sábado, 4 de agosto de 2012

Recuperação do setor imobiliário é chave para EUA, diz FMI


 
  1. O Fundo Monetário Internacional (FMI) informou nesta quinta-feira acreditar que a recuperação do mercado imobiliário dos Estados Unidos é fundamental para um eventual impulso do crescimento econômico e redução dos altos níveis de desemprego no país.
A avaliação anual do FMI sobre a economia norte-americana, divulgada nesta quinta-feira, prevê o fortalecimento do crescimento nos EUA, do atual nível de cerca de 2% para cerca de 3,4% até 2016 e 3,3% em 2017.
"Sabemos que durante os próximos anos a chegada de novos donos de imóveis e a depreciação de moradias no mercado implicarão na necessidade de se construir cerca de 1,5 milhão de imóveis em uma base anual", disse o economista do FMI Gian Maria Milesi-Ferretti, em teleconferência com jornalistas.
"Isso é algo que claramente vai ajudar o crescimento dos EUA no médio prazo e obviamente uma consolidação do mercado imobiliário terá diversos resultados positivos... em outros setores ligados ao (setor) imobiliário", acrescentou.
O FMI tem alertado que os EUA devem acabar com todas as incertezas sobre política fiscal, diante da disputa entre o presidente Barack Obama e o Congresso em torno de benefícios fiscais e reduções nos gastos governamentais.
A organização afirmou que, sem acordo político sobre o chamado "abismo fiscal" de US$ 4 trilhões, o crescimento da economia pode se desacelerar para ao redor de zero e até chegar a contrair-se em 2013.
A maioria dos analistas não acredita que o Congresso diminuirá o impacto dessas medidas antes da eleição presidencial de novembro. Milesi-Ferretti afirmou que ainda não está claro se a desaceleração na economia dos EUA no segundo trimestre é apenas algo pontual ou um sinal de um novo ritmo de crescimento mais fraco. "Levando-se em conta o último cenário, claramente há espaço para mais ações (do Federal Reserve, banco central americano)", disse o economista.
O FMI destacou que a política monetária dos EUA deve continuar altamente acomodativa "por algum tempo". Apesar de a maioria dos diretores do FMI ter dito que há espaço para mais redução na taxa básica de juros pelo FED caso a crise internacional se agrave, alguns membros da organização multilateral notaram que o efeito de uma futura flexibilização poderia ser limitado, já que a taxa está entre zero e 0,25%.

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