sábado, 15 de setembro de 2012

CORSÁRIOS/PIRATAS



Ralph J. Hofmann
Há uma grande diferença ente piratas e corsários.
Os piratas eram bandidos sem pátria. Não eram financiados por nenhuma coroa. Suas tripulações eram compostas da escória de todas as nações. Singravam os mares sob a bandeira negra da caveira e das tíbias cruzadas. Também havia os bucaneiros mais especificamente piratas das Caraíbas. Os bucaneiros surgiram entre fugitivos que se esconderam nas ilhas pouco habitadas e cruzaram com índias. Para sobreviver caçavam e defumavam carne sobre um ‘boucan’ que é nada mais nada menos que o moque dos índios brasileiros. Com o tempo atacaram navios e passaram a dedicar-se à pirataria.
Os governos, e no caso, especialmente a Rainha Elizabete I emitiam Letras de Corso, ou seja, alvarás dando permissão a um capitão de armar navios para combater os inimigos do país. Dali o nome corsário. Mas havia corsários espanhóis, franceses, holandeses  e ingleses.
Naturalmente os mais citados são os ingleses como Frobisher e Drake e o holandês Piet Hein. E aqui nas Américas são vistos como flagelos quase demônios (vide Cem Anos de Solidão de Garcia Marques)  porque várias vezes tomaram as frotas de tesouro do governo espanhol que estavam em guerra com os países da reforma.
A rainha Elizabete I tinha direito a um quinto das rendas dos corsários a título de imposto, mas também tinha investimentos pessoais nas suas atividades. Nos navios corsários havia uma escala de percentagens. Tantos por cento para o capitão, tanto para os investidores, tanto para os oficiais e tanto a ser dividido entre a tripulação até o mais humilde grumete.
Com isto a Marinha de Guerra inglesa era muito menor do que teria de ser para defender o país. O comando da defesa da Inglaterra contra a Grande Armada Espanhola foi assumido por Drake que era corsário e que pôs ao mar tanto os navios de sua majestade como toda a frota de comandantes corsários.
Curiosamente a pratica de emitir letras de corso chegara ao fim no início do século XIX, mas os únicos sucessos navais franceses de alguma nota sob Napoleão Bonaparte foram obtidos por Surcouf, um corsário de Marselha.
Por outro lado como sabemos há pirataria hoje nos Chifres da África, assim como no Mar da China e regiões em torno de Bornéu Sumatra e das Filipinas.
O último pirata ativo no Atlântico Dom Pedro Gibert foi enforcado em 1835 em Boston nos Estados Unidos.  Curiosamente originalmente, antes de se tornar pirata,  fora Corsário com Letra de Corso do governo Colombiano.
(1) Fotomontagem: O corsário Francis Drake e o pirata Barba Negra

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