segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

POEMA DA NOITE Sextina devassa - Fernando Py



Mordo os seios que trazes 
como fruto celeste 
pois no teu corpo a flor 
entre ambígua e devassa 
prefere o amor da carne 
rosa aberta na cama.
À vontade na cama 
o amor contigo trazes 
entranhado na carne, 
prazer quase celeste 
que teu corpo devassa 
ofertando-se em flor.
Sensualíssima flor 
desabrocha na cama 
e surge mais devassa 
nos perfumes que trazes 
como essência celeste 
espalhados na carne.
Seios, cabelos, carne 
convergem para a flor 
amorosa e celeste 
que se exibe na cama 
e que de ambígua trazes 
entre casta e devassa.
Meu olhar não devassa 
o debaixo da carne 
que ocultamente trazes 
na aparência de flor 
largada sobre a cama 
entre impura e celeste.
Nem o som de celeste 
permite que a devassa 
se complete na cama 
adentro e além da carne 
enquanto mordo a flor 
dos seios que me trazes.
Não me trazes, celeste, 
outra flor que, devassa, 
brote em carne, da cama.

Fernando Antônio Py de Mello e Silva, nasceu no Rio de Janeiro no dia 13 de junho de 1935. É poeta e colunista litrerário do Diário de Petrópolis, cidade onde hoje habita. Fernando é membro da Academia Petropolitana de Letras, ocupando a cadeira 14, cujo patrono é Raimundo Corrêa. Seus livros publicados são Aurora de Vidro (1962), A Crise e a Construção (1969), Vozes do Corpo (1981), Chão da Crítica (1984), Sol Nenhum (1998) e Antiuniverso (1994). Py traduziu todo "Em busca do tempo perdido" de Marcel Proust.

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