sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

FRAGILIDADE DO BRASIL PARA ENFRENTAR A CRISE MUNDIAL



Enviado por Francisco Marcos Junior
O Fórum Econômico Mundial acaba de divulgar uma avaliação sobre os países mais bem preparados para enfrentar riscos globais, como a atual crise financeira, desastres naturais, mudanças climáticas e pandemias. Dos 139 países analisados, o Brasil ocupa um modesto 45.º lugar, contraditando o governo brasileiro, que gosta de lembrar que o Brasil foi o país que melhor enfrentou a crise econômica mundial (a de 2008).
World Economic Forum
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No ranking agora apresentado, e na comparação com outros países emergentes, não há razão para comemorações: o Chile ocupa o 10.º lugar; o México, o 12.º; a Turquia, o 18.º; a China, o 30.º; e a Índia, o 38.º.Estamos mais perto de países que atravessam uma grave crise (Portugal, 51.º, e Espanha, 53.º) e nos consolamos apenas com a Argentina e a Venezuela, que ocupam os dois últimos lugares na lista.
O fator mais importante, para os autores do levantamento, está na capacidade de enfrentar a crise econômica mundial. Por exemplo, um país como a Argentina não está sujeito a graves percalços por desastre natural ou pandemia, e sua única fragilidade reside em mudanças climáticas que possam afetar a sua produção agropecuária.
Nesse sentido, o Brasil pode ser considerado como um país privilegiado, pois a seca acontece essencialmente no sertão nordestino e, em alguns anos, no Rio Grande do Sul. Isso nos leva a pensar que o fator que mais pesou na nossa classificação foi a capacidade do governo de enfrentar a crise financeira mundial.
É uma afirmação que pode, à primeira vista, surpreender, pelo fato de que somos ricos em matérias-primas, especialmente minerais e produtos alimentares, que nos colocam entre os maiores fornecedores do mercado mundial. Mas a capacidade de enfrentar uma crise financeira depende, sobretudo, da política econômica adotada pelo governo.
Já o fato de que ficamos atrás de muitos países emergentes em crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) nesses últimos anos dá um sinal de que algo não funciona bem.
Um grande problema está no montante dos investimentos, especialmente na infraestrutura, e mais ainda na administração desses investimentos, cujo custo é anormalmente elevado, seja pelo tempo excessivo de execução, seja por corrupção.
O Brasil padece de uma falta de produtividade que reduz sua capacidade de concorrência no mercado internacional. Finalmente, entre os problemas maiores, além da tributação alta demais e mal distribuída, está a burocratização que cerca a vida dos empreendimentos.
(*) Destaques de Francisco Marcos Junior

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