segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Mercado aposta em apartamentos compactos mas com área de lazer equipada

Para se ter uma ideia da diferença de tamanho, no mercado há apartamentos de três quartos com mais de 120 metros quadrados de área interna

O casal de corretores de imóveis Adiel Serra Lisboa e Roberta Lisboa viu a família crescer e, com isso,  sentiu a necessidade de ter um novo lar. Mas, apesar da chegada de mais um filho, eles optaram por comprar um imóvel novo compacto no bairro de Itapuã em Salvador.

O imóvel de três quartos no empreendimento Itapuã Parque, que compõe a linha econômica da incorporadora Queiroz Galvão Desenvolvimento Imobiliário, tem área de 65 metros quadrados. Para se ter uma ideia da diferença de tamanho, no mercado há apartamentos de três quartos  com mais de 120 metros quadrados de área interna. O casal tem um bebê e um filho de 4 anos.

Roberta diz que a opção pelo imóvel que possui menos espaço interno é compensada pela localização do imóvel e principalmente pela infraestrutura agregada ao residencial.

“O lazer para as crianças será menor dentro de casa. Sabemos que teremos menos brinquedos e menos espaço paras as crianças brincarem dentro de casa. Mas a diferença é que há uma área grande no condomínio, com lazer integrado, onde os meus filhos poderão brincar à vontade”, destaca Roberta.

O empreendimento onde o casal comprou o apartamento tem como áreas comuns para os moradores salão de jogos, salão de festas, quadra esportiva, piscina, churrasqueira e brinquedoteca.

A realidade de moradia do casal Adiel e Roberta é uma realidade crescente no mercado imobiliário, segundo explica Luciano Muricy, vice-presidente da Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário da Bahia (Ademi-BA).

“Nos últimos 20 anos, os imóveis foram ficando mais compactos. É uma equação necessária para suprir a demanda. Essa quantidade de unidades compactas responde por até 50% de tudo que é construído no estado atualmente”, informa Muricy.

O vice-presidente da Ademi explica que, tirando a segmentação de luxo e alto luxo, a maior demanda no mercado é para os imóveis compactos. “Na verdade, tem um público para esse tipo de imóvel e também é uma tendência hoje por razões de sustentabilidade. É importante aproveitar o terreno ao máximo”, pontua. 

Planejamento

Nos imóveis compactos, a organização dos espaços internos deve ser rigorosamente planejada para evitar a perda de espaço. Como os compradores tendem a ter dificuldade de visualizar como se organizar com o espaço menor, as construtoras têm apostado em apartamentos decorados nos seus pontos de venda para dar ideias aos compradores. Os decorados são utilizados como ferramentas para permitir que o cliente visualize alternativas para tornar os espaços mais aconchegantes e funcionais para a família.

Roberta e Adiel já planejam ambientar a decoração do imóvel semelhante ao decorado da empresa. “Já vimos como é que funciona. Como não temos orçamento para contratar um decorador ou arquiteto, vamos usar as ideias do apartamento decorado da empresa para fazer o nosso bem parecido”, revela.

No imóvel decorado, a localização de portas e janelas, por exemplo, permite a inserção de até duas camas em um quarto, dando conforto para que até seis pessoas morem num apartamento compacto.

Organização

Mesmo sendo pequenos, os imóveis novos são bem divididos e pensam sempre no conforto. Claudio Cunha, sócio-diretor da imobiliária Brasil Brokers Brito & Amoedo, explica que os imóveis do segmento econômico possuem um maior planejamento no desenvolvimento do projeto arquitetônico.

“Ser compacto não significa que não seja um projeto inteligente. É sempre um trabalho  desafiador para o arquiteto, que tem condições de usar sua criatividade para elaborar projetos compactos, a fim de  otimizar espaços e atender às necessidades dos clientes”, destaca.

Empreendimentos têm preço final reduzido em até 15%
Cada vez mais, a oferta de terrenos disponíveis no país para construções fica difícil. Por isso, o vice-presidente da Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário da Bahia (Ademi-BA), Luciano Muricy, argumenta que as empresas têm buscado investir mais nos serviços agregados quando se fala de imóveis do segmento econômico. “As construtoras têm que oferecer áreas comuns agregadas aos empreendimentos que possuem uma área interna reduzida”, destaca Muricy.

Fabiano Lebran, sócio-diretor da Consil, empresa que tem apostado no segmento econômico,  destaca também que os imóveis compactos são bastante atrativos por conta do valor final.

“Como não há desperdício de espaço, o preço final cai. Na hora de comprar um imóvel de dois quartos, por exemplo, tudo o que um apartamento de 60 metros quadrados tem a oferecer pode ser encontrado em outro de 50 metros quadrados, mas com um valor final mais em conta. Essa redução no preço do apartamento pode girar em torno de 15%, a depender do projeto”, calcula.

Apesar das novas unidades terem um tamanho menor, as empresas do setor têm investido no conforto para o morador. “Com certeza, podemos encontrar, atualmente, conforto em imóveis compactos. Hoje,  cada vez mais, os empreendimentos têm plantas inteligentes, são bem divididos e projetados para atender às necessidades básicas de uma família. A pessoa ganha no investimento, no valor final e ganha em conforto. Por exemplo, na Consil, temos apartamentos de dois quartos com suíte, que é um diferencial em conforto, com plantas a partir de 45 metros quadrados”, informa.

Claudio Cunha, sócio-diretor da Brasil Brokers Brito & Amoedo, pontua que a compra de imóveis compactos tem sido ainda uma alternativa para muitos investidores. Ele argumenta, entretanto, que além do espaço interno é fundamental que o comprador observe a localização do empreendimento.

“O compacto pode ser um apart-hotel, em que há um ótimo retorno, ou um quarto e sala. Nesse segundo caso, é necessária uma boa localização, excelente padrão de acabamento e uma boa administração do condomínio para garantir a qualidade da moradia. Os hotéis são sempre um bom investimento, principalmente quando há uma bandeira hoteleira para fazer o gerenciamento da ocupação. Esses imóveis são boa fonte para aluguel, estadas mais curtas ou para pessoas solteiras que podem adquirir um imóvel com preço final competitivo e atraente”, aconselha.

Por: Jorge Gauthier

Fonte: Correio 24 Horas 

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