quinta-feira, 26 de abril de 2012

O reacionarismo dos bancos privados, por Murillo de Aragão


Enviado por Murillo de Aragão - 
26.4.2012
 | 16h09m
POLÍTICA


Durante décadas, os bancos foram os atores mais relevantes da política nacional. Tanto por meio de generosos financiamentos de campanha quanto por meio da exploração inteligente da dependência ao Tesouro Nacional para rolar suas dívidas.
Além de terem influenciado decisivamente, para o bem de todos e para o bem do setor, na adoção de planos e posturas econômicas que, no fim das contas, trouxeram estabilidade, previsibilidade e credibilidade às contas nacionais.
O sistema financeiro privado, por meio de uma aliança com o estatal, foi hábil o suficiente para limitar a entrada dos bancos estrangeiros na Constituinte de 1988 e, assim, manter seu oligopólio razoavelmente protegido.
Em novembro de 1995, quando o Proer (Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Fortalecimento do Sistema Financeiro Nacional) entrou em vigor, mais uma vez o sistema financeiro foi beneficiado e, de forma sábia, o governo evitou que este entrasse em colapso.
No período de 1995 a aproximadamente 2000, foram destinados em títulos de longo prazo mais de R$ 30 bilhões a bancos brasileiros.
Na campanha de Lula para a Presidência da República em 2002, parte majoritária do sistema apoiou o candidato José Serra (PSDB) abertamente, pois se temia que o governo petista pudesse ser heterodoxo demais com os bancos.
À medida que as intenções de voto no candidato do PT aumentavam, o risco país aumentava. Lula, que nunca foi bobo, acalmou o sistema dizendo que jamais desrespeitaria contratos nem agiria de forma irresponsável em relação ao setor. Para comprovar suas boas intenções, levou Henrique Meirelles para comandar o BC.
Ao longo da gestão Lula, e mesmo durante a crise financeira de 2008, o sistema financeiro sempre foi bem tratado, apesar da relutância em atuar de forma mais proativa no corte dos spreads bancários.
Com a campanha eleitoral e o crescimento de 2010, o tema ficou meio adormecido, mas retornou, com toda a força, no governo Dilma.

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