segunda-feira, 26 de março de 2012

No caso Adriano, Timão alega 67 faltas e embriaguez nos treinos


Globoesporte.com


Prestes a voltar a treinar no Flamengo, Adriano ainda deve ter pela frente uma disputa judicial com o Corinthians para fazer o acerto financeiro de sua rescisão contratual. Depois do anúncio que a demissão foi feita por justa causa, o Timão se apega ao histórico do Imperador para se defender nos tribunais. Em quase um ano no clube, o jogador acumulou nada menos que 67 faltas, além de ter se apresentado, algumas vezes, embriagado – isso de acordo com integrantes da cúpula do futebol corintiano.

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O número corresponde às ausências em sessões (uma ou duas por dia) de recuperação física no departamento médico pela cirurgia no tendão do pé esquerdo e treinos com o elenco profissional. Em algumas delas houve multa com o recolhimento de parte dos salários - e o próprio jogador as assinou. Todas fazem parte de um relatório elaborado pela comissão técnica e encaminhado ao departamento jurídico.
Créditos: Folhapress
Adriano faltava nos treinos de recuperação física e não dava justificativas ao clube

Adriano não procurava justificativas para as faltas. Com telefonemas para membros da direção ou para integrantes do corpo clínico, o jogador simplesmente informava que não poderia comparecer ao trabalho. Por diversas oportunidades ele chegou a enviar mensagens de celular durante a madrugada já avisando que não estaria no CT Joaquim Grava pela manhã.

Quando foi ao clube, o Imperador nem sempre treinou. O Corinthians tem registrado também os dias em que o centroavante chegou embriagado ou aparentando ter consumido muito álcool poucas horas antes. Em certas ocasiões, foi obrigado a voltar para casa. Já em outras, permanecia no departamento médico sem conseguir realizar os trabalhos determinados.

A evolução física e técnica só apareceu depois que Adriano ficou longe da agitada vida social. No início de fevereiro, o Timão optou por trancá-lo na concentração para seguir à risca o plano alimentar e os treinamentos. O resultado foi bom e chegou a animar: o jogador perdeu peso, ganhou mais mobilidade no campo e convenceu o técnico Tite de que poderia ser inscrito na Taça Libertadores.

A empolgação, porém, começou a acabar no sábado em que ele foi liberado a voltar para casa. Adriano apareceu em fotos e vídeos que caíram na internet em um samba no Capão Redondo, periferia de São Paulo, ao lado do meio-campista Vitor Júnior. Não por coincidência, enquanto o grupo estava na Venezuela (para jogar contra o Táchira), o Corinthians determinou um novo período de confinamento.

O início da Libertadores também foi decisivo para o fim do amor entre clube e jogador. Ele tinha esperança de enfrentar o Cruz Azul, dia 7 de março, no México, mas exagerou nos deslizes na semana anterior. Por três dias seguidos (terça, quarta e quinta) se apresentou para treinar com sinais de embriaguez e irritou Tite. Na sexta, não quis participar da pesagem de rotina e fez a direção decidir pelo encerramento do contrato.

Como consta na nota oficial divulgada na última sexta-feira, o Corinthians "permanece aberto ao diálogo" para fazer um acordo com Adriano. O valor oferecido pelo clube, contudo, não agrada o Imperador, que quer o montante integral ao que teria direito até o fim do contrato, em 30 de junho. O anúncio da demissão por justa causa nada mais foi que um recado de que o Timão usará o histórico de Adriano para, se for necessário, brigar judicialmente.

De volta ao Rio de Janeiro, Adriano prometeu, via assessoria, pronunciar-se sobre o caso nos próximos dias. Em contato com amigos que deixou no Corinthians, o Imperador teria dito que não questionará o tratamento recebido pelos médicos. Entretanto, é especulado que ele poderá passar por uma nova cirurgia no pé esquerdo.

"Se o Adriano falar tudo o que aconteceu no Corinthians, vão fazer um busto nosso (diretoria). Se nós pecamos, foi por ajudá-lo demais", disse o diretor de futebol Roberto de Andrade.

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