sábado, 12 de maio de 2012


Editorial de 'O Globo' na história das lutas democráticas no Brasil

Em editorial publicado na terça-feira passada, o jornal O Globo foi ao ponto crucial: "É indisfarçável a tentativa de atemorização da imprensa"
Sob o título "Roberto Civita não é Rupert Murdoch", o jornal O Globo publicou um editorial que ficará na história das lutas democráticas no Brasil. O jornal da família Marinho levantou-se contra as tentativas políticas de criminalizar o trabalho jornalístico de VEJA comparando-o à teia de ações ilícitas promovidas por publicações do australiano Murdoch na Inglaterra.
"Blogs e veículos de imprensa chapa-branca que atuam como linha auxiliar de setores radicais do PT desfecharam uma campanha organizada contra a revista VEJA na esteira do escândalo Cachoeira/Demóstenes/Delta", escreveu o jornal.
O Globo lembra que a motivação da campanha é uma vingança contra a revista por suas reportagens contundentes que desbarataram quadrilhas de corruptos e desagradaram a alas petistas. O jornal desmontou a acusação mais odiosa contra Roberto Civita, presidente do Conselho de Administração do Grupo Abril e editor de VEJA: "Comparar Civita com Murdoch é tosco exercício de má-fé".
Na sexta-feira passada, também em editorial, o jornal Folha de S.Paulo reafirmou sua convicção de que o movimento orquestrado contra VEJA tem motivações políticas: "Tampouco surgiu até agora qualquer indício de má conduta que justifique a intimação de jornalistas da revista VEJA para depor".



O alvo mais direto da armação política é Policarpo Junior (foto acima), diretor da sucursal de VEJA em Brasília e um dos redatores-chefes da revista; um dos mais competentes jornalistas investigativos do Brasil, ele foi alvo de campanha movida por corruptos históricos.
O ex-presidente e atual senador por Alagoas Fernando Collor pediu sua convocação para depor na CPI.
Policarpo não é propriamente admirado entre aqueles políticos que se movem nas sombras do poder. Como repórter, foi autor de inúmeras reportagens que revelaram gigantescos esquemas de desvio de dinheiro público e abreviaram a carreira de muitos corruptos. É dele a reportagem que deu origem ao escândalo do mensalão.
A justificativa para convocar Policarpo? Segundo Collor, o impoluto: "Esclarecer eventuais ligações com a quadrilha".
Bastaram os dois primeiros depoimentos na CPI para derrubar a farsa collorida. Os delegados federais Raul Alexandre e Matheus Rodrigues, responsáveis pela investigação, foram categóricos em afirmar que Policarpo agiu apenas em busca de informações, não trocou favores com o investigado e fez o que se espera de um bom jornalista: obteve informações dentro dos limites legais em benefício do interesse público.

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