sábado, 22 de dezembro de 2012

Oposição, mesmo frustrada, considera que Joaquim foi prudente


Apesar de elogiar decisão, petistas criticam presidente do STF


BRASÍLIA - Mesmo elogiando a decisão do presidente do STF, Joaquim Barbosa, de rejeitar o pedido de prisão imediata dos condenados no julgamento do mensalão antes que a ação transitasse em julgado, petistas não perderam a oportunidade de alfinetá-lo. A oposição considerou-o prudente, deu declarações de apoio a Joaquim, mas, reservadamente, alguns oposicionistas diziam-se frustrados.

Líder do PSDB no Senado, Alvaro Dias (PR) disse que decisões judiciais têm que ser respeitadas e que o relator do mensalão optou pela cautela:
— É difícil discutir decisão judicial, tem que se respeitar. Ele é insuspeito pelo comportamento adotado até aqui. Decidiu a favor da prudência.
Presidente do PSDB, o deputado Sérgio Guerra (PE) disse que a decisão de Joaquim deve estar respaldada na lei:
— Dessa forma, sempre o apoiaremos.
O presidente do DEM, senador José Agripino (RN), disse que respeita a decisão e que Joaquim, após a atuação no julgamento, tem autoridade para rejeitar o pedido de prisão:
— Quem fez o que ele fez tem autoridade para decidir.
Já o senador Pedro Taques (PDT-MT), que foi procurador da República, defendeu a prisão imediata, mesmo com a jurisprudência do STF:
— A decisão segue a jurisprudência do Supremo. Se eu fosse Joaquim Barbosa, decretaria a prisão.
Líder do PT no Senado, Walter Pinheiro (BA) afirmou que a decisão foi positiva e defendeu que decisões de grande repercussão sejam sempre tomadas pelo plenário do tribunal:
— Talvez decisões do Supremo como distribuição dos royalties e do FPE (Fundo de Participação dos Estados) não devam ser tomadas de forma monocrática. O ideal é que sejam compartilhadas pelo plenário.
No Twitter, petistas usaram tom mais elevado. O deputado Dr. Rosinha (PT-PR) foi irônico ao comentar a decisão de Joaquim e, indiretamente, chamou-o de autoritário:
— Barbosa finalmente percebeu que não é um monarca? Há alguns dias, ele avisou que, no STF, era ele quem decidia o que dizia ou não a Constituição. A frase se assemelhou muito à proferida pelo absolutista francês Luís XIV, no século XVII: “O Estado sou eu”.
Já o deputado Fernando Ferro (PT-PE) aproveitou para criticar o procurador-geral:
— Esse Gurgel, pequeno e incompetente!

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