nomes indicados pelo PMDB recebem críticas



José Carlos Werneck
Mara Gabrilli, deputada do PSDB de São Paulo, declarou que não seguirá a orientação da liderança do partido na Câmara se o candidato à Presidência da Casa for Henrique Eduardo Alves.
A deputado foi taxativa:
“Defendo o critério da proporcionalidade, mas meu voto não é de Henrique Eduardo. Se o PMDB indicar outro nome, voto no partido”, declarou a parlamentar. “Embora o Henrique Eduardo tenha que se explicar, ele perdeu o meu voto ao afirmar que a Câmara está acima do Supremo Tribunal Federal e que a questão sobre o mandato dos deputados envolvidos no mensalão deve ser decidida em votação secreta”, disse Mara Gabrilli.
No início de janeiro, Henrique Eduardo afirmou que, se for eleito presidente da Câmara, não cumprirá a decisão do STF que determinou a cassação dos mandatos dos deputados condenados no julgamento do Mensalão.
PROPORCIONALIDADE
O PSDB defende o critério da proporcionalidade, pelo qual a bancada mais numerosa indica o presidente da Câmara, seguindo um acordo feito com o PT, de revezamento com o PMDB, que indicará Henrique Eduardo para o lugar do atual presidente, o petista Marco Maia, do Rio Grande do Sul. Os tucanos ficarão com a 1ª secretaria, para a qual será indicado Márcio Bittar, do PSDB do Acre.
Também no Senado, as candidaturas do peemedebista Renan Calheiro e do representante do PSOL do Amapá, Randolfe Rodrigues, vêm sendo questionadas.
O senador Álvaro Dias, representante do Paraná e líder do PSDB, afirmou que a candidatura de Randolfe Rodrigues é “isolada” e não deverá receber o apoio dos tucanos.
ALTERNATIVAS
O PSDB trabalha com duas alternativas para a sucessão de José Sarney, marcada para 1º de fevereiro. A primeira é o lançamento de um nome de dentro do próprio PMDB para se contrapor a Renan Calheiros, tais como o gaúcho Pedro Simon, Jarbas Vasconcelos, de Pernambuco, ou Ricardo Ferraço, do Espírito Santo. Assim seria mantida a tradição do Senado de eleger presidente um representante da bancada majoritária. Outra opção é dar apoio ao senador Pedro Taques, do PDT de Mato Grosso, na disputa pela presidência da Casa.
Para Álvaro Dias, a alternativa de encontrar um nome para fazer frente a Calheiros “não se esgotou” e por essa razão o lançamento da candidatura de Randolfe Rodrigues é “um pouco precipitada” e foge ao acordo estabelecido entre os senadores ditos independentes – um grupo de parlamentares da base e da oposição que se reúnem desde 2012, com uma plataforma de moralização do Senado.
Alvaro Dias enfatizou que não apoiará o nome de Renan. “A unidade em torno dessa tese eu posso assegurar que não tem. Pelo menos em meu nome eu posso falar”. O senador informou, também, que solicitou à assessoria técnica do partido a elaboraração de uma pauta para a eleição da Mesa Diretora que deverá ser entregue aos candidatos. Deste documento constam a apreciação dos vetos presidenciais, a reforma administrativa e o aumento da independência do Congresso em relação às medidas provisórias editadas pelo Executivo.

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