O jornal mexicano “El Universal” listou as dez obras de arte que considera como “as mais polêmicas da história”. Como quaisquer listas, sempre restritivas, a do veículo da terra do poeta Octavio Paz é questionável, mas pelo menos alguns dos quadros são mesmo controvertidos, provocam polêmicas e geram dezenas de livros e documentários, como é o caso das pinturas do italiano Leonardo Da Vinci, talvez o maior gênio da história da arte
A última ceia, de Leonardo da Vinci
![A última ceia, de Leonardo da Vinci](http://www.revistabula.com/wp/wp-content/uploads/2014/02/santa-ceia-oficial.jpg)
Leonardo Da Vinci (1452-1519) talvez seja o maior gênio da história da pintura — era (é), aliás, muito mais do que um pintor. “A última ceia” mostra “o último encontro de Jesus com seus discípulos”. “El Universal” afirma que o quadro se tornou legendário e muitos investigam seus detalhes com o objetivo de revelar algum segredo supostamente oculto pelo talento de Leonardo. Há livros e documentários sobre o assunto. Mas o verdadeiro segredo é a qualidade da pintura do artista italiano ao retratar um tema caro à civilização ocidental.
Mona Lisa, de Leonardo da Vinci
![Mona Lisa, de Leonardo da Vinci](http://www.revistabula.com/wp/wp-content/uploads/2014/02/Mona-Lisa-de-Leonardo-Da-Vinci.jpg)
Pergunte a um leigo: qual é a pintura mais famosa de todos os tempos? Leigos e especialistas vão dizer: “Mona Lisa” (ou Monalisa), do italiano Leonardo Da Vinci. Por que é apontada como polêmica e controvertida pelo jornal “El Universal”? Porque permite várias interpretações e há livros e livros discutindo o assunto, do ponto de vista artístico e histórico. O jornal mexicano afirma que “supostamente contém mensagens secretas sobre a vida de Cristo”. A pintura de Leonardo permanece aberta, tantos anos depois de ter sido feita, o que atesta sua vitalidade artística. Uma pintura, como “Guernica”, icônica.
Guernica, de Pablo Picasso
![Guernica, de Pablo Picasso](http://www.revistabula.com/wp/wp-content/uploads/2014/02/guernica.jpg)
Pintado em 1937, “Guernica”, do espanhol Pablo Picasso, diz respeito ao bombardeido da cidade de Guernica durante a Guerra Civil Espanhola (1936-1939). “Sua interpretação é objeto de controvérsia”, nota “El Universal”. Há livros e livros explicando seus detalhes. É um dos quadros mais conhecidos do século 20. Costuma-se dizer que é icônico. E, claro, é a arte como denúncia.
O juízo final, de Michelangelo
![O juízo final, de Michelangelo](http://www.revistabula.com/wp/wp-content/uploads/2014/02/juizo-final.jpg)
O italiano Michelangelo (1475-1564) era um gênio da pintura. E, como gênio, um rebelde, mesmo num tempo de forte dominância da Igreja Católica. A pintura “O juízo final” está na parede do altar da Capela Sistina. Trata-se de uma pintura religiosa? Por certo, sim. Mas há um quê de laico, por exemplo na nudez. “As figuras nuas e com aparência torturada foram motivo de disputa entre o cardeal Carafa e Michelangelo”, diz “El Universal”.
A morte de Marat, de Jacques-Louis David
![A morte de Marat, de Jacques-Louis David](http://www.revistabula.com/wp/wp-content/uploads/2014/02/A-morte-de-Marat-de-Jacques-Louis-David.jpg)
O quadro “A morte de Marat”, do francês Jacques-Louis David (1748-1825), consagrou-se por retratar a morte (em 1793) de Jean-Paul Marat, líder revolucionário da França. “El Universal” diz que “foi uma obra polêmica durante a Revolução Francesa”, a revolução que, como Saturno, devorou seus próprios filhos, no dizer do dramaturgo alemão Georg Büchner. O quadro foi pintado em 1793, em cima da hora. Jacques-Louis foi amigo do jacobino Robespierre e de Napoleão Bonaparte.
A persistência da memória, de Salvador Dalí
![A persistência da memória, de Salvador Dalí](http://www.revistabula.com/wp/wp-content/uploads/2014/02/A-persist%C3%AAncia-da-mem%C3%B3ria-de-Salvador-Dal%C3%AD.jpg)
A pintura do espanhol Salvador Dalí (1904-1989) permanece “ativa” em dezenas de obras pelo mundo afora, porém nem sempre os artistas reconhecem (ou podem reconhecer) a “angústia da influência”. O quadro “A persistência da memória” tem “diversos significados e, portanto, existem várias maneiras de abordá-lo”. Trata-se, segundo “El Universal”, da “obra mais polêmica do artista mais controverso do mundo da arte”.
Saturno devorando um filho, de Francisco de Goya
![Saturno devorando um filho, de Francisco de Goya](http://www.revistabula.com/wp/wp-content/uploads/2014/02/Saturno-devorando-um-filho-de-Francisco-de-Goya.jpg)
“Saturno devorando um filho”, do pintor espanhol Francisco de Goya (1746-1828), é um dos mais famosos quadros da história da arte. A pintura mostra, com toda a crueza possível, “Chronos ou Saturno devorando um de seus filhos” com Rea. Trata-se de um recém-nascido. O deus mitológico temia que um de seus filhos o destronasse. “El Universal” avalia a obra como “intensa e controversa”. Na era do politicamente correto, se Goya não fosse Goya, o quadro poderia até ser “pichado”.
O jardim das delícias, de Hieronymus Bosch
![O jardim das delícias, de Hieronymus Bosch](http://www.revistabula.com/wp/wp-content/uploads/2014/02/O-jardim-das-del%C3%ADcias.jpg)
“O jardim das delícias”, do pintor e gravador holandês Hieronymus Bosch (1450-1516), teria influenciado o surrealismo. “El Universal” assinala que a “pintura contém uma grande quantidade de símbolos sobre os quais são oferecidas várias interpretações. É considerada uma das obras mais misteriosas e fascinantes da história da arte”.
A origem do mundo, de Gustave Coubert
![A origem do mundo, de Gustave Coubert](http://www.revistabula.com/wp/wp-content/uploads/2014/02/LOrigine-du-monde-de-Gustave-Courbet.jpg)
“A origem do mundo”, do francês Gustave Coubert (1819-1877), permanece como um dos quadros mais polêmicos e chocantes da história da arte. “El Universal” diz que se trata de obra “atrevida” e de uma crueza rara ao expor o sexo feminino. O quadro foi pintado a pedido do diplomata turco otomano Khalil-Bey, que colecionava imagens eróticas. Pintado em 1866, chegou a ser adquirido pelo psicanalista francês Jacques Lacan. A família doou-o ao Estado francês. O quadro, de um realismo surpreendente, ainda choca o moralismo.
Madame X, de John Singer Sargent
![Madame X, de John Singer Sargent](http://www.revistabula.com/wp/wp-content/uploads/2014/02/Madame-X-de-John-Singer-Sargent.jpg)
John Singer Sargent, nascido na Itália (1856-1925) e filho de pais norte-americanos, consagrou-se como pintor de retratos, paisagens e aquarelas. “‘Madame X’ é um retrato de Virgine Avegno Amélie Gautreau, uma adúltera francesa do século 19”, relata “El Universal”. Ao pintá-la, John Singer Sargent provocou polêmica na Europa. A obra está no Museu Metropolitano de Arte de Manhattan.
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